terça-feira, julho 14, 2009

Ano III, Número 130


O DEDO DO TÉCNICO


Paulo Autuori teve uma semana para trabalhar. E o dedo dele finalmente começa a aparecer no time. Afinal, ele estudou o adversário e conseguiu passar para o time os pontos fortes e fracos do Corinthians, que é atualmente um dos melhores times do Brasil. E deu certo, afinal o GRÊMIO teve uma grande atuação neste domingo.

Se no final de semana passado, o GRÊMIO tinha imposto uma goleada sobre o Atlético-PR sem jogar bem, desta vez a nova goleada, desta vez por 3x0, veio acompanhada de uma atuação consistente e convincente, com o GRÊMIO dominando por completo a partida e se impondo ao Corinthians. Pra se ter uma ideia, Ronaldo não teve sequer uma finalização ao gol defendido por Victor. A única vez que arrematou, já estava detectada a condição de impedimento, ele cabeceou e levou o cartão amarelo, bem aplicado por sinal.

Até mesmo Tcheco jogou bem ontem. Aliás, ontem eu não seria capaz de apontar um jogador do GRÊMIO que tenha destoado do resto do grupo. E mesmo o Corinthians jogando com sua zaga totalmente reserva, principalmente sem William, que nós conhecemos bem e pra mim é o melhor zagueiro em atividade no Brasil, nós também estávamos com um ataque considerado reserva. Maxi Lopez não jogou devido a uma forte gripe, que pode tirá-lo da partida de quarta também. Aliás, havia até mesmo uma suspeita de que ele estaria infectado com a gripe A, mas a possibilidade felizmente já foi descartada. E Herrera estava suspenso pelo 3º amarelo.

Com isto, cessam também as especulações sobre a saída de Jonas, que jogou sua sétima partida no Brasileiro, o que impossibilita sua transferência para outros times da série A. Quem pode sair ainda é Alex Mineiro, que jogaria a sexta partida contra o Coritiba. Havia uma especulação de que Jonas poderia ir para o Sport Recife e que Alex Mineiro poderia se transferir para o Santos, em uma troca pelo zagueiro Fabiano Eller, ou para o Atlético-PR.


A SEMANA GRE-nal

Para o time e a direção, até precisa ter aquele discurso de que precisamos primeiro pensar no confronto contra o Coritiba. Mas o torcedor pode ser direto. Principalmente quando se trata do GRE-nal que marca os 100 anos do clássico.

Eu particularmente não gosto dessas declarações pré-jogo que podem ser usadas para municiar o adversário, que independente do momento, é sempre perigoso.

Eu sinceramente espero uma vitória no clássico, cairia muito bem neste momento. Mas pra não deixar de dar uma provocadinha básica, que eles não se esqueçam que o técnico do GRÊMIO não é mais Celso Roth.


O JOGO CONTRA O CORITIBA

Quarta-feira tem um jogo difícil contra o Coritiba. Convenhamos que o alvi-verde da capital paranaense não vai muito bem das pernas, mas nunca foi fácil vencer por lá. O Coritiba tem alguns jogadores perigosos, como Carlinhos Paraíba e o argentino Ariel. Nosso time vai desfalcado. Não joga Maxi Lopez, se recuperando de uma gripe, Herera, com contratura muscular e Souza, suspenso pelo 3º amarelo. Réver segue sendo dúvida. Ele já não atuou contra o Corinthians e deve ser poupado para o clássico. Com isto, o único jogador pendurado com 2 cartões seria Leo. Nosso jogo é o primeiro da rodada, às 19h30min da noite.

Nosso provável time: Victor; Thiego, Leo, Rafael Marques e Fábio Santos; Túlio, Adílson, Tcheco e Maylson; Jonas e Alex Mineiro.

Se vencermos o Coritiba, nossa secação será em cima do Barueri, Palmeiras e Vitória, que jogam respectivamente contra Santos, Flamengo e Náutico.


RAPIDINHAS


D’Alessandro suspenso por 60 dias, e já começou o chororô vermelho na mídia.


Aliás, a direção deles está tentando um efeito suspensivo. Se obtiver, será que o vizinho vai fazer o mesmo escarcéu do ano passado, quando dizia que era uma vergonha que jogadores do GRÊMIO atuassem sob o beneplácito da morosidade do STJD (vide colunas 74 e 93)? Deveria, em nome da coerência.


Os vermelhos tinham razão quando montaram aquele site “eu tenho certeza”, afirmando que o Corinthians ia perder por 3x0 em Porto Alegre. De fato, perdeu.


RonaLDU!


