terça-feira, setembro 18, 2012

ANO VI - NUMERO 289

DESCONFORTO

Foi no mínimo infeliz a entrevista concedida por Fernandão após o empate em 2x2 com o Sport Recife. É verdade que tudo que foi dito estava mais do que evidente diante da atuação da equipe. Mas as mazelas expostas pelo treinador dizem respeito ao trato do vestiário e não devem ser colocas nos microfones. Fernandão cometeu equívoco primário e expôs seu despreparo para exercer a função de treinador. Reza a cartilha mais elementar do treinador que o grupo de atletas nunca deve ser exposto, sob pena de o comandante perder o respaldo e respeito do grupo. Fernandão iniciou sua entrevista coletiva, domingo, assumindo a culpa pelos maus resultados; para, logo em seguida, atirar seus principais jogadores ao confronto, sem armas, contra os leões. Fernandão aproveitou os holofotes e microfones para agradar o torcedor. Agora terá de lidar com as consequências do vestiário.
 
DIRETORIA I
 
O mais estranho do episódio da "zona de conforto" foi a ausência de declarações por parte da Diretoria. Sim, porque se alguém teria de falar o que Fernandão falou esse algué era o vice de futebol L. Davi; ou o próprio Presidente G. Luiggi. O silêncio dos mandatários revela algo já tradicional no futebol brasileiro: o treinadorismo. Note-se que Fernandão deixou claro durante a coletiva que a "zona de conforto" é algo que já foi detectado desde seus tempos de diretor de futebol. Mas por que, então, Fernandão, como dirigente, nunca tocou no tema em público ? Por que L. Davi nunca acusou a existência dessa "zona de conforto" ?
 
DIRETORIA II
 
Dorival Jr. foi vítima da "zona de conforto" ? Parece-me que sim, porque Fernandão foi bastante claro ao afirmar, repito, que o problema é antigo e foi detectado ainda quando de sua estadia no cargo de diretor de futebol. Então, parece-me evidente que Fernandão não conseguiu - nos 2 meses (e 15 jogos) como treinador - motivar o seu grupo de jogadores. E, sinceramente, não vejo razões para acreditar que o estilo Fernandão possa alterar o quadro periclitante. Pelo contrário. Afinal, o mesmo que denuncia a "zona de conforto foi quem sacou o jovem Cassiano, de ótima e disposta atuação nos primeiros 45" contra o Botafogo, no Engenhão, para acomodar Forlán no time.
 
TREINADOR I
 
Sobre o ocorrido com Cassiano no Engenhão, escrevi em 27 de agosto, na coluna n. 287: "Denunciei, quando da contratação de Fernandão, que o carteiraço e as panelas estavam em alta no vestiário. Para quem tem dúvidas, responda-me por que Fred (ou outro guri da base) é sempre o primeiro a ser sacado do time em meio às partidas ?". Repito: o problema do INTERNACIONAL, pelo menos desde a derrota para o Mazembe, está dentro do vestiário. E a culpa por não se extirpar tal problema do horizonte do Beira Rio, com certeza, não é dos jogadores que fazem tal vestiário.
 
TREINADOR II
 
"Em sua primeira semana, já mostrou que tem credenciais para seguir carreira. Em sua estréia adotou sistema com três volantes. Foi batido pelo adversário na primeira etapa, alterou o sistema, sacando um volante e promovendo a estréia do jovem Otavinho. Mudou o jogo, venceu com facilidade, dentro de um "4-4-2 feijão com arroz". Ao final da partida, declarou que não alterou o sistema de jogo, mas sim a postura da equipe. Os jovens que salvaram sua pele nas duas primeiras partidas já não foram utilizados contra o Vasco (preteridos, por exemplo, por M. Aurelio). Fred, tenho certeza, será sacado da equipe quando os medalhões estiverem a disposição. Fernandão assumiu tentando se mostrar diferente, mas, no fundo, segue a conhecida cartilha elementar dos velhos treinadores do mercado." (da coluna 283 - em 29.julho.2012)
 
TREINADOR III
 
"Constatando-se que o problema principal estava dentro do vestiário, parece-me evidente que Fernandão não era a melhor opção para assumir o cargo de treinador. Os dirigentes Colorados continuam entregando a administração do futebol à mística do grupo de 2006. Quem ousou bater de frente com esse grupo foi mandado embora do Beira Rio. Falcão, Fossatti, o próprio Roth e, agora, Dorival. O INTERNACIONAL é vítima de seu vestiário. Quem mandou Iarley embora caiu. Clemer saiu e voltou. Fernandão idem. O grupo de 2006 continua dando as cartas no Beira Rio." (da coluna 282 - em 21 de julho de 2012)
 
BEIRA RIO I
 
Após o empata em 0x0 com o Fluminense, Fernandão admitiu que o Gigante da Beira Rio, em meio às obras, não é mais um diferencia do INTERNACIONAL. Com base nessa declaração, a Diretoria chegou a cogitar a possibilidade de atuarmos fora de nossos domínios no restante da competição. E já circula informação de que em 2013 o Colorado mandará jogos em outro estádio. Assim como no vestiário, a Diretoria age de acordo com os fatos. Não antecipa decisões elementares. O Beira Rio não possui condições de sediar jogos e de arregimentar o torcedor a favor da equipe.
 
BEIRA RIO II
 
Antes mesmo da interdição assim me posicionei: "É preocupante o andar da carruagem das obras no Beira Rio. Hoje está marcada inspeção judicial da ação movida pelo Ministério Público, com a intenção de interditar o estádio. E, confesso, reputo procedentes os argumentos da ação. O INTERNACIONAL deve mandar seus jogos em outro estádio (não me pergunte qual), enquanto a obra é realizada. E a A. Gutierrez também parece desejar isso." (da coluna 278 - em 20 de junho de 2012)
 
CALENDÁRIO
 
Os clubes precisam, com urgência, criar uma Liga e definir um calendário mais sadio e coerente para nosso futebol. Não é possível que se continue a jogar competições oficiais de forma concomitante com datas FIFA. As datas FIFA, no mundo inteiro, são reservadas a jogos de selecionados. E foram criadas exatamente para que as Federações locais adequassem seus calendários a tal exigência. O Brasil continua na contramão. Em 2013 a situação ficará ainda mais grave com os clubes envolvidos na Taça Libertadores retornando à disputa da Copa Brasil. A tendência é que, na "terra brazilis", tenhamos, novamente, clubes jogando mais de 70 partidas numa temporada.

RÁPIDAS

Jovem atacante Cassiano já mostrou que tem utilidade dentro do grupo.
 
Muriel; Edson Ratinho, Rodrigo Moledo, Índio e Zé Mário; Rodrigo Dourado, Guiñazu, Fred e D'Alessandro; Forlán e Leandro Damião. O tima da "zona de conforto".
 
Como Fernandão elogiou o comportamento de Fred, Índio, Moledo e Guinazu e como não é de se esperar que estivesse se referindo a Ratinho, Dourado e Zé Mário...
 
Para bom entendedor meia palavra basta, as críticas de Fernandão foram dirigidas a Damião, D´Alessandro e Forlán.
 
Para piorar, próximo adversário, Bahia, é o time de melhor campanha no segundo turno.
 
Oremos!
 
Saudações rubras, do CAMPEÃO DE TUDO, DONO DA ALDEIA (41*) e SEMPRE NA PRIMEIRA DIVISÃO.
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Luiz Portinho - mais de 750 jogos no Gigante da Beira Rio

@lcportinho

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