sábado, outubro 06, 2012

ANO VI - NUMERO 291

DÚVIDA ABSURDA



Fernandão já colocou seu nome entre os piores treinadores da década no comando do INTERNACIONAL. Pensei até em redigir uma coluna o definindo como o pior, mas lembrei de nomes como L. Sandri, A. Gallo, J. Santana - o Tio Janjão. E isso para não falar dos clássicos C. Roth e M. Ramalho. Fernandão é ruim, mas, como se vê, há coisa pior (bah!). Essa semana assisti a mais um capítulo que não sairá do currículo de Fernandão. Nosso treinador, diante da ausência de D'Alessandro, teve dúvidas entre Dátolo e Lucas L. E, mais, eu tive o desprazer de escutar uma entrevista do Sr. Fernandão, na quinta-feira, pela manhã, no microfone da Rádio Bandeirantes, declarando que PARA ESTE JOGO optou pelo Dátolo, devido às características da partida. É dizer: corremos o risco de ter o Lucas L. escalado e o Dátolo no banco de reservas contra outro adversário ? Tchê, tá demais!

EQUÍVOCO GROSSEIRO

Em Minas Gerais Fernandão já registrara outra façanha para seu currículo. Aliás, não se pode mais dizer que Fernandão é inexperiente. Nesses pouco mais de 90 dias como treinador, já conquistou feitos (90% deles negativos, é preciso dizer). Pois em Belo Horizonte, sem poder contar com D'Alessandro, Fernandão não teve dúvidas. Chamou um volante. E com ele abdicou da vitória. Colocou em campo o chama-derrota com três volantes e só não voltou de lá derrotado porque o Borges, nosso ídolo Borges, mais uma vez, chutou um penalty na lua contra nós. 

RUMO AO G4 I

E olha que apesar de todos os feitos do Fernandão, ainda estamos no páreo pela tal de vaga na Libertadores. A partida contra o Santos é decisiva. E qual não é num certame de pontos corridos - pode indagar o leitor. Explico. Depois da complicada partida da Vila Belmiro, enfrentaremos o Galo Mineiro - em baixa -, dentro do Beira Rio, o lanterna Atlético, em Goiania, e o candidato a rebaixamento Figueirense, novamente no Gigante. É sequência para emplacar nove pontos. E para se colocar, definitivamente, no grupo da Libertadores. Isso, é claro, se voltarmos da Vila Belmiro com um bom resultado (leia-se uma vitória).

RUMO AO G4 II

Apesar do maldito tabu de nunca termos vencido na Vila, o panorama para o confronto é interessante. A começar pela ausência do Neymar, que sempre apronta p'ra cima de nós. E também porque Fernandão, apesar da absurda dúvida entre Dátolo e Lucas L., tomou a correta decisão de escalar o time óbvio. Jackson, Dátolo e L. Moura nas vagas de Índio, D'Alessandro e Damião. Estou apostando algumas fichas na quebra do tabu.

BOLIVAR e JACKSON

Inaceitável a postura de Bolivar de simular lesão para não viajar com o grupo para Santos. Sim, porque não é crível que um jogador que esteja afastado do grupo acuse lesão justamente quando chega a hora de sua utilização. Sou fã do Bolivar. Fui defensor de sua permanência nesta temporada. Mas todos os limites já foram ultrapassados. Seria melhor rescindir o contrato. O único aspecto positivo do episódio é a oportunidade para Jackson. É um jovem zagueiro de grandes qualidades. Boa movimentação, velocidade, complexão física e, especialmente, ótima colocação. 

UMA NOITE INESQUECÍVEL DE 1987

"1987. Inter joga contra o Cruzeiro em Minas Gerais. Semifinais do Campeonato Brasileiro. Técnico Ênio Andrade. Eu e o colega João Garcia fomos conversar com o maior técnico gaúcho de todos os tempos. Ênio nos mostrou com todos os detalhes como ganharia do Cruzeiro. Jogada de Norberto pela direita com a conclusão de Amarildo. Não deu outra. Um a zero para o Inter com aquilo que ele previa. Ênio Andrade era um técnico simples. Sábio. Aliás, quem sabe da matéria não precisa ser balaqueiro." (L. C. Reche - Histórias da Vida - Coluna do último domingo no Correio do Povo). Como esquecer dessa noite. Detalhe: vencemos o Cruzeiro na prorrogação, com este golo memorável do Amarildo.