Vermelhos seguem na campanha pra se tornar “vice de tudo”, com o vice da Recopa. Ou também, o torneio entre os dois únicos times na história da Libertadores a serem eliminados na fase de grupos no ano em que estavam defendendo o título.


Agora, rumo ao vice da Copa Suruba!



E enquanto isto, o Oito e Trinta, adversário deles neste torneio, demitiu o técnico Péricles Chamusca após uma série de QUATORZE (!) derrotas consecutivas. Este vice vai ser mais difícil eles ganharem.



Agora, se ganharem do lanterna do tradicionalíssimo Campeonato Japonês, decerto vai ter gente indo pra Goethe comemorar.



Saudações imortais,

Leonel Knijnik (DJ Aldebaran)
Gaúcho por Tradição e Gremista de Coração


H. AMORIM VIVE!

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Faleceu na última semana Hugo Antonio Mazeron Amorim, o mestre H. Amorim. Lembro perfeitamente de minha iniciação no mundo do futebol, no início dos anos 80, quando diariamente aprendia lições gramaticais e táticas na leitura da coluna de Amorim. Paladino do 4-3-3 numa época em que o 4-4-2 se disseminava, suprimindo de nossos domingos a alegria de uma jornada repleta de dribles, fintas e belos cruzamentos dos hoje extintos ponteiros de ofício. Que saudades de S. Hickmann e Silvinho. H. Amorim viveu e morreu defendendo o futebol arte; homem de princípios e ideais, acima de tudo, foi delegado de esquerda em plenos anos de chumbo da ditadura militar. Apaixonado pelo Internacional, conselheiro vitalício do clube por força dos serviços prestados, era freqüentador do Gigante em todos os jogos. Durante anos assistimos ao Colorado muito próximos; ele sentava sempre à direita das cadeiras perpétuas. Foi o mestre Amorim que criou esse estilo de abreviar nomes que aqui sempre adotei; aliás, era exatamente assim que assinava suas colunas: “H. Amorim”. O que fizeste pelo Internacional e por todos nós jamais será esquecido. No Beira-Rio sempre estarás presente mestre H. Amorim!
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MURRO EM PONTA DE FACA I
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O grande problema que detecto nessa queda continua de produção da equipe é a falta de opções táticas. Os adversários aprenderam a marcar o INTERNACIONAL e eliminar os pontos fortes da equipe. Salvo nos raros lances de inspiração de Nilmar, nosso time é só jogada de bola parada. E, convenhamos, isso é muito pouco para quem almeja conquistas. A equipe comandada por Tite não consegue alterar sua forma de jogar e se submete às restrições que lhe são criadas.
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MURRO EM PONTA DE FACA II
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O pior de tudo é que direção e treinador, em análise após a derrota em Curitiba, declararam que deixamos escapar chances de vencer a partida. Ou seja, tudo permanecerá como está; continuaremos a tentar derrubar muralhas de concreto ou, como diz o dito popular, a dar murro em ponta de faca.
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ALTERNATIVAS I
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O 4-4-2 com meia cancha em losango funcionou bem na Sudamericana 2008 e no primeiro semestre desta temporada porque o vértice ofensivo estava em grande fase. D´Alessandro teve ótimas atuações e municiava Taison e Nilmar em propulsão. Mas esse é exatamente o problema do losango, a produção ofensiva depende diretamente da atuação do vértice ofensivo da meia cancha. Por isso sempre preferi a escalação de um quadrado na meia cancha, com dois volantes e dois meias ofensivos.
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ALTERNATIVAS II
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A meia cancha do INTERNACIONAL parou de funcionar e o time afundou junto. Claro, o meio de campo é o motor do time. Sandro está lesionado, Magrão há 4 ou 5 jogos não é visto em campo, D´Alessandro atravessa péssima fase técnica e até o Guina teve duas atuações discretas contra LDU e Atlético-PR. Glaydson, Guiñazu, Andrezinho e Giuliano. Não seria uma alternativa para enfrentar o Fluminense ?
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ALTERNATIVAS III
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O problema é que Tite não dá sinais de descontentamento com as atuações da equipe. Parece que tudo permanecerá intocado. Aliás, nem mesmo com placares amplamente adversos, como aconteceu na final da Copa Brasil, em Quito e Curitiba, Tite teve ousadia e criatividade para mudar a forma de atuar da equipe. Com 3x1 contra, não seria o caso de sacar um meia cancha marcador e colocar um terceiro atacante ?
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ALTERNATIVAS IV
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Taison já demonstrou ter capacidade para jogar na quarta função da meia cancha. Mas Tite prefere sacá-lo do time para o ingresso de Alecsandro; ou, pior ainda, trocar um meia por outro. O procedimento de trocar seis por meia dúzia chega a ser irritante.
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LATERAIS
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Muitas críticas ouço e leio a respeito das atuações de Bolivar, Kleber e M. Cordeiro. De fato, a contribuição de nossos laterais, nessas últimas partidas, foi pobre. Não os culpo. São vítimas das limitações que Tite lhes impõem. Não bastasse isso, denuncio há algum tempo a inexistência de triangulações O lateral apóia sem parceria ou, quando muito, acompanhado de um meia. Falta a presença de um terceiro elemento para formar o triângulo ofensivo. Numa equipe taticamente balanceada, a triangulação é formada entre o lateral, um meia ofensivo e o segundo atacante. É o famoso “be-a-bá do futebol”. Algo que nossos treinadores, com polpudos salários, têm obrigação de conhecer e colocar em prática.
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RECOPA
