terça-feira, maio 24, 2011

Ano V, Edição 223

NENHUMA SURPRESA

Nada que aconteceu nas últimas semanas surpreende. Três derrotas consecutivas em casa, eliminação na Libertadores, perda do título gaúcho, e primeira estréia sem pontos em casa na história do Campeonato Brasileiro. Aqui, entre linhas de esperança, sempre se expôs alguma preocupação com a realidade do time. Buenas, a esperança foi subjugada, e a realidade venceu. O semestre foi jogado no lixo, e o ano inteiro corre riscos. Culpados? Todos, claro. Porém, principalmente quem colocou todas as fichas em Ronaldinho e quem deixou Jonas ir embora gratuitamente. Não nos reforçamos e perdemos o MELHOR jogador do Grêmio em 2010. Quem são esses? Não sei. A responsabilidade da atual direção -a quem ajudei a eleger- é evidente, mas não consigo deixar de isentar a desastrosa administração anterior -a quem também ajudei a eleger.

A verdade é que não importa quem se eleja no Grêmio. A impressão é que são todos iguais. E todos têm uma ânsia de desmerecer e desfazer tudo o que foi feito antes dele. Assim, não há clube que agüente.

Novas contratações
Para não ver todo o ano indo para o ralo, a direção se mexe. A falta de profundidade do elenco é, de fato, um dos fatores que levou à derrocada de maio. Confirmaram-se dois reforços interessantes: Gilberto Silva e Miralles (espera-se, com o perdão do fraco trocadilho, que o futebol desse não seja uma "mirages"). Um para o carente setor de ataque; outro, para dar um respiro aos volantes da base (Adílson, William, Fernando) e, de preferência, ser também professor da gurizada.

Ao que se indica, o clube não deve parar por aí. Aguardemos.

Tática
Com o Gilberto Silva, além do 4-2-2-2 imaginado pelo Eduardo Cecconi, o time poderá jogar alternando para um 3-1-4-2, com o recuo do ex-jogador da Seleção para a zaga, o "1" sendo o Rochembach, liberando Lúcio e Gabriel para jogarem ofensivamente (no domingo, ficou demonstrado que uma grande vantagem de Lúcio no meio é que ele fica longe da nossa área!). Isso é só um exemplo de que Renato poderá ter opções para fazer algo que ele não é muito chegado: trabalhar taticamente o time, com variações importantes. Conseguirá? Essa é a pergunta!

Confusão, de novo
Eu sei que a turma que protesta pode exagerar ao expressar indignação com o momento do time, mas seria pedir demais que estivessem, clube e BM, preparados para esse tipo de manifestação? É sempre ali no Portão 3. Precisa quebrar pau? Esse tipo de reação é de quem perdeu o controle, mas me pergunto se houve, mesmo, algum controle. É impressionante como as m... acontecem, e quem deveria ter antevisto o problema aparenta estar surpreso com os fatos.

O pior de tudo é que não acho que seja exclusividade gremista...

Saudações imortais,
Paulo Roberto Tellechea Sanchotene - sancho.brasil@gmail.com

P.S.: Há duas colunas pendentes: a do Gre-Nal do Olímpico, na qual analisei o jogo, escrevi o porque perdemos, tratei do fator Zé Roberto, da nossa incompetência nos pênaltis, parabenizei os vermelhos, etc., mas ela sumiu; e outra, da edição 217, que ficou faltando por falta de tempo. Eu disse que não re-escreveria a do Gre-Nal, mas mudei de idéia. Antes da coluna da semana que vem, a edição 222 estará completa.


