quarta-feira, julho 29, 2009

Ano III, Número 132

TIME CASEIRO

Nesta quinta-feira o GRÊMIO enfrenta o São Paulo tentando quebrar um tabu que está incomodando por demais todos no GRÊMIO, desde direção até torcedores: seguimos sem vencer fora de casa. E o pior: nosso aproveitamento fora do Olímpico é o pior dentre todos os 20 clubes da série A: apenas 5,6%.

Contrastando com isto, o GRÊMIO está invicto dentro do Olímpico. Mantivemos a condição depois de bater o Santo André de virada por 3x2, com excelentes atuações de Rafael Marques, que fez dois gols, e Souza, autor de um golaço e do cruzamento para o terceiro gol.

O time do São Paulo ainda está tentando encontrar seu rumo depois do início vacilante no campeonato, a saída de Muricy Ramalho e a entrada de Ricardo Gomes. É um adversário perigoso, principalmente jogando em seus domínios. Ano passado, vitória nossa lá por 1x0, gol do zagueiro Pereira, logo na estreia.


O QUE O BRASILEIRO NOS RESERVA

Após o duríssimo confronto contra o São Paulo nós temos outra pedreira, desta vez em casa. Trata-se do Cruzeiro, nosso algoz na Libertadores. Um time que também procura acertar seu passo no Brasileiro enfrentará um GRÊMIO ávido por vingança. E a torcida se fará presente. O jogo é às 18h30min de domingo. E a meteorologia prevê frio intenso. Como foi no último sábado, debaixo de 5ºC, no jogo contra o Santo André.

Depois, dois jogos complicados fora de casa na mesma semana: o sempre perigoso Palmeiras e o emergente Barueri. Daí, uma pausa de uma semana e terminamos o 1º turno enfrentando o Flamengo no Olímpico.

Se o GRÊMIO quer a vaga para a Libertadores, é imperativo que façamos no mínimo 10 pontos nos próximos 15 disputados.

Eu já disse aqui e repito: se vier vaga pra Libertadores é lucro.


A REPERCUSSÃO DA SEMANA

Depois da derrota pro Avaí, que já emplacou 4 vitórias consecutivas no campeonato, o capitão Tcheco foi muito cobrado. Pois de novo não foi visto em campo. E daí ele veio com aquele papo de que quando o time perde a cobrança é em cima dele e quando o time ganha quem é procurado são os ‘bonitinhos da torcida’, parecendo que ele se referia a Maxi Lopez e Souza.

A minha opinião sobre o Tcheco todos sabem. Eu acho muito difícil ver um time que tenha ele como capitão e como camisa 10 do time levantar alguma taça importante. E eu venho dizendo isto no mínimo há 2 anos, quando ele simplesmente tremeu na final da Libertadores em plena Bombonera.

Se quisermos mais do que uma vaga na Sul-Americana, precisamos de um meia que jogue pela esquerda pra assumir a titularidade ao lado de Souza, botando Tcheco no banco e dando a braçadeira de capitão para o Réver ou para o Victor. Já sugeri o nome de Damián Escudero, que não vai ser aproveitado no Villareal e cairia como uma luva no meio-campo gremista.


A REPERCUSSÃO DA SEMANA II

A vitória frente ao Santo André acalmou os ânimos, principalmente com as boas atuações de Souza, que jogou o que se espera de um jogador em quem se apostou tanto, e Rafael Marques, que pede passagem neste time titular.

Contra o Avaí, a equipe foi mal como um todo. Paulo Autuori deveria pegar aquele jogo como um exemplo do que o time NÃO deve fazer numa partida, principalmente durante o segundo tempo, quando por muito tempo chegamos a ter vantagem numérica. Aliás, precisamos detectar o que aconteceu naquela partida pra que não volte a ocorrer.


RAPIDINHAS

Esta terça-feira, 28 de julho, marcou 26 anos da conquista da primeira Libertadores pelo GRÊMIO, com gols de Caio e César. Foi o dia que a América conheceu a força do GRÊMIO.


O Benfica teria demonstrado interesse em contratar o goleiro Victor, mas teria desistido ante à pedida do GRÊMIO e do Paulista de Jundiaí, clubes que dividem o vínculo do jogador. O valor teria sido algo em torno de € 5 milhões.


Parabéns, direção omissa! O experiente volante Emerson, que já declarou que quer encerrar sua carreira no GRÊMIO, foi anunciado pelo... Santos!


Torcedores fizeram um site pedindo a saída de Tcheco. Eis o endereço: http://www.saitcheco.com/. E só pra constar: eu não tenho NADA a ver com isto!


Estou ansioso pra ler a coluna do vizinho. Trovoadas no aterro marginal do Guaíba!


Ainda terminaremos este campeonato na frente deles. Pode escrever.


O GRÊMIO, atual campeão da Taça BH, está nas semifinais da competição. Passamos pelas oitavas aplicando 4x0 no Goiás. Nas quartas, novo 4x0 em cima do Atlético-PR. Agora, nosso adversário será o Atlético-MG e o jogo será no Mineirão.


O destino de Orteman deve ser o San Lorenzo.


William Thiego renovou contrato até 2012.


Saudações Maxi-Imortais,

Leonel Knijnik (DJ Aldebaran)
Gaúcho por Tradição e Gremista de Coração



“SACUDIDA NO VESTIÁRIO”, AGORA ?

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Não há como eleger outro título. O assunto da semana é, fora de dúvidas, “a sacudida de vestiário” anunciada por F. Carvalho logo ao término da ridícula derrota para o Botafogo no Rio de Janeiro. Mas, com todo respeito à competência e sabedoria de Carvalho, as providências demoraram. A sacudida chega tarde. Carvalho poderia ter nos poupado das pífias apresentações contra a LDU, da derrota no clássico e desse jogo ridículo contra o Botafogo. No dia 14.julho (coluna n. 130), escrevi que “o decréscimo de produção individual generalizado é um sintoma de contaminação do vestiário”. Estava mais claro que o brilho do sol, tanto que conclui o tópico entitulado de “Vestiário” com a seguinte recomendação: “F. Carvalho precisa agir com rapidez e precisão para evitar piores conseqüências.”. Mas parece que a diretoria do INTERNACIONAL não quis enxergar os problemas que eram evidentes. E como diz o velho dito popular, o pior cego é aquele que não quer enxergar!
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CHUTE NA PORTA
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O episódio da "sacudida no vestiário" deixou evidente que Tite perdeu o controle do grupo. E isso é preocupante. Agora Tite, definitivamente, é refém dos resultados. O "chute na porta do vestiário" sempre é a derradeira atitude da diretoria antes de afastar o treinador.
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NOVO TIME I
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Sandro, Guiñazu, Giuliano e Andrezinho. Essa deve ser a meia cancha contra o Barueri. Na mesma coluna n. 130 que acima menciono, abordei os péssimos desempenhos de Magrão e D´Alessandro e sugeri exatamente esta meia cancha para o confronto com o Fluminense (trocando Glaydson por Sandro, em virtude da lesão, à época, deste último). Nosso treinador, assim como a direção, também parece não querer enxergar o que é óbvio.
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NOVO TIME II
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A defesa não deve mudar. Bolivar, Índio, Sorondo e Kleber. Só espero que Tite trata de oferecer suporte para os laterais. Como venho afirmando, nossos laterais defendem e apóiam sem a companhia ideal, ficando, por isso, expostos. No ataque, com o afastamento provisório de D´Alessandro, abre-se a vaga de estrangeiro para que Bolaños seja aproveitado. Mas as notícias dão conta que Taison joga ao lado de Alecsandro.
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NOVO TIME III
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Portanto, como se vê, apenas na meia cancha teremos mudanças. E não só de nomes. O losango cede ao quadrado, com Giuliano e Andrezinho atuando mais próximos dos dois atacantes. É uma boa providência, especialmente pela perda de qualidade ofensiva em decorrência da venda de Nilmar. Tite anuncia que Kleber terá mais liberdade para apoiar. Ver para crer!
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OS PONTOS CORRIDOS
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O sistema de disputa por pontos corridos é tão peculiar que nem mesmo a queda de produção abissal do INTER foi capaz de nos afastar do G4. A gordura acumulada nas 10 primeiras rodadas, boa parte com times mistos ou reservas, era tão grande que permanecemos entre os líderes. E, mais, os adversários principais tropeçam, como é o caso do Galo Mineiro na última rodada. Minha preocupação é com o São Paulo que já começou a acertar seu time e a embalar para a parte de cima da tabela.
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TERRA DO SOL NASCENTE
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Já disse na última semana e volto a afirmar, essa viagem ao Japão será de grande valia para o INTERNACIONAL. Não tanto pelo valor da Suruga Bank, que possui sim valor comercial e de mercado para o clube, mas especialmente pela possibilidade de reagrupar os jogadores. O afastamento do grupo por 12 dias servirá para reestruturar a equipe.
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D´ALESSANDRO
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O argentino foi afastado do grupo e treina em separado. Depois da atuação displicente nos 45 minutos iniciais no Rio de Janeiro contra o Botafogo era o mínimo que poderia acontecer. A falta de participação de D´Alessandro beirou o deboche com o torcedor Colorado.
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MAGRÃO
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A notícia que leio, agora, dá conta que Magrão sofreu pancada no tornozelo no treino e está fora da partida contra o Barueri. Estranho! Suspeito! Ainda mais com a declaração do médico de que Magrão não deve viajar para o Japão. Algo me diz que esta lesão do Magrão é 171 brabo.
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PORTÃO 8
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A delegação do INTER foi alvo de fortes manifestações, no aeroporto, durante a chegada do Rio de Janeiro. Não concordo com quem critica tais manifestações. O torcedor precisa ser respeitado e tem sim o direito de manifestar sua inconformidade. Os profissionais sim não agiram bem ao provocar os torcedores. Tite e Taison poderiam ter criado um confronto por responderem aos torcedores. São pagos e muito bem e devem estar preparados para ouvir as críticas de quem lhes paga (o torcedor). Aliás, que falta faz o PORTÃO 8!
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ESTÁ REGISTRADO NA HISTÓRIA
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O Internacional, como em muitos outros aspectos, é pioneiro em Torcidas. Jogador na década de 20, V. Rao acabou escrevendo seu nome na história na década de 40, como insuperável animador e organizador de torcida. Rao foi pioneiro a levar FAIXAS, BANDEIRAS e FOGUETES aos estádios. A torcida do grêmio dizia que aquilo era coisa de crioulo, mas um dia os gremistas não resistiram e também aderiram as faixas e foguetes. RAO estava preparado e abriu um enorme pano no estádio escrito: "Imitando crioulo, heim?". Está escrito e está registrado na história.
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RÁPIDAS
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Celeiro de Ases trouxe mais DUAS TAÇAS para o Beira-Rio. No final de semana fomos CAMPEÕES da Copa Brasil nas categorias sub15 e sub17. Para maiores detalhes clique aqui.
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A euforia do vizinho na última coluna, pós vitória no clássico, denota com propriedade o sofrimento do rapazote durante dois anos e sete clássicos sem vencer.
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Falei acima do São Paulo. Escrevi mais detalhadamente a respeito em meu sítio pessoal na postagem REVENDO CONVICÇÕES.
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Copa Suruga faz parte do CALENDÁRIO OFICIAL DA FIFA.
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Para desespero do vizinho!
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Partida contra o Barueri será o jogo de número 1000 do INTERNACIONAL em campeonatos nacionais;
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São 442 vitórias, 276 empates e 281 derrotas. O time marcou 1.373 gols e levou 1.011, um saldo positivo de 362;
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Barueri que é um visitante terrível. Das 7 partidas fora de casa perdeu 1, venceu outra e empatou 5. Parada duríssima!
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Clemer já figura no banco de reservas.
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Alguém duvida que possa voltar em breve ao time ?!
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E se Clemer voltar alguém tem dúvidas de quem será o Capitão do time ?!
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Santos mobilizado para contratar Fernandão.
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Posso apostar que o Beira-Rio seria o caminho de Fernandão, caso volte ao futebol brasileiro.
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Por que nenhum clube da Série A contrata o Edno da Portuguesa ?
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A propósito de SEGUNDA DIVISÃO, caro vizinho, tu que conheces tão bem o tema, esse Bilica do Vila Nova de Goiás é aquele mesmo que fez peripécias na POLTRONA 36 do teu ônibus ?
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“Eu vou voltar jogando bem” (declaração de D´Alessandro hoje após o treino).
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Tchê, “cumpay”, é o mínimo que nós COLORADOS esperamos.
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Saudações rubras, do DONO DA ALDEIA (*39), CAMPEÃO DE TUDO e SEMPRE NA PRIMEIRA DIVISÃO.
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L. Portinho

