DEFESA EM ALTA, ATAQUE MANTÉM O RITMO
Mesmo tendo tido 10 dias apenas para treinar, o Tricolor não apresentou mecânica tática e nem teve destaques individuais na linha durante a partida. Além disso, jogou com uma postura visivelmente defensiva, priorizando conter a marcação de gols pelo adversário em detrimento da busca da vitória.
Além de Grohe, o outro destaque positivo do Grêmio nesta partida foi o fato de não ter levado gols pelo 2º jogo consecutivo. Julinho Camargo prioriza o acerto da zaga gremista para depois pensar no ataque, mesmo que este continue improdutivo. É uma filosofia que parece se encaixar bem nos moldes desejados pelo presidente Odone e pelo vice de futebol Vicente Martins.
Julinho quer que seus comandados garantam os 3 pontos nos jogos em casa e busquem ao menos empates nos jogos fora do Olímpico, fórmula bastante recomendada para se obter razoável sucesso num campeonato longo de pontos corridos, mas insuficiente se considerarmos a distância atual para os líderes. Lembremos que o Grêmio de Renato, em 2010, ganhou mais jogos no 2º turno fora de casa do que em qualquer outro tempo, e mesmo assim não conseguiu chegar ao título devido ao atraso em relação aos primeiros colocados quando a reação iniciou. Atualmente, o Tricolor já dista 16 pontos do líder Corinthians e figura a 8 pontos do G4.
Tenho minhas dúvidas se seria desejável o Grêmio brigar por uma vaga na Libertadores 2012, pois o clube vem “rifando” suas participações nesta competição ano após ano. A Copa do Brasil pode ser um objetivo mais facilmente alcançável e possibilitaria o planejamento de uma participação em uma Libertadores com 1 ano de antecedência. Antes de tudo, é preciso planejar e priorizar para que se possa ter a chance de um grande triunfo no próximo ano.
Além disso, há dúvidas na lateral esquerda e no meio. A primeira é disputada por Bruno Collaço e Lúcio, este último elogiado por sua aparição no último jogo e que também pode aparecer no meio no lugar de Escudero, de má atuação contra o Figueirense. No gol, a despeito das excelentes atuações de Marcelo Grohe, Victor deve retomar sua titularidade ao natural.
Julinho Camargo faz suas experiências em busca do time ideal. É preciso dar tempo ao tempo para que o treinador possa mostrar resultados. Mais uma vez, a falta de planejamento do Grêmio fazem com que ele se utilize do maior campeonato nacional para afirmar o time, que só deverá ficar pronto quando não houver mais nada por disputar em 2011.
Não é de graça que o futebol uruguaio retoma seus tempos de glória. O “Proyecto Tabárez” iniciou após a frustrante eliminação da repescagem ao Mundial de 2006 para a Austrália, e foi centrado no respeitado e admirado treinador uruguaio, iniciando pelas categorias de base. Os frutos começam a ser colhidos tanto pelas seleções profissionais e de base, com títulos recentes, quanto pelos clubes uruguaios, com a chegada do Peñarol à final da Libertadores 2011 depois de muitos anos.
Fico com a frase de Daniel Pastorini, membro do Conselho Executivo da Associação Uruguaia de Futebol (AUF) quando da contratação de Tabárez, para ilustrar como o planejamento e a convicção são fundamentais no futebol: “Planificar a mediano y largo plazo es importante no sólo en el fútbol, en todos los órdenes de la vida. No te asegura resultados, pero es mucho más probable que los obtengas”.
Depois de ser chamado de “Porto Alegre” nos ingressos oficiais para a Copa Audi, o clube de vermelho voltou a ser referenciado pelo nome de sua cidade natal na entrevista dos técnicos participantes da competição, que depois solicitaram ao interino Osmar “Loss” (nome bem sugestivo para um treinador de futebol) apresentar sua equipe ao mundo:
“Sabemos muita coisa do Bayern de Munique, do Barcelona e do Milan, mas não do seu clube. O senhor poderia apresentar a sua equipe?”. Esta foi uma das perguntas feitas ao treinador do clube ribeirinho.
Nenhuma novidade para quem já foi confundido com o Inter-SM na Libertadores, que já foi chamado de “pesadelo carioca” por um jornal mexicano, que teve o escudo trocado pelo do Vitória/BA pela própria Fifa e que foi lembrado pelo presidente do grande Boca Juniors como sendo o “Inter de Porto Alegre, a cidade do Grêmio”.
DESPEDIDA I
Na última partida antes do embarque para Alemanha, vitória de 3-1 sobre o lanterna Avai. E a vitória passou, e muito, pela ruindade do adversário. É claro que nunca é facil vencer fora de casa no campeonato brasileiro (que o diga o vizinho que ficou num oxo contra o Figueira na mesma Florianópolis). Mas perder ou empater com o Avai, mesmo lá dentro da Ressacada, seria resultado ruim. E o Colorado fez de tudo para não vencer. Primeiro a escalação com 3 volantes. Depois a equivocada substituição do lesionado Zé Roberto pelo lateral e dublê de meia esquerda Fabrício, isolando Damião no ataque.