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Na última semana falei que o time da LDU é fraco e que seria impossível repetir a péssima atuação do jogo de ida no Beira-Rio. Ledo engano. O INTERNACIONAL foi ainda pior em Quito, apático, sem motivação e sem pernas para recuperar o prejuízo. Só perde final e competição internacional quem tem competência para lá chegar. Agora, o complicado é perder sem qualquer ambição ou compromisso com a vitória. Nossa atuação no Equador foi pornográfica!
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VESTIÁRIO I
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A queda de produção da equipe sinaliza problemas de vestiário. Aliás, passou despercebido da imprensa declaração do Sr. G. Luiggi no sentido de que era necessário resolver “divergências internas”. Tal declaração ouvi em entrevistas concedidas por Luiggi após as derrotas para o Corinthians em São Paulo, para a LDU aqui em Porto Alegre e, novamente, na derrota para os paulistas aqui em Porto Alegre. Ao que parece, não é só na imprensa que as declarações de Luiggi passam despercebidas.
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VESTIÁRIO II
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O decréscimo de produção individual generalizado é um sintoma de contaminação do vestiário. O atraso do até então exemplar profissional Álvaro (e líder), recém barrado do time titular é um sinal evidente do que digo. Há mais. No intervalo do jogo contra LDU em Quito, Tite, fugindo a seu estilo, também proferiu uma declaração preocupante, no sentido de que é ele quem manda no vestiário (quando indagado sobre o que os jogadores pensavam da derrota parcial). Sintomas claros de que o clima não é bom no vestiário colorado. F. Carvalho precisa agir com rapidez e precisão para evitar piores conseqüências.
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ESTÁ REGISTRADO NA HISTÓRIA
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L. C. Reche, em sua última coluna dominical do Correio do Povo, editou um por onde anda com Balalo. Falei aqui de pontas, da saudade de Silvinho; pois Balalo foi justamente o substituto de Silvinho na ponta esquerda do Internacional. Já não era o estilo de ponta agudo como seu antecessor, fechava pelo meio como um quarto homem de meia cancha. Formou com Rubens Paz uma jogada mortal pela esquerda, que muito contribuiu para levantarmos o caneco do Gauchão 1984 (o do TETRA!). A última Revista do Internacional, por seu turno, traz matéria especial com Gérson, o centroavante da conquista da Copa Brasil 1992. Um número nove de carteirinha que metia gol de tudo que é lugar (quem não lembra das duas buchas que colocou em potentes chutes de fora da área contra o time do vizinho nos confrontos mata-mata daquele certame ?!). Balalo e Gérson são ídolos eternos e estão registrados na história.
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RÁPIDAS
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Falei acima do quão irritante é a troca de seis por meia dúzia. Domingo Tite exagerou! A substituição de Bolivar por Danilo, quando o placar apresentava 3x1 adverso, foi de atirar o rádio na parede.
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Bastou a meia cancha cair de produção para as viúvas de Edinho voltarem à cena.
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É de enlouquecer.
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Fato da semana: a babação de ovo ao treinador M. Menezes em Porto Alegre.
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Aliás, as homenagens demonstram, ao menos, coerência por parte da turma da azenha. Afinal de contas, Mano é o ator principal do DVD batalha dos aflitos. Não resta dúvidas, o título da SEGUNDONA é a maior conquista da história da vizinhança.
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Cada um tem a maior conquista da história que merece, não é vizinho ?!
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Morumbi, São Paulo x Flamengo. Adriano se atirou na área como se a mesma fosse uma piscina; o juiz, no ato, apontou a marca da cal. É incrível o número de penalidades máximas a favor o Flamengo e do Corinthians.
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D´Alessandro punido com 60 dias sem tocar em adversário algum.
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Aliás, por que o Sr. Procurador do STJD, tão atento, denunciou D´Alessandro e Kleber e não o fez com relação ao jogador Cristian do Corinthians ?
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D. Souza do Palmeiras agrediu Domingos do Santos e foi absolvido.
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Dois pesos, duas medidas...
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Máfia Paulista e Casa Bandida do Futebol - CBF
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Internacional possui a defesa menos vazada do campeonato nacional (9 gols sofridos).
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Um grande paradoxo.
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Domingo tem clássico gNAL.
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O Sr. D. Kroeff já declarou que seu time está em melhor fase.
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Começaram a cantar vitória antes do tempo.
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Já vi este filme várias vezes. Sempre prefiro chegar no clássico em silêncio e como franco atirador.
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A quarta vitória consecutiva em gNAIS no ano cairia muito bem para arrumar nossa casa.
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É semana gNAL, mas, antes, temos importante compromisso na 4ª feira contra o Fluminense, no Gigante da Beira-Rio. Uma vitória contra os cariocas pode nos devolver a liderança do certame.
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TE LEVANTA COLORADO!
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Saudações rubras, do DONO DA ALDEIA (*38), CAMPEÃO DE TUDO e SEMPRE NA PRIMEIRA DIVISÃO.
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L. Portinho