terça-feira, julho 21, 2009

Ano III, Número 131

É PRECISO APRENDER NAS DERROTAS

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A semana que passou referendou inteiramente minha tese de que os maus resultados são decorrência da falta de alternativas táticas. Tanto é assim que até a utilização do esdrúxulo 3-5-2 contra o Fluminense surtiu algum efeito (comentei tal partida em meu sítio pessoal). No clássico, abandonamos o losango e com um quadrado no meio campo tivemos superioridade no primeiro quarto da partida, em decorrência, principalmente, da liberdade que teve um dos dois articuladores. Com D´Alessandro marcado teríamos sucumbido no sistema de losango, mas a presença de Andrezinho na armação foi fundamental e, inclusive, deu origem ao lance do gol. Mas, como também preconizei na última semana, salvo a inspiração de Nilmar, nosso time é só jogada de bola parada. A diretoria Colorada, pelo andar da carruagem e pelas entrevistas pós-derrotas, não está aprendendo as lições deixadas pelas derrotas.

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DERROTA I – O NÓ TÁTICO

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Levamos um gol de falta e, na segunda etapa, P. Autuori neutralizou nossas ações ofensivas incumbindo Adilson da marcação sobre Andrezinho. Como Tite não deixa os laterais subirem ao apoio e não aparelha sua equipe com sistemas laterais de triangulação, o INTERNACIONAL ficou submisso e, mais uma vez, foi amarrado pelo adversário (“como toma nó tático nosso treinero”!). O time vizinho teve mais disposição e volume de jogo em três quartos da partida. O empate nos caia muito bem, mas a gota d´água veio com uma falha estupenda em cobrança de escanteio pelo adversário (falta de treino ?!).

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DERROTA II - A “MESMISSE”

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Quando sofremos o 2º golo, ainda restavam 20 minutos para o final da partida e era natural esperar do treinador iniciativas tendentes à busca do resultado: Alecsandro por um dos jogadores de meio ou mesmo por Kleber (fixando Bolivar na zaga); a liberação total dos laterais com a colocação de um 3º zagueiro ou comprometimento de Sandro em tal função. Eram apenas algumas das possibilidades. Mas, nesse momento, entrou em campo, novamente, a “mesmisse” de Tite. Atacante por atacante, meio de campo por meio de campo. Substituições “6” por “meia dúzia”. É óbvio - não mudaram e não acrescentaram absolutamente nada. Ao apagar das luzes veio a provocação. Danilo por Bolivar (de novo!).

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DERROTA III – O TIME TORTO

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Contra o Corinthians, no Pacaembu, denunciei o absurdo da fixação de Taison e de todas as ações ofensivas da equipe pelo lado direito da defesa inimiga quando o adversário atuava com um meia improvisado na lateral esquerda. A repetição de erros, como diz o sábio dito popular, é burrice. Pois bem, domingo o adversário entrou com um zagueiro das divisões de base (o Sr. M. Fernandes) improvisado na lateral direita. Era de se esperar que tal fraqueza do inimigo fosse explorada. Porém, todas nossas ações ofensivas foram concentradas, pasmem, do outro lado. Taison foi escalado como atacante fixo pela direita, sem autorização para mudar de lado. O futebol não perdoa tantos equívocos.

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AJEITANDO A COZINHA

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Um bom time começa por uma boa defesa. E foi assim que o INTERNACIONAL construiu a estrutura do título da Sudamericana 2008, do Gauchão 2009 e da gordura do início do Campeonato Nacional (mesmo sofrendo 4 golos em 2 jogos, ainda possuímos uma das melhores defesas do certame com 13 gols sofridos). Nesse período, mesmo com equipes mistas ou reservas, possuíamos um meio campo combativo e os quatro da linha defensiva sempre dividiam bolas em vantagem. Defesa e meio campo atuavam próximos e sem qualquer espaço de ação para adversários. Foi o que nos faltou nas últimas jornadas. Uma casa que funciona depende de uma cozinha bem organizada.

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SANDRO

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Sandro foi o melhor jogador do INTERNACIONAL no clássico. Voltou de parada de 2 semanas por lesão muscular e atuou os 90 minutos como se nada tivesse acontecido. Foi visível o retorno da estabilidade defensiva na meia cancha, propiciando, inclusive, maior tranqüilidade para os zagueiros. Prova disso é que os dois gols que sofremos foram de jogadas de bola parada (falta treino?!). Uma das partes da espinha dorsal da equipe está reconstituída. Estou confiante de que por aí começa a reabilitação de nosso sistema defensivo.

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INDIO

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Quando a defesa vai mal o primeiro a ser responsabilizado é o xerife. Natural, o zagueiro central é o pilar de sustentação de todo o sistema defensivo. Índio foi criticado no ano passado quando o 3-5-2 chama derrota afundava nossas ambições. Cresceu com a efetivação do 4-4-2. Agora as críticas estão de volta. Zagueiro central não pode jogar no mano a mano com atacante adversário. Dessa forma já vi Lucio, C. Silva, Aloisio e até Don Elias Figueroa (por Palinha) serem trucidados. A volta de Sandro, e a correção de posicionamentos da meia cancha, pode retomar os dias de calmaria para o Cacique.

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NILMAR

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O “homem gNAL” deixou mais um tento registrado na história. Não foi suficiente, mas ele estava lá mais uma vez. A boataria de início de semana, todavia, indica a negociação de nosso astro com o Wolfsburg da Alemanha por 15 milhões de Euros (dos quais 14 milhões ficariam nos cofres do INTERANCIONAL). Há duas semanas apontei que julho será o último mês do “Golden Boy” no Beira-Rio. A medida que os dias passam tal convicção, infelizmente, só aumenta.

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ESTÁ REGISTRADO NA HISTÓRIA

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“Nunca um gNAL havia sido tão importante como em fevereiro de 1989. A partida valia vaga na final do Brasileirão e na Libertadores. No primeiro jogo, 0 a 0 no Olimpico. No segundo, no Beira Rio, o tricolor saiu na frente e Casemiro foi expulso. Mas o Inter tinha Nilson, que virou a partida para 2 a 1 e garantiu o seu lugar na história” (caderno especial 100 anos de gNAL do CORREIO DO POVO – 19.julho.2009). O gNAL do SÉCULO aniversaria 20 anos e está escrito e está registrado na história!!!

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RÁPIDAS

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INTERNACIONAL 141x119 portoalegrense... Superioridade vermelha também está escrita e registrada na história!

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O Caderno Especial 100 ANOS DO CLASSICO gNAL do Correio do Povo é uma obra prima.

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Aliás, parabéns ao grande amigo e parceiro de editoria P.R.Sanchotene tanto pela edição especial dos 100 ANOS DE CLÁSSICO como também por ser o idealizador da disputa do clássico n. 377 nesta data histórica.

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Depois de dois anos e 7 (sete) clássicos sem vitória, estava na tua hora não é Sanchotene ?!

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Da série não tem preço: O “homem do futebol” da azenha, Sr. Meira, declarando que o gNAL do SÉCULO não valeu nada e que este de domingo sim era o verdadeiro gNAL do Século.

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Como piada foi um sucesso...

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A inveja vizinha é impagável!!!

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Está começando a faltar rádio aqui em casa. Bolivar por Danilo, de novo, agora aos 40 minutos do segundo tempo, perdendo por 2x1, É DEMAIS!!!

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Bolivar e Kleber, assim como qualquer outro que for escalado na função de lateral, são reféns do sistema de Tite que limite o apoio e não propicia as companhias necessárias ao sistema de triangulações.

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Explicação para o fato de Taison jogar fixo na ponta direita: cumpriu a função tática de marcar o lateral adversário F. Santos. Tchê, É DEMAIS!!!

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De craque a execrado em três dias.

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Taison, assim como os laterais, é vítima das convicções e “artimanhas” do treinador.

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Repito: errar é humano, mas repetir o erro é burrice.

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Vizinho levanta a questão do efeito suspensivo para D´Alessandro e me cobra coerência com relação às críticas que formulei na temporada passada quando da concessão do efeito para 3 atletas de sua agremiação.

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Situações fáticas completamente diversas.

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Incoerência é comparar as atitudes que levaram à punição dos azenhanos com as de D´Alessandro.

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D´Alessandro, como anotei na última semana, sequer tocou em adversário.

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Ainda vejo o INTERNACIONAL como favorito ao título do Campeonato Nacional, mas a venda de Nilmar arrefeceria tal sentimento.

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A viagem ao Japão para disputar a Copa Suruga Bank será de grande valia para recolocar as coisas nos trilhos. Teremos 12 dias afastados das pressões e compromissos - tempo suficiente para realizar inter temporada que poderá render bons frutos até o final do ano.