ARGENTINODEPENDENTES
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Ao contrário da maioria dos Colorados com quem conversei e da imprensa pampeana, gostei de nossa estréia no campeonato nacional. Empate fora de casa e na Vila Belmiro, mesmo com os reservas do Santos, não pode ser considerado um mau resultado, ainda mais nesse sistema de pontos corridos. Aliás, não costumo analisar exclusivamente o resultado das partidas, como fazem algumas renomadas figuras de nossa imprensa (esses que chamo de “doutos do futebol pampeano”). Quem assistiu à partida de sábado (e não fica comentando resultado) viu que o INTERNACIONAL dominou todas as ações e teve muito mais oportunidades de gol. O Santos só chegou, em verdade, uma única vez com perigo e no lance que culminou na penalidade cometida por Daniel. Faltou a nosso time uma maior presença ofensiva dos laterais. E também mais um meia ofensivo para fazer companhia a Oscar – que, solitário, não teve boa atuação. Na próxima rodada, com o retorno do argentino D’Alessandro, a tendência é de melhora e de acréscimo no setor de criação. O problema é que continuamos argentinodependentes.
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3 VOLANTES
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Bolatti, Guiñazu e Tinga. Mesmo sem Andrezinho e D’Alessandro, Falcão poderia ter pensado um time mais equilibrado e sem recorrer ao malfadado sistema de 3 volantes. É verdade que Tinga teve atuação exuberante e, por vezes, até nos faz esquecer de que se trata de um volante. A movimentação e participação de Tinga é tamanha que mesmo num sistema de 3 volantes tivemos volume de jogo superior ao adversário. De toda forma, Oscar ficou solitário e foi pouco participativo, o que justifica um pouco da baixa produção ofensiva. R. Goulart era a opção mais próxima de Andrezinho de que dispúnhamos. E, devo reconhecer, é difícil deixar Guina, Tinga ou Bolatti no banco. Mas seria interessante que Falcão mantivesse o sistema de jogo, independente dos desfalques.
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ZAGUEIROS
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Gostei muito de ver Juan atuar na zaga ao lado de Bolivar. Juan deve se firmar na quarta zaga, caso tenha novas chances de atuar. Indio e Rodrigo, na reserva, são boas opções para as ausências de Bolivar e Juan. E ainda temos os jovens R. Moledo e Romário aguardando oportunidades. Mas teve alguns “doutos” preconizando terra arrazada em nossa defesa (depois que levamos 3x1 no primeiro gNAL das finais).
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ZÉ ROBERTO
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O Zé foi fantástico e decisivo no clássico gNAL 387. Sábado marcou o golo do empate em Santos. Mas não me convence. Vejo-o não mais do que como uma boa opção para reserva do ataque. Gostaria de ver um companheiro de ataque mais disposto ao lado de Damião. É uma pena que Sóbis tenha se lesionado e não consiga recuperar sua condição física, pois essa é a dupla de ataque ideal para o Colorado.
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CONTAS I
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Conselho Fiscal, amparado em parecer de auditoria externa, elaborou parecer de 12 folhas com ressalvas à prestação de contas da gestão 2009/10 (V. Piffero). O Conselho indicou falhas e ressalvas nas contas e na comprovação dos desembolsos. As principais objeções se referem à utilização dos cartões corporativos e ao resultado negativa do ano 2010, no valor de R$ 42.945.244,85, considerados os valores amealhados com a venda do terreno da Rua Silveiro. O déficit apontado é 10 vezes superior ao apontado pela ex-diretoria (R$ 21 milhões contra 2,6 milhões).
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CONTAS II
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Assunto renderá debates acirrados na reunião do Conselho Deliberativo da próxima 2ª feira que analisará o relatório e decidirá pela aprovação (ou não) da prestação de contas. Há longa data que se suspeita da aplicação de recursos em clubes de futebol. É difícil levantar suspeitas, mas sempre pairou muitas dúvidas a respeito do tema. Esse episódio, com certeza, servirá, no mínimo, para que algumas práticas sejam alteradas. Vejo como positivo o fato, caso ele sirva para moralizar a aplicação dos recursos em futuras ocasiões. O papel de um Conselho Fiscal não é de mero avalista de despesas. Pelo contrário, numa instituição digna de respeito, é de se esperar que o Conselho atue exatamente dessa forma, apontando discrepâncias e sugerindo novas formas de proceder que tragam mais transparência nos gastos.
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RÁPIDO
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Indago aos que criticaram o empate com os reservas do Santos se não gostariam de ter jogadores como Alexsandro, Pará, T. Alves e Keirrison em seu time. O vizinho, tenho certeza, gostaria.
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Sandro e Taison, em férias européias, estiveram em Porto Alegre e foram ao Beira-Rio matar as saudades.
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Gilberto, Siloé e Jô treinaram e são novas opções ofensivas dentro do grupo Colorado.
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Uma semana inteira de treinamentos é comemorada pelos treinadores.
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Momento é de puxar pela parte física, porque a partir da 6ª rodada teremos duas partidas semanais.
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E é nesse momento de maratona que o grupo fará diferença.
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Falcão exercitou velocidade e contundência nas ações ofensivas. Quer que o time chegue ao ataque em 5 ou 6 toques e conclua com rapidez. O Bola Bola, como era de se esperar, detectou um dos problemas mais sérios de nosso time. Concluímos pouco e sem efetividade.
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"Não tenho medo da não aprovação das contas. Mas estou decepcionado com a forma que o Conselho Fiscal mudou seus critérios de avaliação. Esse tipo de atitude só denigre a imagem do clube" (V. Piffero a respeito do relatório divulgado pelo Conselho Fiscal)
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“Os cartões corporativos são a forma mais transparente de mostrar as despesas que o clube efetua. Isto não procede. A prestação de contas foi efetuada com a respectiva documentação. Não sei como isto foi vazar da forma que vazou. Mas estamos tranquilos pela forma que fazemos a contabilidade. Sempre tudo foi feito desta forma e nunca houve problema” (P. Affatato)
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"Não vejo motivo algum para as contas não serem aprovadas. Vai haver um debate, mas é normal em um clube transparente e democrático como o Inter" (M. S. Martins)
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G. Silva, F. Rockembach, Marquinhos e Douglas. A vizinhança está formando a meia de cancha mais lenta do futebol mundial ?
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http://www.copachevette2011.com/
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Baita proposta. Enquanto estaremos na Europa, disputando a COPA AUDI e enfrentando o Barcelona, a vizinhança receberia seus companheiros do CLUBE DA SEGUNDONA.
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E olha aqui ô, a dor pela perda do GAUCHÃO foi enorme mesmo. Maior do que poderíamos imaginar. Aliás, até agora a vizinhança não conseguiu se manifestar a respeito (vide coluna n. 222).
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Saudações rubras, do CAMPEÃO DE TUDO, DONO DA ALDEIA (40*) e SEMPRE NA PRIMEIRA DIVISÃO.
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Luiz Portinho – mais de 700 jogos no Beira-Rio

Um comentário:

Josué disse...

Junto com o preparador físico o Gremio vai trazer um geriatra...kkkkk