ANO VI - NUMERO 275

FARRAPO e HERÓICO

Tenho certeza de que todos dentro do Beira Rio nem viajariam ao Rio de Janeiro se o Flamengo enviasse uma proposta de empate, antes da partida. Nem o mais otimista dos Colorados poderia imaginar uma grande apresentação da equipe com os tantos desfalques que perturbaram as noites de sono de Dorival Jr. Registrei na última coluna que seria um duelo complicado (e até então não era do conhecimento a estapafúrdia escalação "inventada" por nosso técnico). E os primeiros 45 minutos foram p'ra lá de terríveis. Sofrimento puro para a Nação Colorada. Falha grosseira de Índio e novo golo sofrido em bola parada. Gilberto (meio que sem querer) restabeleceu um pouco de esperança no final da primeira etapa. Ap nova falha defensiva que originou o gol do oportunista V. Love era para atirar a toalha. Mas o time teve forças e empenho para buscar o empate. Fabrício, primeiro - desobedecendo Dorival -, anotou um golaço, numa "pancada" de canhota lá do meio da rua. E, depois, Dátolo, o Jesus, com outro "tirambaço", selaram o placar. Empate com gosto de vitória. Desempenho heróico de um time Farrapo na Guanabara.

ESTUPIDEZ I

Errar é humano; repetir o erro é burrice. Trata-se de dito popular dos mais antigos. E dos mais corretos também. A escalação de três volantes deixou, há longa data, de ser humana e justificável. Domingo, com Josimar, tivemos um capítulo deplorável na história dos 3 volantes. Ainda mais porque Dorival determinou que Josimar faria a mesma função de Oscar. Foi ali que Josimar se posicionou e assistiu, literalmente, 45 minutos de uma partida de futebol.

ESTUPIDEZ II

O pior de se escalar 3 volantes é querer que um deles exerça a função de meia ofensivo. Esse sempre foi o equívoco com Tinga. Mas no caso de Tinga ainda havia alguma qualidade ofensiva. Josimar não tem recurso algum do meio para frente. Os treinadores brasileiros têm essa pretensão de adotar sistemas de jogo importados de outras querências. E, por alguma questão desconhecida no processo de importação, acabamos por ser agraciados com verdadeiros monstrengos táticos. Foi assim com o 3-5-2 no caminho da Itália para as terras de Cabral foi transformado num burocrático 5-3-2 (vulgo Chama Derrota).

ESTUPIDEZ III

No caso dos três volantes a viagem foi mais curta. O caminho entre a fronteira com a Argentina não é tão longo, não cruza oceano. Mas o monstro consegue ser pior ainda do que a criatura dos 3 zagueiros. Na terra de Perón e Borges, ao se escalar 3 volantes, constrói-se uma barreira quase intransponível ao adversário em frente à grande área (o Santos suou sangue para superar a muralha de volantes do Velez na última semana, dentro da Vila Belmiro e o Fluminense foi eliminado por um Boca Jrs. que joga com 3 volantes). Por aqui a adoção de 3 volantes é um pesadelo, para torcedores e zagueiros. O sistema de 3 volantes a brasileira é sinônimo de defesa desprotegida e setor de criação nulo. 

FILOSOFIA e CONVICÇÕES I

Dorival justificou a utilização de 3 volantes pelos desfalques e redução de alternativas. O ingresso do jovem Maurides derrubou a justificativa. Com um jovem de 18 anos, 1,90m, boa colocação e chute forte no plantel, não se pode admitir sua preterição por um volante brucutu. Aliás, nos poucos minutos que teve para mostrar seu futebol, Maurides já deixou evidente que não pode ficar sentado no banco para Gilberto e não podia ter ficado para Jô (que o Santo Cuca o tenha!). 