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A propósito da Suruga Bank, trata-se de competição de uma marca/empresa sim, nos mesmos moldes, aliás, da Toyota Cup.

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Ao desavisado vizinho, quero lembrar que para disputar a Suruga Bank é preciso levantar Taça. Não existe vaga ou convite, meu caro vizinho, tem de levantar CA-NE-CO!!!

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E aí volta aquela indagação: há quanto tempo não levantas uma Taça vizinho ?

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Pela volta do “beabá” e do “feijão com arroz” ao Beira-Rio, urgente!!!

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Saudações rubras, do DONO DA ALDEIA (*39), CAMPEÃO DE TUDO e SEMPRE NA PRIMEIRA DIVISÃO.

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L. Portinho


ELES NÃO PODEM FUGIR PARA SEMPRE!!


Não tem pra ninguém! O GRE-nal do centenário é tricolor! Na bela comemoração dos 100 anos de um dos maiores clássicos do mundo, a vitória é gremista, a exemplo do primeiro jogo disputado entre as duas equipes. E desta vez eles não conseguiram fugir para Erechim, como fizeram no Gauchão. Tiveram de nos enfrentar no Olímpico, onde não perdemos um clássico desde 2006. E jogando em nossa casa, fomos superiores e impusemos a vitória em cima dos amargos.

Não adiantou Noveletto, STJD que deu efeito suspensivo pro D’Alessandro, presidente Chorando pra Carvalho, o papa, o bispo.. a vitória no verdadeiro GRE-nal do século é GREMISTA. E uma MAXI vitória!


A RECEPÇÃO

Cheguei ao estádio meio em cima do laço, em função da comemoração do almoço de aniversário da minha noiva. Confesso que estava receoso de que pudesse se repetir o episódio contra o Cruzeiro, mas mesmo chegando poucos momentos antes de os times entrarem em campo, consegui entrar tranquilamente no Monumental. Antes, fui agraciado com o belíssimo material produzido pelo jornal Correio do Povo, com uma espécie de “programa” do jogo festivo, com matérias sobre os principais clássicos e dados sobre todos os GRE-nais disputados. Uma belíssima iniciativa. Belíssima como a faixa que eu vi na torcida Geral, com os nomes daqueles jogadores gremistas que envergaram o manto metade azul, metade preto, que o GRÊMIO usava em 1909. Kallfelz – Deppermann – Becker – Carls – Black – Mostardeiro – Brochado – Moreira – Schroder – Booth – Grunewald. Nomes que entraram para a história do clássico como a primeira escalação vitoriosa.


O INÍCIO DO JOGO

Como todo GRE-nal, o jogo começou truncado, mas o GRÊMIO jogava um pouco melhor. Entramos em campo com Mário Fernandes jogando de lateral-direito e Autuori mantendo a ideia de time que ele vinha escalando desde que Thiego vinha atuando de lateral, já que este foi expulso de forma infantil no jogo contra o Coritiba. Enfim, um GRE-nal sem invencionice por parte do GRÊMIO. Uma escalação que segue uma linha tática bem definida pelo nosso treinador. Enfim, uma cabeça pensante na casamata gremista.

Réver voltava de lesão e Leo não atuou devido ao 3º cartão amarelo. Rafael Marques atuou em seu lugar, dando boa solidez à zaga. De resto, o time-base que vinha jogando, com Herrera e Maxi Lopez no ataque.


O SUSTO

Jogávamos melhor, mas acabamos levando um gol em uma bobeada da nossa zaga e um erro crasso de Souza, que reclamou de empurrão por parte de Nilmar, que entrou na nossa área ao seu estilo e fuzilou Victor, que nada pôde fazer. Um castigo que não era merecido, mas deixar um jogador com a qualidade de Nilmar na cara do gol, ele acaba marcando. Estaríamos nós vendo, novamente, a repetição de um filme (citando o título da coluna nro. 111)

Sentimos o gol, o time ficou intranquilo e acabou cometendo alguns erros que não vínhamos cometendo até então. Mas os vermelhos não tiveram outras chances.


O GOLAÇO DE SOUZA

Onze minutos depois do gol vermelho, falta de Guinha Azul em cima de Souza. Bem próximo à grande área. Bem dali que o Souza já tinha guardado outras na Libertadores. O próprio Souza cobrou e... guardou! Estava empatado o clássico, e estava marcado o nome de Souza na história do clássico. Por ter feito o primeiro gol gremista depois dos 100 anos do GRE-nal e por ter feito o gol nro. 500 do GRÊMIO na história dos clássicos.


A INDIGNAÇÃO DE TCHECO E O FINAL DO PRIMEIRO TEMPO

O jogo voltou a ser truncado. Melhoramos um pouco após o gol de empate, mas o final do primeiro tempo veio com uma leve superioridade do adversário. Tcheco, que de novo não jogou bem, saiu esbravejando: “não está nada bom’, disse ele.

Não importa se ele estava certo ou não em verborragizar na imprensa se ele mesmo nada fazia pra mudar a situação. Mas sim que parece que algo contaminou o GRÊMIO no retorno ao segundo tempo, pois a segunda etapa foi jogo de um time só. E, pra nossa felicidade, só deu GRÊMIO.


A APARIÇÃO DE MÁRIO FERNANDES

Ninguém entendeu a escalação de Mário Fernandes na lateral-direita. Mas como eu houvera dito antes, foi o mais coerente com a linha de raciocínio que Paulo Autuori vinha traçando, com um zagueiro de área na lateral-direita fechando mais o setor e liberando Fábio Santos para subir mais. Mas o próprio Mário começou a se soltar mais, e a aparecer com tranquilidade em subidas de qualidade que começaram a chamar a atenção do torcedor gremista. No primeiro tempo ele parecia meio receoso, afinal não deve ser fácil ser escalado em uma função que não é a sua em um clássico, ainda mais quando se trata de um jogo histórico. Principalmente depois de ter passado tudo o que ele passou. Mas quando Mário Fernandes demonstrou personalidade e qualidade, fez aparecer um novo dono para a camisa 2 do GRÊMIO.

Uma grande atuação, que merece destaque.


RÉVER E A SOLIDEZ DA ZAGA

Réver demonstrou de novo toda a sua qualidade. Foi um gigante na zaga gremista. Uma grande atuação do nosso camisa 5, eleito por muitos como o melhor jogador do clássico. E mostrou porque ele é um dos melhores zagueiros em atividade no Brasil ao lado de William, do Corinthians. Fez uma boa dupla com Rafael Marques. Mas Autuori, em sua entrevista coletiva pós-jogo, sinalizou com a volta de Leo, que ficou de fora do GRE-nal por um cartão amarelo de jogo e, assim sendo, tem sua escalação assegurada. Mas a dupla Rafael Marques e Réver se mostrou mais consistente.


A MAXI VIRADA

A boa atuação de Réver havia de ser premiada. Aos 24 minutos, um chute de fora da área do zagueiro gremista tinha endereço certo. Mas a bola caprichosamente acerta Guinha Azul (sendo que há quem acredite que ele tenha dado uma cortada na bola, caracterizando o pênalti na jogada) e desvia caprichosamente para onde estava a cabeça de Maxi Lopez que, no local certo e na hora certa, cutucou de cabeça a bola pra dentro do gol defendido por Lauro. Estava estabelecida a festa.


ÍNDIO, O HOMEM COLUNA ENTORTADA

Pelo jeito o zagueiro Índio está deixando de ser homem GRE-nal para virar homem “coluna entortada”. Depois de levar um drible de Ronaldo digno de desconotaço nas paletas, no clássico foi a vez de Souza causar torcicolo no camisa 3 deles. Um drible desconcertante, onde o Índio deve estar procurando o Souza até agora.


D’ALESSANDRO, O HOMEM-TAPETÃO

O fato extracampo mais importante do clássico foi, sem dúvida, a escalação de D’Alessandro por um efeito suspensivo obtido junto ao STJD. Aliás, já disse. Quero ver o escarcéu do vizinho.

Mas como meu sogro, valoroso torcedor do co-irmão, houvera preconizado dois dias antes: se o gringo jogasse o que (não) vinha jogando, seria desfalque para eles e reforço para nós. E pouco se viu do argentino em campo. Afinal a marcação gremista em cima dele funcionou muito bem. Mais uma prova que, depois de muito tempo, temos um técnico de verdade.


MAIS UMA VEZ, O DEDO DE AUTUORI

E como eu mesmo havia escrito aqui na semana passada, alertei os vermelhos que o GRÊMIO não era mais treinado pelo Celso Roth, e que por isto o clássico não era mais favas contadas para eles, que nem foram os anteriores. Cada vez menos se vê a equipe dando chutão. Está se vendo são jogadas, passes, toque de bola. Isto tudo na medida exata, sem tornar o GRÊMIO um time ‘toque-toque’, o que fugiria às características históricas de todos os times gremistas que já ganharam algo de relevante. Mesmo com algumas atuações abaixo da média, como a apresentada na derrota frente ao Coritiba no meio de semana, a cada dia que passa fica mais evidente o trabalho de Paulo Autuori, e também o tempo que perdemos com outros nomes que passaram por aqui anteriormente.


PÓS-CLÁSSICO: A SOBERBA VERMELHA

Os vermelhos, depois do clássico, deram uma aula de como não agir depois de uma derrota. A começar pela resposta obinesca de Vitório Pífio, que disse que o GRÊMIO ganhou porque fez dois gols e o time dele só fez um. Depois, jogadores se recusando a dar entrevista e o papelão do Guinha Azul, que empurrou o microfone de um repórter que, ao indagá-lo se ele enquanto capitão do time teria algo a dizer pra torcida, respondeu: “que torcida?”

Meus caros, há de se aprender a perder também.


DAQUI PRA FRENTE...

Quarta-feira às 19h30min tem jogo de novo, e o adversário é o claudicante Avaí. E se mantemos uma invencibilidade em casa no Brasileiro, quando saímos do Olímpico a situação se inverte, pois seguimos sem vencer fora de casa. Bom momento para reverter este quadro, e bom momento também para firmarmos pé no G-4, uma vez que pegaremos o Santo André em casa no esdrúxulo horário de sábado, às 18h30min, no Olímpico.


RAPIDINHAS

Alex Mineiro foi anunciado pelo Atlético-PR. O jogador se apresentou na Arena da Baixada nesta terça-feira.


O lateral-esquerdo Helder foi emprestado para o Bahia.