DESPEDIDA II
O time só melhorou na segunda etapa, quando Andrezinho entrou em campo no lugar de Guinazu. Com 2 volantes o time melhorou, ficou mais ofensivo e com melhores opções no ataque. Damião ganhou a companhia constante de Andrezinho e D'Alessandro. E assim, mesmo com Fabrício atuando sem função alguma, conseguimos marcar 3 golos diante de um adversário fraco e comandado pelo péssimo Gallo. Com os 3 pontos conquistados em Florianópolis, o INTERNACIONAL se mantém próximo dos líderes.
REFORÇO
Gostei muito da contratação de Jô. Parece-me o companheiro de ataque ideal para L. Damião. Farão uma dupla sensacional, se tiverem tempo e oportunidades de atuar juntos. Com 24 e uma carreira com passagem por grandes clubes, o atacante fez parte da seleção medalha de bronze nas Olimpiadas de Pequim 2008. Depois disso, vestiu a camisa da seleção canarinho em duas oportunidades. Em sua chegada ao Beira Rio, Jô elogiou e se disse honrado por vestir a camisa Colorada e declarou que será ótimo jogar ao lado de Damião.
REJEIÇÃO
Alguns de nossa imprensa dizem não entender a rejeição ao nome de Cuca para treinar no Beira Rio. Com certeza, esses "alguns de nossa imprensa" não são imparciais, não lembram de fatos marcantes de nosso futebol e, com certeza, não respeitam a história do INTERANCIONAL. Cuca já se declarou gremista e já jurou amor à vida azenhana. Cuca nunca teve um grande trabalho concluído em sua carreira de treinador. Não conquistou nada além de um campeonato mineiro (com um time do Cruzeiro muito mais forte que o do Galo - registre-se!). Por que cargas d'água contrataríamos Cuca ?
COPA AMÉRICA I
Uruguai campeão, com toda justiça. O professor Tabarez (esse pode ser chamado de professor, porque possui formação universitária), guiou um time modesto a 4a posição no Mundial Sudafrica e, agora, ergue um título muito importante. A Copa América que para alguns aqui da aldeia não vale nada, é sim uma grande conquista. Estavam na Argentina os melhores jogadores do continente, todos os selecionados foram com força máxima e o Uruguai, com o mesmo esquema de jogo e time de 2010, conquistou com justiça o caneco.
COPA AMÉRICA II
D. Forlan e L. Suarez são dois jogadores medianos, que, por certo, não teriam lugar na seleção brasileira. Muito menos seus companheiros de Celeste. Mas, juntos, formam um time dificílimo de bater. Além da força coletiva e de reeditar os dias de glória da garra charrua, o selecionado celeste é produto de um planejamento excelente. Tabarez e seu método são responsáveis por organizar o futebol uruguaio dentro e fora das quatro linhas, aonde se exige postura e exemplo dos jogadores convocados.
COPA AMERICA III
Aliás, o método de Tabarez já rende frutos nas ruas de Montevideo. Loco Abreu declarou, antes da vitória na final, que independente do resultado, o ambiente do futebol de seu país já mudou. Antes os "pibes" pediam a seus pais camisas de C. Ronaldo, Messi e outras estrelas; hoje vestem camisas da seleção nacional. Isso faz muito sentido. Eu fico "abobado" quando vejo alguém de camisa de times cariocas e paulistas aqui no Rio Grande. Ou pior, fico indignado quando vejo um piá de camisa da seleção argentina pelas ruas. Chega a doer no peito!
RÁPIDAS
"Fique muito feliz quando soube do interesse do Inter. Também recebi o carinho dos torcedores colorados. Depois de passar seis anos jogando na Europa, quando recebi a proposta de voltar ao Brasil para um clube de tradição que nem o Inter, não pensei duas vezes. É um grande clube, conhecido mundialmente" (Jô, em sua primeira entrevista no Beira Rio);
Como disse acima, gostei muito dessa contratação;
Andrezinho voltou de lesão e, mais uma vez, mostrou toda sua utilidade dentro do plantel;
Seu ingresso na partida contra o Avai mudou por completo a partida. Mais 3 pontos na conta de Andrezinho;
Nessa rodada não teve penalty a favor do Corinthians. Resultado: derrota do Timão para o Cruzeiro.
Zé Roberto, Índio e Guinazu não viajaram a Munique, em decorrência de lesões;
Os jovens Joao Paulo, L. Roggia e Zé Mário, destaques do time de juniores que conquistou o campeonato gaúcho, ingressaram na lista por conta das lesões;
Com a lesão de Índio, R. Moledo será o companheiro de Bolivar na zaga. Aposto minhas fichas nesse guri. Possui ótima estatura, boa colocação e imposição física. Boas atuações na Europa podem lhe render a titularidade no regresso ao Brasil. Tomara!
Trocas de treinador saem muito caras aos clubes. Conforme informação de L. C. Reche (coluna deste domingo), o INTERNACIONAL gastou R$ 5 milhões com as saídas de Roth e Falcão.
Divididos por 7 e temos R$ 700 mil mensais. Com essa grana poderíamos ter repatriado o Nilmar, por exemplo.
Em tempo: F. Carvalho estará na delegação que vai a Munique.
Brasil de Pelota empatou em casa com Joinville. Treinador B. Almeida terminou jogo reclamando, e muito, da arbitragem. Detalhe: vitória encaminharia classificação do Xavante à próxima fase da Série C.
Saudações rubras, do CAMPEÃO DE TUDO, DONO DA ALDEIA (40*) e SEMPRE NA PRIMEIRA DIVISÃO.
Luiz Portinho – mais de 700 jogos no Beira-Rio