FILOSOFIAS e CONVICÇÕES II

Dorival já declarou várias vezes que prefere o esquema 4-4-2. E até os quero-quero do Beira Rio sabem que há dirigentes ali que defendem a idéia de que o time deve atuar com precauções (leia-se 3 volantes) quando atua fora de seus domínios. Outra: jovens prata da casa sempre foram preteridos por jogadores inexpressivos e de pouca qualidade contratados a peso de ouro (as vezes até por jogadores contratados de times de segunda linha). Boas convicções, as vezes, cedem a filosofias e políticas de futebol. Em tempo: Dorival declarou em entrevista ao Correio do Povo (cuja leitura leitura recomendei na última coluna): "Se um dia, em algum momento, tivesse alguma interferência, eu deixaria o cargo. Até porque toda a responsabilidade é do treinador. Então, não vou beneficiar A ou B sabendo que o demitido vai ser eu.". Tenho lá minhas dúvida! Filosofias x convicções.

MOLEDO I

Falei acima da falha defensiva no golo de V. Love. Moledo ficou no mano-a-mano com o avante rubro negro, no lado esquerdo de nossa grande área. E aqui já vai a primeira grande falha. Zagueiro no mano com atacante adversário é falha de sistema defensivo. Aonde estavam os volantes ? Depois, Moledo é facilmente batido por Love. Ouvi de vários "doutos da imprensa pampeana" que Moledo sempre falha diante de bons atacantes. Mas qual o zagueiro não falha ou é superado por grandes atacantes ? O que eu gostaria de indagar é se esses "doutos" que criticaram Moledo não notaram, ainda, que o pobre do guri sempre falha quando atua na quarta zaga.

MOLEDO II

Ouço, as vezes (também da boca dos "doutos"), que hoje em dia não há mais essa história de zagueiro central e de quarto zagueiro. Quem faz tal afirmação não entende absolutamente nada de futebol. É claro que há zagueiros que desempenham nos dois lados da zaga (Índio é um bom exemplo), mas sempre haverá zagueiros centrais e quarto zagueiros. São duas posições diferentes; cada qual com seus requisitos específicos. Moledo é central nato, de "carteirinha". Desde a pelada do pátio do Colégio que Moledo devia ser zagueiro central. Tem físico de zagueiro central. Tem movimentação de zagueiro central. Por favor Dorival, não coloque mais Moledo a atuar pelo lado esquerdo da defesa!

NACIONAL 2005

O leitor Matheus criticou minha postagem sobre o "Campeonato Nacional de 2005" (aliás, eu transcrevi postagem da coluna dominical do L. C. Reche no Correio do Povo). Não se trata de celebrar vice campeonato Matheus. Estamos celebrando a consagração, até mesmo na mídia paulista, do fato de que o Campeão de Direito do Nacional 2005 foi o Colorado. Só isso!

"SHOWBALL" ?

As vezes assisto partidas de showball. Há poucas coisas mais divertidas de se ver. Agora transmitem Mengo contra a vizinhança. Nélio, Aldair, Piá, Marquinhos, Djalminha e companhia. O P. Nunes tá uma véia. E, tchê, o C. Miguel está mais gordo que o Jô Soares. É cômico. Mas olha aqui ô. Com Dinho, até no showball a turma da azenha é violenta. Limitados e violentos, sempre foi assim. Dessa vez levaram um enfião do Mengo. Aliás, até no "showball" eles são nossos fregueses. Uma vez vi uma partida em que o Fabiano Cachaça e sua gangue atolaram a pijamada de gols.

RÁPIDAS

“A grande contratação é manter uma base” (Fernandão)

Acabou a novela Oscar-São Paulo. INTERNACIONAL pagará R$ 15 milhões. E ponto final!

"Se serve como exemplo, então o Dorival terá que me xingar em todos os jogos para que eu faça outro golaço como aquele contra o Flamengo" (Fabrício em entrevista para Rádio Guaíba)

Juan, Sandro, Oscar e Damião no onze inicial. Giuliano e Pato no banco de reservas. 

O Celeiro de Ases é a base dessa seleção brasileira que representará o Brasil nos Jogos Olímpicos.

Site da CBF destaca os "Guris Colorados com a camisa amarela" (clique e confira) 

"Quentuxa", Ronaldo-inho foi liberado pela justiça. Pode assinar com quem quiser, nas palavras de sua advogada. Será que a dupla Odone-Pelaipe já devolveu as caixas de som ?

Saudações rubras, do CAMPEÃO DE TUDO, DONO DA ALDEIA (41*) e SEMPRE NA PRIMEIRA DIVISÃO.

Luiz Portinho - mais de 750 jogos no Gigante da Beira Rio