A Juventus de Turim deve fazer uma proposta pelo zagueiro Leo. O valor especulado gira em torno de € 5 milhões. Caso confirmada a saída do nosso camisa 3, Réver deve permanecer. Nosso camisa 5 tem proposta do Bari, da Itália, mas ele mesmo diz que não quer ir para “um clube inexpressivo”.


Saudações Maxi-Imortais,

Leonel Knijnik (DJ Aldebaran)
Gaúcho por Tradição e Gremista de Coração

sexta-feira, julho 17, 2009

Edição Especial!

Editoria de Arte Globo.com/GloboEsporte.com


SERÃO CEM ANOS NO FIM-DE-SEMANA


Em celebração, escolheu-se dois textos publicados originalmente no Impedimento. Ambos os autores são colorados, mas isso não importa. Não, de hoje até às 16 horas de domingo, ao menos. E não importa porque escrevem como apaixonados pelo Gre-Nal. O lado, agora, é o que menos interessa. O jogo envolve gremistas e colorados por igual, e -como relata Cassol- ao longo desses 100 anos todos têm motivos de sobra para se orgulhar do seu próprio lado (e, por que não?, mesmo sem admitir, invejar o outro também). Portanto, dane-se, como bem aponta Ceconello, se as direções se fecharam em pavor do rival, e ignoraram solenemente a data. O clássico é maior do que as mesquinharias provincianas dos cartolas. O clássico é de cada gremista e cada colorado individualmente. E, assim, convidamos todos para celebrar estes 100 anos cada qual a sua maneira.


100 anos de Gre-Nal, o melhor jogo do MUNDO!


Saudações grenalistas,
Paulo Roberto Tellechea Sanchotene - sancho.brasil@gmail.com

P.S.: Tomei a liberdade acrescentar ao texto do Ceconello, a experiência do meu primeiro Gre-Nal num estádio, e algum linque no texto do Cassol. Minhas inserções estão entre colchetes. Não possuo mesmo talento, mas, sabem como é, eu disse que não importava o time deles, porém, no fim, este especial tinha ficado vermelho demais!






Cem Anos de Gre-Nal, por Daniel Cassol


Na semana toda se falou dos cem anos de história do maior clássico do futebol brasileiro. Eu fiz o inverso. Recorri ao Negro Dalcir, um crioulo que vive no interior de Caçapava do Sul – e costuma prever o futuro de acordo com o comportamento do seu cusco, o Piloto, para saber como serão os próximos cem anos do Gre-Nal.

Eis um resumo das previsões do Negro Dalcir, concluídas enquanto Piloto lagarteava no sol, cravando os dentes na virilha de vez em quando, pra açoitar um carrapato.

Neste novo século do clássico trataremos de encontrar um outro Gre-Nal do Século [ou dois]. É da natureza dos homens, dos torcedores de futebol e dos jornalistas – nesta ordem – estabelecer marcas e datas como referência. Por isso mesmo falaremos muito do gol 2.000 nos grenais, como falamos do gol 1.000.

Os jornais de domingo publicarão fotos nais quais rivais se abraçam. Casais que superaram a rivalidade Gre-Nal serão personagens de matérias na televisão. Na hora do almoço havéra debate esportivo.

O Grêmio golerará o Inter, uma, duas vezes e mais. O Inter devolverá as goleadas, uma, duas vezes e mais.

Um árbitro favorecerá o Inter e será acusado de colorado. Logo em seguida, o mesmo árbitro favorecerá o Grêmio e será acusado de gremista. Quem perder o clássico, acusará o árbitro – às vezes antes mesmo da partida começar.O torcedor do time vencedor do Gre-Nal do domingo acordará cedo para trabalhar na segunda. O torcedor que perder pedirá um atestado médico.

O Inter não será convidado para a inauguração da Arena, para que a história não se repita. O Inter só aceitará o Grêmio no Beira-Rio por obrigação, pois o rival não costuma ser uma boa visita.

Surgirá um craque para dizer que é hora de um veterano se aposentar. Alguns artilheiros farão coisas estúpidas também.

Mas talvez não tenhamos mais cabritas sendo lançadas no gramado e dirigentes invadindo o campo. Muitas coisas serão feitas pelo computador. Oxalá o exame de próstata.

Infelizmente, novas tragédias deverão ocorrer em nome da rivalidade, e muitas delas serão combinadas na internet.

Em campo, questões polêmicas serão resolvidas no tapa.

As autoridades proibirão tudo: cerveja, avião, grito de gol. A torcida dará um jeito.

No estádio, só estará gente de bem. Ainda existirá violência, dentro, perto ou longe do estádio, por algum motivo que as autoridades não entenderão.

Cada Gre-Nal será eterno.

Os homens terão de sair com as crianças em dia de Gre-Nal, para não incomodar a mulher e suas amigas que estarão em casa tomando cerveja e vendo o jogo. O feminismo terá logrado muitos avanços.

Quando chegarmos aos duzentos anos do Gre-Nal, nossos dirigentes também não saberão aproveitar a chance. O Projeto Genoma descobrirá então que a estupidez está no DNA dos cartolas.

No fim das contas, uma coisa é certa: todos os grenais dos próximos cem anos pegao fogo, a começar pelo primeiro clássico do segundo século de clássicos. Porque Gre-Nal é Gre-Nal. E vice-versa.






História Universal da Angústia, por Douglas Ceconello


Um atacante gremista largou-se em velocidade e invadiu a área, desferindo um potente chute, defendido parcialmente por Fernández. A bola subiu e sobrou para Alcindo cabecear para o gol vazio. Neste instante, surge um colorado, Daniel Franco, que se joga ao encontro da bola, sobre a linha, e a afasta, meio de ombro, meio com o braço. A metade vermelha do Beira-Rio se levanta, num rugido. O árbitro, incontinenti, estende o braço e anota pênalti. A outra metade, azul, ergue-se numa explosão.

Era setembro de 1991, o primeiro Gre-Nal que assisti na arquibancada. Pensando hoje, creio que o empate em um gol realmente mostrou-se uma contribuição maior para o meu ESPÍRITO do que seria uma vitória vermelha. Pelo simples motivo que a grandeza e a imprevisibilidade do clássico foram arremessadas como um tijolo no meu peito.

A parcela de gremistas erguendo-se num estampido para comemorar o gol ainda hoje é uma das sensações mais ATERRADORAS da minha existência. Que os azuis estavam em peso no Beira-Rio, eu percebia visualmente, mas não tinha noção de que, sim, eles comemorariam – em alto e bom som.

Naquela fração de segundo entre a bola tocar nas redes e o clamor tricolor transformar-se em ÁUDIO e chegar até onde eu estava, ainda tive a esperança de que nada daquilo estava acontecendo, que a bola havia saído e que os jogadores corriam e erguiam os braços por sei lá quais motivos. Foio ruído gremista que acabou com meus devaneios e jogou a realidade no meu colo. Naquele dia, aos 12 anos, eu percebi que não é possível ser completamente feliz.




[Era outubro de 1994. À época, tinha 13 para 14 anos, e recém virara sócio do Grêmio. Grêmio e Inter haviam caído no mesmo grupo na Segunda Fase do Brasileiro daquele ano e a quarta rodada marcava Gre-Nal, e no Olímpico! Um amigo do meu pai resolveu levar toda a gurizada para o jogo, e aproveitei a carona. Com ingresso sobrando, até um colorado estava no meio da delegação. Sem problemas, pois, naquele tempo (e faz tanto assim, será?), na Azenha, gremistas e colorados caminhavam lado a lado. Crianças de mão com os pais. Algazarra, provocações e festa. Melhor do que imaginei que seria, mas exatamente como tem que ser.

Até então, tudo o que sabia do Gre-Nal era por relatos. Confirmei-os todos no estádio. Primeiro fato: a torcida adversária. Eu já havia freqüentado o estádio antes, e me acostumado com os rivais ocuparem uma parte insignificante da arquibancada. No Gre-Nal, isso é -ou, pelo menos, era- bem diferente. Nada menos que um quarto do estádio encontrava-se pintado de vermelho. Segundo fato: superlotação. Gremistas e colorados com ingresso de arquibancadas foram deslocados para as cadeiras cativas do Olímpico. NENHUM INCIDENTE. Terceiro fato: o sentir o jogo. Tudo é gritos e risos até momentos antes da bola rolar. Entra o árbitro, "elogiado" pelos torcedores de ambos os lados, e os times. O estádio ruge, vibra, treme e... se cala. Só quem grita são os vendedores. No resto, o silêncio domina. Nessa hora, o peso do Gre-Nal verga a todos. Quarto fato: o coração na garganta. Não importa onde a bola estiver; se é o adversário que a controla, é gol, certo! Não há qualquer explicação racional para isso, mas é essa a sensação que se tem. Toda aquela confiança se esvai no momento em que perde-se a bola e o outro lado do estádio se levanta. É um “Xiiii! É agora…” que dura todo o jogo.

Casualmente, o resultado também foi 1-1. Do jogo, não me lembro quase nada, e o que mais me marcou sequer foram os gols, mas a celebração. Como foi bom olhar o lado vermelho do estádio murcho e calado com o nosso 1×0! Em compensação, a festa dos quase 15.000 colorados no Olímpico na hora do gol foi, para dizer o mínimo, assustadora; mas, ainda assim, creio ter sido naquele momento de frustração e tristeza que me apaixonei eternamente pelo clássico.
]



Na AURORA da minha adolescência sem-vergonha eu já possuía algum discernimento para perceber que o Gre-Nal era uma representação perfeita do DUALISMO entre a miséria e a glória da humanidade. Sobre como as reversões de expectativas AFUNDAM as cuecas do espírito, enquanto a REDENÇÃO, justamente por ser tão inesperada e singular, gera quase uma sensação de VAZIO.

Quando desperta para um domingo de Gre-Nal, Porto Alegre é toda falsidade. Porque, apesar do DISFARCE em vivas cores azul e vermelha, basta uma visão um pouquinho mais ACURADA para percebermos que a melancolia está em todos os cantos, nas calçadas sujas, nas sombras do Centro, nos armazéns abandonados à margem da Freeway, nos postes abençoados por cães de bexiga frouxa.

Ainda que a gritaria coma solta ao redor das churrasqueiras imortais e que as bandeiras tremulem marotas, nas sacadas dos prédios ou pendentes na janelas dos Del Rey vindos de Alvorada e adjacências, há um manto de tristeza que desce lentamente sobre a capital, do Sarandi ao Belém Velho. Os dias de clássico são os mais tristes que já presenciei.

Porque, fosse possível, evitaríamos todo esse BAILE DE MÁSCARAS (ns). Afinal, por que correr o risco de perder, por que correr o risco de vê-los felizes, rasgando a noite em gargalhadas após sermos incondicionalmente humilhados depois de uma derrota por 1 a 0 em um jogo no qual fomos superiores? Por que nos empurrar para o matadouro novamente, como tantas e tantas outras vezes?