DEPARTAMENTO DE FUTEBOL I 

Leio entrevista de integrante do Movimento Convergência Colorada. E ali consta a seguinte declaração:  "A gente vem falando que quer fazer um departamento de futebol que tenha todos os seus profissionais e que esses profissionais não sejam trocados a cada troca de treinador". Concordo plenamente. Por aí, pela falta de um departamento de futebol fixo, passa nosso atual problema de lesões. Tínhamos Mahseredjian como preparador físico. Fossati foi contratado e trouxe um cupincha seu, cujo nome não recordo, e Mahseredjian foi colocado em funções burocráticas (de forma concomitante, pasmem, funcionava como preparador físico da seleção brasileira).

DEPARTAMENTO DE FUTEBOL II

O uruguaio Fossati foi demitido e com ele seu cupincha da preparação física. Mas o Colorado não possui um departamento de futebol com profissionais fixos. Daí que, após a queda de C. Roth, veio Dorival Jr., trazendo consigo C. Rezende, preparador físico. Mahseredjian terminou no Parque São Jorge, comandando a preparação física do atual campeão da Libertadores. Em suma, precisamos de um departamento de futebol com profissionais fixos. Como tínhamos nos anos 80, época em que G. Tim era o preparador físico, fosse quem fosse o treinador.

CASA BANDIDA DO FUTEBOL I

Algo precisa mudar nas relações clubes x CBF. A extinção do Clube dos 13 foi um retrocesso. Perdemos uma ótima chance de mudar essa relação nas últimas décadas. Não criamos a Liga. E os clubes continuam sujeitos aos mandos e desmandos dos engravatados da Casa Bandida do Futebol. O episódio de Resistência, na Argentina, foi mais um capítulo deplorável da administração de nosso futebol. E não adianta colocar a culpa nos argentinos e na Sra. Kirchner (que se aproveitou da oportunidade para tirar proveito político). A CBF aceitou jogar em Resistência, certamente sem se preocupar com as condições do estádio e da cidade para receber um jogo deste porte. 

CASA BANDIDA DO FUTEBOL II

E o que dizer, então, da convocação de Damião, mesmo após os médicos do INTERNACIONAL comunicarem à CBF que o jogador saíra de campo da partida contra o Cruzeiro com lesão no tornozelo ? Pior, de sua utilização em treinamento e escalação para o banco de reservas da partida ? Damião teria jogado e levado "botinaços" dos argentinos, com uma lesão no tornozelo. Damião foi e voltou de Resistência lesionado. E Damião, lesionado, não será liberado, pela Casa Bandida, dos confrontos contra Iraque e Japão. Repito: algo precisa mudar nas relações clubes x CBF.

RÁPIDAS

"Quiero jugar; quiero entrenar y estar pronto para jugar. Soy un profisional y estoy acostumbrado a estas situaciones" (Dátolo, em entrevista ao repórter C. Silva, da Rádio Guaíba)

Dagoberto e Juan voltaram aos treinamentos e serão opção na Vila Belmiro.

Obras do Beira Rio a todo vapor...

Com o final da fase de demolições, sempre mais complicada, tendência é que estruturas comecem a despontar.

Do site do Inter: “O número de funcionários que trabalham na obra (reforma do Beira-Rio) será quase dobrado pela Andrade Gutierrez. Até dezembro de 2012, 310 novos colaboradores vão se juntar aos 506 atuais. Serão vagas para 80 pedreiros, 150 serventes, 20 marteleteiros, 10 encanadores e 50 carpinteiros.”

Insisto na tese: o INTERNACIONAL deveria buscar um estádio na Região Metropolitana para jogar em 2013. Apressaria a conclusão da reforma e traria maior dignidade ao torcedor.

Saudações rubras, do CAMPEÃO DE TUDO, DONO DA ALDEIA (41*) e SEMPRE NA PRIMEIRA DIVISÃO. 

Luiz Portinho - mais de 750 jogos no Gigante da Beira Rio 
lcportinho@yahoo.com.br 
@lcportinho