8 comentários:

San Tell d'Euskadi disse...

Porto, o "losango", na teoria, permite que sejam TRÊS os meias, caso o alas cheguem também à frente.

O 1-2-1 pode virar tanto 3-1 (e sobrerragar o enganche) quanto 1-3 (podendo chegar a 7 no ataque com a subida dos laterais). O problema é que nem Guiñazu, nem Magrão, nem Bolívar, nem Kléber, estão fazendo isso.

Basta marcar o D'Ale, e o Inter acaba ofensivamente.

Um abraço.

San Tell d'Euskadi disse...

No campeão da América, o enganche era o Alex. Mas, J. Wagner, Tinga e Fernandão apareciam para ajudar quando necessário. Havia QUATRO armadores, onde hoje existe UM...

Luiz Portinho disse...

o guinazu até chega (tímido), mas o magrão não (esse anda mais sumido do q. nunca!, sem vontade de jogar)... para atuar em 4-4-2 losango é preciso, primeiro, ter um ótimo cabeça de área (daí a falta q. sandro está fazendo ao Inter atualmente)... depois é preciso ter 2 meias q. compareçam, o que não é o caso de guina e magrão... por isso prefiro o time com andrezinho e d´alessandro (e acho que o taison poderia fazer o vértice do meio campo, com nilmar e alecsandro na frente.

Luiz Portinho disse...

O Inter campeão da américa não atuava em 442 losango... atuávamos num 442 com quadrado no meio... edinho, fabinho, tinga e alex... fernandao e sobis na frente... na final jogamos no 352 com indio (q. entrou no lugar do expulso fabinho), bolivar e eller; ceara e j.wagner + edinho, tinga e alex... fnandão e sobis.

San Tell d'Euskadi disse...

Não era bem quadrado, com dois "5" e 2 "10". As 4 funções eram totalmente bem definidas.

Havia um primeiro-homem (5), Edinho (quase um 3º zagueiro); um segundo-homem, Fabinho, com obrigações mais defensivas, porém mais adiantado que o Edinho; um terceiro-homem, Tinga, que ora fechava como 3º cabeça-de-área; ora encostava no Alex como um segundo armador; e um quarto-homem (10 ou enganche), Alex, com funções totalmente ofensivas.

A variação tática daquele time era ENORME. Graças as movimentações, principalmente, de Tinga, Fernandão, J. Wagner e Edinho.

Francinei Bentes disse...

Bela análise tática Porto.
No mais, acredito que no Inter a questão não é só o técnico, seria preciso buscar reforços para compor o grupo, por isso acho que uma mudança agora não seria recomendável.
E a coluna do Grêmio, sai quando?

Abraços...

Luiz Portinho disse...

o alex não era enganche naquele time sancho... pelo contrário, ele tinha funções defensivas pela esquerda... tanto que, via de regra, o Abelão substituia o fabinho pelo Reinteria, deslocando o Fernandão para a 4a função da meia cancha (lembra do debate sobre a melhor função do fernandão - se meia ou centroavante ?!)... o 442 com quadrado no meio não necessariamente exige 2 cabeças de área e 2 "10"... o INTER atual, com Sandro, Guina, Andrezinho e D´Alessandro (ou mesmo Taison), teria um 442 com quadrado (e o guina não é um cabeça de área, assim como andrezinho não é "10").

Luiz Portinho disse...

tchê, e o 352 voltou ao Beira-Rio. QUE INFERNO!!! vou comentar no www.baudobau.blogspot.com