Antes de ser vencido, um Gre-Nal nunca é bem-vindo.

Após dois milênios de tensão muscular e descabimentos emocionais, termina o jogo. Ganhamos, perdemos ou empatamos – e, nesse caso, geralmente ambos vencemos. Um boteco ou, na falta de dinheiro e sobra de vergonha, o caminho de casa são os destinos invariáveis.

Gosto de imaginar os momentos pós-Gre-Nal em PRISCAS ERAS, quando provavelmente o matungo deitava solene seu chapéu na mesa de um ESTABELECIMENTO COMERCIAL e sorvia seu trago noite a dentro, consolando-se com o inferno pessoal que seria sua vida até o próximo clássico. Ou, então, transbordando todo o ímpeto do triunfo, mandava fechar uma CASA DE TOLERÂNCIA para se esbaldar em prazeres menos metafísicos do que superar o rival.

Se o digno caminho do lar for a escolha para curar as feridas, os vitoriosos chegam pisando forte para anunciar que adentra o recinto um vivente que foi alvejado de forma fatal pelo que há de mais doce no universo. Nas próximas horas, são santos na arte de escutar a ladainha do mulherio e aturar as peripécias infantis. Tudo lhes causa prazer, lhes dignifica a existência. Seu olhar provavelmente está perdido, tenta incansavelmente tornar visível o prazer de triunfar em um Gre-Nal – e isso nunca pode ser visto, porque está, como diria Roberto Carlos, além do horizonte.

Já os que perdem não são derrotados, são zumbis que caíram numa emboscada digna de George Romero assim que saíram de casa, em qualquer quebrada da Borges de Medeiros ou da Érico Veríssimo. E santificadas serão as mulheres que nada falam, apenas sentam-se e lhe afagam os cabelos, reconfortando seu espírito destroçado e, sinceras e apostólicas, juram: “Te prometo que nunca mais o Jorge Veras [Fabiano] vai fazer isso”.

*****

Compreendo as críticas aos departamentos de marketing do Inter e do Grêmio, que pecaram muito na divulgação do jogo que comemora os 100 anos do clássico, mas enxergo nesse comportamento um instinto bem claro: medo de perder. Simplesmente, não querem promover a vitória do rival. Afinal, também é semana de comemorar 100 anos de aflição e angústia, 100 anos aprendendo a levar chicotada na cara e engolir seco, esperando amargamente pela redenção, possível apenas quando o vermelho e o azul estiverem em lados opostos do campo.

terça-feira, julho 14, 2009

Ano III, Número 130


O DEDO DO TÉCNICO


Paulo Autuori teve uma semana para trabalhar. E o dedo dele finalmente começa a aparecer no time. Afinal, ele estudou o adversário e conseguiu passar para o time os pontos fortes e fracos do Corinthians, que é atualmente um dos melhores times do Brasil. E deu certo, afinal o GRÊMIO teve uma grande atuação neste domingo.

Se no final de semana passado, o GRÊMIO tinha imposto uma goleada sobre o Atlético-PR sem jogar bem, desta vez a nova goleada, desta vez por 3x0, veio acompanhada de uma atuação consistente e convincente, com o GRÊMIO dominando por completo a partida e se impondo ao Corinthians. Pra se ter uma ideia, Ronaldo não teve sequer uma finalização ao gol defendido por Victor. A única vez que arrematou, já estava detectada a condição de impedimento, ele cabeceou e levou o cartão amarelo, bem aplicado por sinal.

Até mesmo Tcheco jogou bem ontem. Aliás, ontem eu não seria capaz de apontar um jogador do GRÊMIO que tenha destoado do resto do grupo. E mesmo o Corinthians jogando com sua zaga totalmente reserva, principalmente sem William, que nós conhecemos bem e pra mim é o melhor zagueiro em atividade no Brasil, nós também estávamos com um ataque considerado reserva. Maxi Lopez não jogou devido a uma forte gripe, que pode tirá-lo da partida de quarta também. Aliás, havia até mesmo uma suspeita de que ele estaria infectado com a gripe A, mas a possibilidade felizmente já foi descartada. E Herrera estava suspenso pelo 3º amarelo.

Com isto, cessam também as especulações sobre a saída de Jonas, que jogou sua sétima partida no Brasileiro, o que impossibilita sua transferência para outros times da série A. Quem pode sair ainda é Alex Mineiro, que jogaria a sexta partida contra o Coritiba. Havia uma especulação de que Jonas poderia ir para o Sport Recife e que Alex Mineiro poderia se transferir para o Santos, em uma troca pelo zagueiro Fabiano Eller, ou para o Atlético-PR.


A SEMANA GRE-nal

Para o time e a direção, até precisa ter aquele discurso de que precisamos primeiro pensar no confronto contra o Coritiba. Mas o torcedor pode ser direto. Principalmente quando se trata do GRE-nal que marca os 100 anos do clássico.

Eu particularmente não gosto dessas declarações pré-jogo que podem ser usadas para municiar o adversário, que independente do momento, é sempre perigoso.

Eu sinceramente espero uma vitória no clássico, cairia muito bem neste momento. Mas pra não deixar de dar uma provocadinha básica, que eles não se esqueçam que o técnico do GRÊMIO não é mais Celso Roth.


O JOGO CONTRA O CORITIBA

Quarta-feira tem um jogo difícil contra o Coritiba. Convenhamos que o alvi-verde da capital paranaense não vai muito bem das pernas, mas nunca foi fácil vencer por lá. O Coritiba tem alguns jogadores perigosos, como Carlinhos Paraíba e o argentino Ariel. Nosso time vai desfalcado. Não joga Maxi Lopez, se recuperando de uma gripe, Herera, com contratura muscular e Souza, suspenso pelo 3º amarelo. Réver segue sendo dúvida. Ele já não atuou contra o Corinthians e deve ser poupado para o clássico. Com isto, o único jogador pendurado com 2 cartões seria Leo. Nosso jogo é o primeiro da rodada, às 19h30min da noite.

Nosso provável time: Victor; Thiego, Leo, Rafael Marques e Fábio Santos; Túlio, Adílson, Tcheco e Maylson; Jonas e Alex Mineiro.

Se vencermos o Coritiba, nossa secação será em cima do Barueri, Palmeiras e Vitória, que jogam respectivamente contra Santos, Flamengo e Náutico.


RAPIDINHAS


D’Alessandro suspenso por 60 dias, e já começou o chororô vermelho na mídia.


Aliás, a direção deles está tentando um efeito suspensivo. Se obtiver, será que o vizinho vai fazer o mesmo escarcéu do ano passado, quando dizia que era uma vergonha que jogadores do GRÊMIO atuassem sob o beneplácito da morosidade do STJD (vide colunas 74 e 93)? Deveria, em nome da coerência.


Os vermelhos tinham razão quando montaram aquele site “eu tenho certeza”, afirmando que o Corinthians ia perder por 3x0 em Porto Alegre. De fato, perdeu.


RonaLDU!


Vermelhos seguem na campanha pra se tornar “vice de tudo”, com o vice da Recopa. Ou também, o torneio entre os dois únicos times na história da Libertadores a serem eliminados na fase de grupos no ano em que estavam defendendo o título.


Agora, rumo ao vice da Copa Suruba!



E enquanto isto, o Oito e Trinta, adversário deles neste torneio, demitiu o técnico Péricles Chamusca após uma série de QUATORZE (!) derrotas consecutivas. Este vice vai ser mais difícil eles ganharem.



Agora, se ganharem do lanterna do tradicionalíssimo Campeonato Japonês, decerto vai ter gente indo pra Goethe comemorar.



Saudações imortais,

Leonel Knijnik (DJ Aldebaran)
Gaúcho por Tradição e Gremista de Coração


H. AMORIM VIVE!

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Faleceu na última semana Hugo Antonio Mazeron Amorim, o mestre H. Amorim. Lembro perfeitamente de minha iniciação no mundo do futebol, no início dos anos 80, quando diariamente aprendia lições gramaticais e táticas na leitura da coluna de Amorim. Paladino do 4-3-3 numa época em que o 4-4-2 se disseminava, suprimindo de nossos domingos a alegria de uma jornada repleta de dribles, fintas e belos cruzamentos dos hoje extintos ponteiros de ofício. Que saudades de S. Hickmann e Silvinho. H. Amorim viveu e morreu defendendo o futebol arte; homem de princípios e ideais, acima de tudo, foi delegado de esquerda em plenos anos de chumbo da ditadura militar. Apaixonado pelo Internacional, conselheiro vitalício do clube por força dos serviços prestados, era freqüentador do Gigante em todos os jogos. Durante anos assistimos ao Colorado muito próximos; ele sentava sempre à direita das cadeiras perpétuas. Foi o mestre Amorim que criou esse estilo de abreviar nomes que aqui sempre adotei; aliás, era exatamente assim que assinava suas colunas: “H. Amorim”. O que fizeste pelo Internacional e por todos nós jamais será esquecido. No Beira-Rio sempre estarás presente mestre H. Amorim!
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MURRO EM PONTA DE FACA I
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O grande problema que detecto nessa queda continua de produção da equipe é a falta de opções táticas. Os adversários aprenderam a marcar o INTERNACIONAL e eliminar os pontos fortes da equipe. Salvo nos raros lances de inspiração de Nilmar, nosso time é só jogada de bola parada. E, convenhamos, isso é muito pouco para quem almeja conquistas. A equipe comandada por Tite não consegue alterar sua forma de jogar e se submete às restrições que lhe são criadas.
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MURRO EM PONTA DE FACA II
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O pior de tudo é que direção e treinador, em análise após a derrota em Curitiba, declararam que deixamos escapar chances de vencer a partida. Ou seja, tudo permanecerá como está; continuaremos a tentar derrubar muralhas de concreto ou, como diz o dito popular, a dar murro em ponta de faca.
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ALTERNATIVAS I
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O 4-4-2 com meia cancha em losango funcionou bem na Sudamericana 2008 e no primeiro semestre desta temporada porque o vértice ofensivo estava em grande fase. D´Alessandro teve ótimas atuações e municiava Taison e Nilmar em propulsão. Mas esse é exatamente o problema do losango, a produção ofensiva depende diretamente da atuação do vértice ofensivo da meia cancha. Por isso sempre preferi a escalação de um quadrado na meia cancha, com dois volantes e dois meias ofensivos.
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ALTERNATIVAS II
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A meia cancha do INTERNACIONAL parou de funcionar e o time afundou junto. Claro, o meio de campo é o motor do time. Sandro está lesionado, Magrão há 4 ou 5 jogos não é visto em campo, D´Alessandro atravessa péssima fase técnica e até o Guina teve duas atuações discretas contra LDU e Atlético-PR. Glaydson, Guiñazu, Andrezinho e Giuliano. Não seria uma alternativa para enfrentar o Fluminense ?
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ALTERNATIVAS III
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O problema é que Tite não dá sinais de descontentamento com as atuações da equipe. Parece que tudo permanecerá intocado. Aliás, nem mesmo com placares amplamente adversos, como aconteceu na final da Copa Brasil, em Quito e Curitiba, Tite teve ousadia e criatividade para mudar a forma de atuar da equipe. Com 3x1 contra, não seria o caso de sacar um meia cancha marcador e colocar um terceiro atacante ?
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ALTERNATIVAS IV
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Taison já demonstrou ter capacidade para jogar na quarta função da meia cancha. Mas Tite prefere sacá-lo do time para o ingresso de Alecsandro; ou, pior ainda, trocar um meia por outro. O procedimento de trocar seis por meia dúzia chega a ser irritante.
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LATERAIS
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Muitas críticas ouço e leio a respeito das atuações de Bolivar, Kleber e M. Cordeiro. De fato, a contribuição de nossos laterais, nessas últimas partidas, foi pobre. Não os culpo. São vítimas das limitações que Tite lhes impõem. Não bastasse isso, denuncio há algum tempo a inexistência de triangulações O lateral apóia sem parceria ou, quando muito, acompanhado de um meia. Falta a presença de um terceiro elemento para formar o triângulo ofensivo. Numa equipe taticamente balanceada, a triangulação é formada entre o lateral, um meia ofensivo e o segundo atacante. É o famoso “be-a-bá do futebol”. Algo que nossos treinadores, com polpudos salários, têm obrigação de conhecer e colocar em prática.
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RECOPA
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Na última semana falei que o time da LDU é fraco e que seria impossível repetir a péssima atuação do jogo de ida no Beira-Rio. Ledo engano. O INTERNACIONAL foi ainda pior em Quito, apático, sem motivação e sem pernas para recuperar o prejuízo. Só perde final e competição internacional quem tem competência para lá chegar. Agora, o complicado é perder sem qualquer ambição ou compromisso com a vitória. Nossa atuação no Equador foi pornográfica!
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VESTIÁRIO I
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A queda de produção da equipe sinaliza problemas de vestiário. Aliás, passou despercebido da imprensa declaração do Sr. G. Luiggi no sentido de que era necessário resolver “divergências internas”. Tal declaração ouvi em entrevistas concedidas por Luiggi após as derrotas para o Corinthians em São Paulo, para a LDU aqui em Porto Alegre e, novamente, na derrota para os paulistas aqui em Porto Alegre. Ao que parece, não é só na imprensa que as declarações de Luiggi passam despercebidas.
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VESTIÁRIO II
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O decréscimo de produção individual generalizado é um sintoma de contaminação do vestiário. O atraso do até então exemplar profissional Álvaro (e líder), recém barrado do time titular é um sinal evidente do que digo. Há mais. No intervalo do jogo contra LDU em Quito, Tite, fugindo a seu estilo, também proferiu uma declaração preocupante, no sentido de que é ele quem manda no vestiário (quando indagado sobre o que os jogadores pensavam da derrota parcial). Sintomas claros de que o clima não é bom no vestiário colorado. F. Carvalho precisa agir com rapidez e precisão para evitar piores conseqüências.
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ESTÁ REGISTRADO NA HISTÓRIA
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L. C. Reche, em sua última coluna dominical do Correio do Povo, editou um por onde anda com Balalo. Falei aqui de pontas, da saudade de Silvinho; pois Balalo foi justamente o substituto de Silvinho na ponta esquerda do Internacional. Já não era o estilo de ponta agudo como seu antecessor, fechava pelo meio como um quarto homem de meia cancha. Formou com Rubens Paz uma jogada mortal pela esquerda, que muito contribuiu para levantarmos o caneco do Gauchão 1984 (o do TETRA!). A última Revista do Internacional, por seu turno, traz matéria especial com Gérson, o centroavante da conquista da Copa Brasil 1992. Um número nove de carteirinha que metia gol de tudo que é lugar (quem não lembra das duas buchas que colocou em potentes chutes de fora da área contra o time do vizinho nos confrontos mata-mata daquele certame ?!). Balalo e Gérson são ídolos eternos e estão registrados na história.
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RÁPIDAS
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Falei acima do quão irritante é a troca de seis por meia dúzia. Domingo Tite exagerou! A substituição de Bolivar por Danilo, quando o placar apresentava 3x1 adverso, foi de atirar o rádio na parede.
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Bastou a meia cancha cair de produção para as viúvas de Edinho voltarem à cena.
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É de enlouquecer.
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Fato da semana: a babação de ovo ao treinador M. Menezes em Porto Alegre.
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Aliás, as homenagens demonstram, ao menos, coerência por parte da turma da azenha. Afinal de contas, Mano é o ator principal do DVD batalha dos aflitos. Não resta dúvidas, o título da SEGUNDONA é a maior conquista da história da vizinhança.
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Cada um tem a maior conquista da história que merece, não é vizinho ?!
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Morumbi, São Paulo x Flamengo. Adriano se atirou na área como se a mesma fosse uma piscina; o juiz, no ato, apontou a marca da cal. É incrível o número de penalidades máximas a favor o Flamengo e do Corinthians.
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D´Alessandro punido com 60 dias sem tocar em adversário algum.
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Aliás, por que o Sr. Procurador do STJD, tão atento, denunciou D´Alessandro e Kleber e não o fez com relação ao jogador Cristian do Corinthians ?
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D. Souza do Palmeiras agrediu Domingos do Santos e foi absolvido.
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Dois pesos, duas medidas...
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Máfia Paulista e Casa Bandida do Futebol - CBF
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Internacional possui a defesa menos vazada do campeonato nacional (9 gols sofridos).
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Um grande paradoxo.
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Domingo tem clássico gNAL.
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O Sr. D. Kroeff já declarou que seu time está em melhor fase.
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Começaram a cantar vitória antes do tempo.
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Já vi este filme várias vezes. Sempre prefiro chegar no clássico em silêncio e como franco atirador.
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A quarta vitória consecutiva em gNAIS no ano cairia muito bem para arrumar nossa casa.
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É semana gNAL, mas, antes, temos importante compromisso na 4ª feira contra o Fluminense, no Gigante da Beira-Rio. Uma vitória contra os cariocas pode nos devolver a liderança do certame.
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TE LEVANTA COLORADO!
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Saudações rubras, do DONO DA ALDEIA (*38), CAMPEÃO DE TUDO e SEMPRE NA PRIMEIRA DIVISÃO.
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L. Portinho

segunda-feira, julho 06, 2009

Ano III, Número 129
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LIDERANÇA ISOLADA
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Para aqueles que colocaram em dúvida a qualidade do plantel do INTERNACIONAL, a grande resposta é a tabela do Campeonato Nacional. A liderança isolada, conquistada em boa parte pelos ótimos resultados obtidos com a equipe mista (quando não totalmente reserva) é a maior prova do quão qualificado é o nosso grupo de atletas. Sorondo, Alvaro, Danilo, M. Cordeiro, Glaydson, Giuliano, Andrezinho, Alecsandro e Bolaños seriam titulares em qualquer clube do Brasil, sem dúvida alguma. Podemos não conquistar o Nacional, mas não é pela falta de qualidade de nosso grupo. Volto a afirmar o que já disse na coluna 123, esse ano só o INTERNACIONAL pode tirar o título do Campeonato Brasileiro do INTERNACIONAL.
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INIMIGOS
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O São Paulo segue em crise. O Palmeiras treinador, time e muito menos grupo para postular a taça. O Cruzeiro ainda perderá duas semanas com a disputa da Libertadores e, tornando-se campeão da américa, deve dedicar toda atenção ao Mundial Fifa. O Galo Mineiro de C. Roth já demonstrou, nas duas últimas rodadas, que é coelho (e de pouco fôlego!). Os cariocas não merecem sequer comentários individualizados, tamanha a pobreza e decadência de seus clubes (aliás, o Botafogo é forte candidato ao rebaixamento). Sobre o Corinthians, que novamente deve ser nosso grande adversário pela taça.
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NILMARAVILHA I
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L.C.Reche da Rádio Guaiba disse que deu a impressão de que Nilmar não estava afim de jogar em Recife, mas mesmo assim marcou dois gols e sofreu uma penalidade, para conferir ênfase a importância que o “golden boy” tem em nosso time. E, de fato, foi essa a impressão. Parece que Nilmar resolveu o jogo a nosso favor quando e como quis. É disparado o melhor jogador em atividade no futebol brasileiro. E, garanto, não há um Colorado em sã consciência que deite sua cabeça no travesseiro e não deixe de imaginar o desfecho da Copa Brasil com Nilmar em campo na primeira partida das finais lá no Pacaembu. Mas, infelizmente, vivemos no país da Máfia Paulista e da Casa Bandida do Futebol.
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NILMARAVILHA II
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E o Colorado que aproveite muito bem, porque julho é nosso último mês com Nilmar na equipe. As declarações de Tite e do Presidente V. Piffero após a vitória sobre o Náutico deixam isso mais do que evidente. “Tomara que Nilmar fique”, de Tite, e “sempre que o Inter vende um jogador, o time fica melhor”, de Piffero, são pistas evidentes de que já há uma proposta irrecusável e que a concretização do negócio é questão de tempo. Para bom entendedor, meia palavra basta, já diz o jargão popular. E, no caso, temos muito mais do que meias palavras.
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TITULARES e RESERVAS I
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Não há como negar. O rendimento da dupla Taison e D´Alessandro nas últimas partidas decepciona. Mas a decepção decorre justamente do muito que esta dupla fez até o presente momento na temporada. Ambos foram figuras mais do que decisivas tanto na campanha do Gauchão como na caminhada da Copa Brasil. D´Alessandro foi prejudicado por lesão recente e parece não ter reencontrado, ainda, o ritmo de jogo. Taison precisa de paciência de parte do torcedor. Creio que os dois devem permanecer na equipe.
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TITULARES e RESERVAS II
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Até porque seus substitutos – e os nomes solicitados por aqueles que querem a saída da dupla do time titular -, Andrezinho e Alecsandro, também não costumam jogar tão bem quando estão no onze inicial. Pelo contrário, são figuras importantes na parte final do jogo, quando provêem do banco de reservas. Especialmente o meia Andrezinho, um verdadeiro talismã. Aliás, o amigo E. Campelo (vulgo Montanha), repórter da rádio Guaíba, ao final da partida contra o Náutico, traçou comparação impecável e pertinente entre Andrezinho e Escurinho.
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RECOPA
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Semana de viajar ao Equador para buscar o bi-campeonato da RECOPA. Acredito que temos todas as condições de voltar da altitude e Quito com a taça na bagagem. Até porque impossível repetir a péssima atuação da primeira partida. A derrota por 1x0 no Beira-Rio foi uma das piores apresentações do INTERNACIONAL na temporada. E o time da LDU é fraco. Aliás, foi eliminada na primeira fase dessa Libertadores aí que, não resta mais dúvida alguma, foi uma das Copas de pior nível técnico da história da competição.
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DEBATE ABSURDO...
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Nada como o transcurso do tempo e dos fatos. Ele sana qualquer dúvida e esclarece qualquer controvérsia. Ao final do ano passado o debate mais corriqueiro no Rio Grande era saber quem tinha feito melhor temporada. Um absurdo diante dos fatos já na época, é claro! Mas os pijamas se vangloriavam da “vaga” na Libertadores. Colorados, com toda razão, mostravam as TAÇAS (aqui seria interessante colocar uma foto, porque o vizinho já nem lembra mais o que é uma taça!) de Campeão Gaucho e Campeão da Sudamericana. Bueno, tá morta a cobra, como todos já sabiam, o time do vizinho seria eliminado da Libertadores e vaga para competição nunca foi comenda. Taça no armário e faixa de campeão no peito sim, isso ninguém tira. Colorado campeão gaucho e Colorado campeão da Sudamericana!!! Ponto final no debate.
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CELEIRO DE ASES
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INTERNACIONAL bi-campeão gaúcho de juniores. A campanha da gurizada: 24j 20v 3empates e apenas 1 derrota. Na final despachamos o Cerâmica de Gravataí por 8x1 no agregado (placar já clássico do Colorado em finais de gauchão). Só para lembrar, a pivetada da vizinhança foi eliminada por este Cerâmica na primeira fase do certame (notícia trazida na COLUNA n. 124). Bah, mas que vexame! Mais um caneco que a gurizada medonha do INTER traz para o Beira-Rio. VIDA LONGA AO CELEIRO DE ASES!
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DNA I.
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Quando exponho aqui questões do DNA azul, a vizinhança literalmente sai da casinha e me critica (geralmente de forma agressiva). Agora, diante do que li, ouvi e assisti na última semana, apenas vou trazer os fatos. A vizinhança que faça a análise. “DIREÇÃO FAZ APELO CONTRA RACISMO” era manchete do Correio do Povo de 2.julho.2009. E no texto da matéria li textualmente a seguinte declaração do Sr. D. Kroeff: “Querem vaiar, vaiem. Mas nada de racismo. É um apelo que eu faço.”.
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DNA II
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Tchê, lá na azenha, em pleno ano da graça de 2009, mais de um século depois da abolição da escravatura, ainda é preciso que se faça este tipo de apelo ?! Mas que barbaridade! E não é que o apelo não surtiu efeito (que dúvida!). Todo mundo ouviu na transmissão do jogo e o Correio do Povo, na contracapa o dia 4.julho.2009, registrou: “Além de todo o episódio envolvendo torcedores e a BM, o Olímpico foi palco de outra polêmica na quinta-feira. Gremistas teriam imitado o som de um macaco em duas oportunidades; no aquecimento do zagueiro Elicarlos e quando o zagueiro Leonardo Silva precisou ser atendido, alegando lesão”. E daí vizinho ?
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ESTÁ REGISTRADO NA HISTÓRIA
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7 de julho de 1997. Há exatos e precisos 12 anos, O INTERNACIONAL vencia o clássico gNAL n. 334 e conquistava o título de Campeão Gaucho contra um adversário favorito, comandado pelo Sr. L.F.Scolari. O gol da vitória foi de Fabiano, em lance inesquecível. Após receber de Enciso, o Cachaça deu uma paulada no canto superior da meta do goleirinho Darnley. Antes, na semana da decisão, Fabiano passou os dias com a perna direita engessada, enganando a turma da azenha, numa jogada de bastidores que entrou para a história dos clássicos. Mais tarde, em 24 de agosto, Fabiano se transformaria eternamente em Uh! Fabiano ao comandar nosso escrete no histórico gNAL dos CINCO-a-dois (gNAL n. 335), enquanto a patrola da vizinhança atolava. Está tudo registrado na história.
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RÁPIDAS
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Uh! Fabiano é eterno!!!
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Entre os comandados por O. Loss que conquistaram o título de bi-campeão gaúcho de juniores estavam o goleiro Agenor e as jovens promessas Marquinhos e Léo, além do jovem atacante Marinho que foi contratado no começo da temporada e não teve espaço no grupo principal.
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Merecem destaque e atenção por parte da torcida também o centroavante de carteirinha Leandro (2 gols na partida final) e o meia W. Libano.
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Vitória sobre o Náutico, fora de casa, é importantíssima para quem tem pretensão de título.
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Não pela qualidade do adversário (candidato a rebaixamento), mas porque já está provado e comprovado que os campeões não perdem pontos nessas partidas fáceis.
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Foi contra esses times mais fracos que os campeões pretérios acumularam gorduras e conquistaram seus títulos.
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O vizinho poderia nos explicar por que o seu grande ídolo M. Lopes foi alcunhado de “La Barbie” ?!
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Semana alegre em Porto Alegre, quarta-feira festa da pijamada e quinta-feira festa da turma do saci pererê (assisti essa no rock gol da MTV).
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A propósito, na semana em que aconteceram dois grandes jogos em Porto Alegre, ficou mais do que evidente quem possui a torcida mais ordeira, a direção mais competente e o estádio com capacidade para sediar grandes confrontos.
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Quem duvida disso pergunte à Brigada Militar. Ou melhor, pergunte à própria torcida que costuma freqüentar aquilo lá na azenha que o vizinho de vez em quando chama de estádio.
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É 5ª feira rapaziada! Vamos dar o troco na LDU e conquistar o bi-campeonato da RECOPA!
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Saudações rubras, do DONO DA ALDEIA (*38), CAMPEÃO DE TUDO e SEMPRE NA PRIMEIRA DIVISÃO.
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Luiz Portinho




VERGONHA!!


Foi vergonhosa a maneira de que fomos eliminados pelo Cruzeiro dentro de nossa casa. Não pelo fato de termos perdido no resultado combinado para um time que provou ser mais equipe do que a nossa, mas sim pelo jeito que nosso torcedor foi tratado na entrada do Olímpico.

Os fatos são públicos e notórios. Mas uma vez que a direção conclama o torcedor para comparecer ao estádio e incentivar seu time e acontecem os incidentes lamentáveis relatados, de torcedores sendo tratados como bandidos dentro de seu estádio que, em muitas vezes, acaba se tornando a segunda casa do torcedor, jamais poderia se omitir diante das circunstâncias.

Agora pergunto: com que ânimo um torcedor que foi achincalhado na entrada de seu próprio estádio vai incentivar o time? Ou simplesmente chega lá, vê o entrevero todo e simplesmente volta para casa, sendo que saiu de seu lar e, em muitas vezes deixou a mulher e os filhos para estar junto de seu time do coração em um momento em que este precisava tanto de seu grito e de seu apoio. E como este torcedor é recebido e tratado?

Depois de quinta-feira, muitos torcedores irão pensar duas vezes antes de sair de casa para ir assistir a um jogo.

Está certo que ninguém deixará de ser gremista, mesmo que tenha apanhado da Brigada como um criminoso. Afinal, a paixão de um torcedor pelo seu clube é algo que jamais muda. Podemos mudar de emprego, de marido ou esposa, de partido político, mas jamais de time de futebol. Mesmo assim, o torcedor é o cliente do futebol e deve ser tratado como tal.


SUCESSÃO DE ERROS I

A desclassificação da Libertadores ocorrida na quinta-feira foi consequência de uma sucessão de erros, que começou ainda ano passado. No dia da eleição para presidente do GRÊMIO. Duda Kroeff já havia sido vice de futebol na gestão Cacalo e foi responsável por contratações de nomes como Beto Cachaça, Sérgio Manoel, Guilherme e do treinador Hélio dos Anjos, entre outros menos favorecidos. Ocorreu que um apoio de Fábio Koff, que chegou a ir ao pátio do Olímpico pedir voto no filho do falecido patrono Fernando Kroeff, combinado com uma promessa de que o ex-presidente bicampeão da Libertadores voltaria ao vestiário para atuar no futebol gremista, iludiu o torcedor. Talvez até mesmo a escolha de Antônio Vicente Martins pela chapa derrotada tenha sido fator determinante, afinal a passagem deste como vice de futebol em 2000 pela gestão Guerreiro também não foi das melhores. Mas o fato é que Kroeff foi eleito com o apoio de alguns grupos importantes dentro do Conselho. E outro fato é que, para mim, Koff morreu politicamente dentro do Olímpico.


SUCESSÃO DE ERROS II

Kroeff eleito, hora de determinar seu grupo de assessores. André Krieger e Luiz Onofre Meira, que vinham exercendo a função de vice e diretor de futebol, respectivamente, foram mantidos em seus cargos, já que declararam apoio à chapa 1 desde o começo. Tiveram desde outubro para identificar as carências do grupo. Parece que não fizeram adequadamente. Afinal, quando dezembro chegou, as contratações para a Libertadores começaram a ocorrer. A primeira delas foi alvissareira: Alex Mineiro, atacante consagrado. Mas esta contratação precedeu nomes como Diogo, Ruy, Fábio Ferreira, Fábio Santos, Rafael Marques, entre outros. Uma significativa alteração na base vice-campeã de 2008. Mas que não resolveu os problemas históricos do time.


SUCESSÃO DE ERROS III

A turbulência da transição de mandato no GRÊMIO foi traumática. Afinal, por influência dos grupos que deram sustentação à eleição de Duda Kroeff, a ordem era acabar com qualquer pessoa que trouxesse algum resquício de envolvimento com a gestão de Paulo Odone. Assim, Eduardo Antonini foi limado da GRÊMIO Empreendimentos, e Rodrigo Caetano foi praticamente forçado a pedir para sair do GRÊMIO, pois queriam transformar sua atuação a praticamente nada. Como diretor executivo, foi contratado Mauro Galvão.

Se para conquistar uma Libertadores é necessário união de forças dentro do clube em prol de um bem maior, que seria o tri da América, a gestão Duda Kroeff começou com a marca do ódio e do revanchismo.


SUCESSÃO DE ERROS IV

Desde o início do ano, este articulista vinha apontando os problemas. Perdemos Rafael Carioca, primeiro-volante de excelente qualidade e trouxemos para seu lugar um volante de um time rebaixado. Que por sinal nem está mais no elenco. Túlio, que acrescentou qualidade no setor, veio apenas para a segunda fase da competição. Faltava também um meia articulador que viesse para vestir a camisa 10 e mandar o inconstante e instável Tcheco definitivamente para o banco de reservas. No entanto, este meia não veio. A direção resolveu empilhar atacantes e gastou os tubos para trazer os argentinos Herrera e Maxi Lopez. E não investiu em quem deveria construir as jogadas para a bola chegar no ataque. Afinal, todos sabem que é no meio de campo que se ganha ou se perde uma partida de futebol.


SUCESSÃO DE ERROS V

A manutenção de Celso Roth ao final do ano passado pode ser detectada como um dos principais erros. Todos sabiam do histórico perdedor do ex-comandante tricolor. E todos sabiam que, mais cedo ou mais tarde, Roth seria fatalmente demitido e que a direção não aguentaria a pressão da torcida e dos conselheiros da base de apoio. Levou o bilhete azul depois da terceira derrota em 3 GRE-nais disputados no ano. Para seu nome, um treinador de um perfil totalmente diferente: Paulo Autuori, que seria o técnico certo para o momento errado. Afinal, se a convicção fosse apostar em um técnico, que se trouxesse Autuori para fazer o trabalho desde o início. Ficamos mais de 30 dias com técnico interino, sem uma sequência de trabalho, demonstrando a falta de convicção desta direção.


SUCESSÃO DE ERROS VI

Deixar o Gauchão em segundo plano também foi um erro crasso. E o pior foi não assumir publicamente uma postura sobre o nosso certame regional, mantendo-a independente dos resultados. Olha a falta de convicção aí de novo. Em 2007, usou-se o time no Gauchão como um laboratório para jogadores da base promovidos, mesclado com a base que jogaria a principal competição. Surgia Carlos Eduardo, titularíssimo da Libertadores e depois negociado com o futebol alemão. Este ano tínhamos um grupo da categoria de base que vinha de um inédito título de campeão brasileiro sub-20, e no entanto isto de nada serviu.


SUCESSÃO DE ERROS VII

Negligenciar totalmente as categorias de base foi um erro imperdoável. Se Rodrigo Caetano teve uma passagem vencedora dentro da base gremista, em 2009 a história foi totalmente diferente. Acabamos eliminados pelo Cerâmica no estadual de juniores, acabamos em penúltimo em um outro torneio disputado em maio e não passamos da primeira fase do tradicional Torneo Angelo Dossena, representando um desempenho pífio para aquele que deve ser o sustentáculo para qualquer clube de futebol. A base já nos forneceu vários jogadores que tiveram papel fundamental em competições que vencemos. No entanto, o histórico vencedor parece ter sido totalmente esquecido por esta direção.


SUCESSÃO DE ERROS VIII

Outro erro crasso foi pensar que um jogador com o perfil de Tcheco poderia usar a camisa 10 e ser capitão em uma Libertadores da América. Já havia ficado provado na final da Libertadores de 2007 que na hora do “pega pra capar”, ele simplesmente sumia. Como um jogador sem sangue e sem o espírito aguerrido que sempre foi característica de todas as equipes do GRÊMIO que conquistaram algo de relevante poderia capitanear o time em uma Libertadores? O time acabou ficando com a cara de seu capitão.


SUCESSÃO DE ERROS IX

Os resultados contra adversários inexpressivos como Aurora, Boyacá Chicó e Universidad San Martín iludiram muita gente, que acharam que chegaríamos ao título com este grupo. O Caracas, que era um pouco melhor do que os anteriores, já nos impôs dificuldades, tanto que nós eliminamos os venezuelanos com dois empates. Chegava, enfim, um teste de peso para o GRÊMIO. O Cruzeiro, adversário que nunca na história nós eliminamos em um mata-mata.

O primeiro jogo foi um compacto do filme que assistíamos exaustivamente nas principais partidas do GRÊMIO: gols perdidos em doses cavalares e falhas defensivas imperdoáveis. Perdíamos por 3x0 quando o gol de Souza, de bola parada, colocou um pouco de alento e esperança na torcida, que passou a acreditar no 2x0 baseado única e exclusivamente na imortalidade.


SUCESSÃO DE ERROS X

Alex Mineiro acabou não confirmando. Gastamos também um caminhão de dinheiro na renovação de Souza por 3 anos, sendo que para isto torramos Thiago Duarte, uma jovem revelação que sequer estreou no time principal (olha a negligência com a base de novo). Maxi Lopez, para cada gol que fazia perdia outros 3 imperdíveis. Jonas, como solução para uma Libertadores também se mostrou um equívoco. Pois me lembrou muito Claudio Pitbull em 2004. Contestado, virou destaque de um time rebaixado, da mesma forma que Jonas já havia sido emprestado à Portuguesa por insuficiência técnica, se destaca no time paulista que acaba rebaixado, e volta sendo solução. Marca alguns gols em Gauchão, e alguém dentro do GRÊMIO acha que está bom. Tcheco acaba confirmando... o que todos sabemos dele. E Souza, com a cabeça na renovação e no polpudo salário que ganhará a partir de então, não apresentava bom rendimento. Estávamos totalmente sem meio-campo, o único que se salvava ali era o garoto Adilson, mas este é no máximo esforçado.

E se dentro de campo a confusão estava estabelecida, fora de campo também. Cheguei no estádio uns 20 minutos antes do horário previsto para começar o jogo. Para minha surpresa, vi a polícia com escudos e cavalos na frente do portão 3 (de acesso às cadeiras locadas), fechando o portão e impedindo a entrada dos torcedores, mesmo aqueles que como eu pagam religiosamente sua mensalidade em dia e queriam seu lugar no estádio. O fato é que a truculência da Brigada Militar, conjugado com a ansiedade dos torcedores que queriam adentrar o estádio, transformou o pátio do Olímpico em um verdadeiro barril de pólvora. Depois de muita insistência, entrei no estádio. Mas o jogo já tinha 40 minutos do 1º tempo e o placar já era de 2x0 para o Cruzeiro.

Felizmente não ocorreu comigo nenhuma das agressões que foram relatadas por torcedores, incluindo um amigo meu que levou gás de pimenta nos olhos e golpes de cassetete. Sócios e locatários de cadeira sendo tratados como gado quando tudo que queriam era apoiar seu time do coração. E pior: depois de tudo, o jogo de empurra continuou, pois o GRÊMIO responsabiliza a Brigada pelo ocorrido, e esta por sua vez responsabiliza o GRÊMIO. Relatos em blogs sobre o GRÊMIO registram mais e mais absurdos. E o pior: segundo laudos técnicos, em nenhum momento o Olímpico teve sua capacidade total esgotada. E eu já fui a jogos com 50, 55 e até 60 mil pessoas e não vi nada disto.

Talvez a lei seca imposta dentro dos estádios tenha contribuído para o ocorrido. Afinal, o torcedor que gosta de tomar uma cerveja antes do jogo fica bebendo nos bares do entorno do estádio, já que dentro não poderá consumir sua bebida. E acaba entrando em cima do laço dentro do estádio. E daí sobrecarrega a entrada. O fato de o jogo ser durante a semana também contribui para que isto aconteça.


GRÊMIO X CAP: GOLEADA E RESSACA PÓS-ELIMINAÇÃO

Um público de pouco mais de 12 mil pessoas foi ao Olímpico para conferir o jogo do GRÊMIO que marcou o reencontro com o torcedor depois da eliminação na quinta-feira. Marcamos 3 gols rapidamente 2 vezes por Maxi Lopez e uma por Herrera. E aos 12 minutos de jogo o GRÊMIO já estava vencendo por 3x0. Ainda sofremos um gol no 1º tempo, que acabou 3x1.

No segundo tempo o GRÊMIO sofreu mais os efeitos da ressaca pós-eliminação, com o Atlético-PR causando alguma dificuldade à nossa equipe, que não jogava um bom futebol apesar do resultado. Mesmo assim Herrera ainda marcou mais um gol, dando números finais à partida, que acabou 4x1 para o GRÊMIO.

A goleada não pode, no entanto, causar falsas impressões ao torcedor, à direção e ao técnico gremista. Afinal, a baixa qualidade do Atlético-PR, pra mim um dos candidatos ao descenso, foi fator preponderante para o resultado.

Agora enfrentaremos o Corinthians em casa no próximo domingo. Depois, saímos de POA e vamos enfrentar o Coritiba lá no Couto Pereira. Precisamos de bons resultados nestes dois jogos até mesmo para dar ânimo para o GRE-nal dos 100 anos, que será dia 19/07 no Olímpico. E também porque estes jogos serão importantes para as pretensões do GRÊMIO dentro do Brasileiro. Se pretendemos chegar à Libertadores, o que dificilmente acho que irá acontecer, temos que obter bons resultados.

Sinceramente, acho que o momento agora é preparar a equipe para a disputa da Copa do Brasil e da Sul-Americana de 2010, com vistas à classificação para a Libertadores em 2011. Este ano, até devido à sequência de erros cometidos até agora, devemos nos dar por satisfeitos se terminarmos entre os 10 primeiros. Embora tenha tempo para uma recuperação gremista no campeonato, não vejo grandes possibilidades.


RAPIDINHAS

A possível transferência do jogador Felipe Melo da Fiorentina para o Arsenal pode render dividendos ao GRÊMIO. Como sua passagem por aqui foi antes de ele completar 23 anos, o GRÊMIO teria direito a 0,5% do valor da negociação devido ao mecanismo de solidariedade da FIFA. Além disso, dois ex-gremistas são cotados para substituir Felipe Melo: Lucas, pouco aproveitado no Liverpool, e Rafael Carioca, que não teria se adaptado bem ao Spartak Moscou.


O lateral-direito Ruy deve mesmo ir para o Fluminense.


O GRÊMIO teria interesse no meia Fabrício, de 29 anos, que teve passagem pelo Atlético-PR em 2005, sendo destaque na campanha do clube paranaense quando este chegou ao vice da Libertadores. Após passagem pelo futebol do Catar, o meia deve voltar ao futebol brasileiro no meio do ano.


Nesta terça-feira ocorre uma reunião entre direção e comissão técnica para definir os rumos do GRÊMIO a partir de agora. No entanto, isto será assunto para semana que vem, já que antecipei o fechamento da coluna da semana.


Saudações imortais de quem já ganhou a Copa do Brasil QUATRO vezes,


Leonel Knijnik (DJ Aldebaran)
Gaúcho por Tradição e Gremista de Coração