quarta-feira, outubro 19, 2011

ANO V - NUMERO 244

A PROFISSIONALIZAÇÃO DO GRÊMIO EM VOGA

Um dos assuntos mais latentes entre aqueles que discutem o futuro do Grêmio e almejam resgatar os seus momentos mais gloriosos é a profissionalização do clube.

A realidade do futebol mudou muito no século XXI - pode-se dizer, a partir do advento da Lei Pelé. O futebol virou um negócio grandioso, houve uma evolução gigantesca nas receitas dos clubes envolvendo cifras milionárias, e a TV passou a ditar as regras do jogo. Tal crescimento mudou a maneira de gerenciar o negócio. Para o sucesso, ele passou a necessitar de um tratamento empresarial e profissional, o qual ainda engatinha ou inexiste na maioria dos clubes brasileiros.

No Grêmio não é diferente. Muitas das ações e decisões tomadas dentro da instituição ainda são advindas de uma época "romântica" do futebol, quando era feito exclusivamente por pessoas dedicadas e apaixonadas pelo clube. O time de futebol representava em campo a garra e a raça dos gremistas que superavam-se pessoalmente pela satisfação de elevar o nome do Grêmio (no que tiveram inteiro sucesso).

Traumas e Complexos

A Lei Pelé introduziu no futebol brasileiro uma novidade que o Grêmio ainda não se adaptou completamente: o fim da lei do passe. O trauma deixado com o abandono de Ronaldinho tem seus reflexos até hoje no atabalhoado relacionamento com os empresários (caso parcialmente repetido com a saída de Jonas no início de 2011). O clube ainda espera que os jogadores tenham com ele uma identificação extrasensorial ao invés de uma relação altamente profissional e compensadora para ambos os lados para que por aqui permaneçam e deem o seu sangue.

Outro complexo que influenciou as decisões gremistas na última década diz respeito à fracassada parceria com a ISL no início dos anos 2000, fazendo com que muitos entendessem que o clube precisava manter suas origens e não virar uma "empresa", continuar amador, na base apenas da raça e da vontade, contrariando as tendências modernas da profissionalização para o sucesso no futebol.

E com estas experiências, o clube resistiu à irreversível necessidade de evolução profissional nos anos subsequentes, acumulando insucessos. Os resultados de 2011 e a atual posição no Campeonato Brasileiro são um reflexo direto disto.

A economia do futebol

Estou lendo o livro Soccernomics, cujo cenário de fundo para as teorias econômico-futebolísticas é a Europa, particularmente a Inglaterra, onde o futebol encontra-se num patamar muito avançado de profissionalização dos clubes. O livro demonstra claramente como a profissionalização pode existir no futebol e conviver com a paixão dos torcedores.

Dentre outros assuntos do livro, destaca-se a ineficiência do mercado de transferência de jogadores, que é apontada como uma das principais oportunidades a serem exploradas pelos clubes para alcançarem o sucesso. Não é difícil fazer um paralelo de algumas destas ineficiências com a realidade do Grêmio:

  • O desperdício de dinheiro com a constante troca de treinadores e as dispensas e contratações exigidas pelos mesmos
  • A falta de um grupo qualificado e diverso para tomar decisões no futebol
  • O alto investimento em jogadores velhos e supervalorizados em detrimento de jogadores que estejam por atingir o ponto alto de suas carreiras (a partir dos 20 anos)
  • A falta de avaliação do valor de mercado dos jogadores e o "apêgo" aos mesmos quando de oportunidades de venda por preços claramente mais altos do que o valor de mercado
  • A falta de uma política de reposição de jogadores que permita a venda dos mais valorizados
  • A falta de preparação para auxiliar jogadores problemáticos que tenham qualidade diferenciada
  • A ausência de um auxílio de adaptação de jogadores à cultura do clube e da cidade de Porto Alegre (especialmente os estrangeiros)

Criatividade

Será preciso um alto nível de profissionalização e criatividade do clube para superar as ineficiências comentadas no livro e a diferença de receitas que deverá aumentar cada vez mais em relação aos clubes do eixo Rio-SP. O modelo espanhol, onde Barcelona e Real Madrid reinam absolutos, é um exemplo do que as vultuosas receitas dos maiores clubes podem infligir aos que não se organizarem.

Não é mais possível não ter especialistas nas funções estratégicas do Grêmio. Torcedores abnegados sem a devida capacitação e com outros compromissos profissionais não serão capazes de darem conta da demanda exigida pelos novos tempos. É preciso mais do que pessoas remuneradas, é preciso profissionais 100% dedicados e qualificados para estas funções (profissionalizar não significa simplesmente remunerar as pessoas por suas tarefas).

O Grêmio clama por todo este movimento para construir novos capítulos em sua imortal história de glórias e conquistas.

Fernando Zuchetto Maisonnave
Sócio Patrimonial desde 2002
Gremista desde 1981


VEM AÍ O JOGO DO ANO

É claro que o jogo do ano poderia ter sido o subsequente ao Peñarol na Libertadores e os demais no caminho rumo ao Tricampeonato da América. Mas os uruguaios colocaram água no nosso chopp. Por isso, o jogo do ano do futebol gaúcho, sem dúvida alguma, é INTERNACIONAL x Corinthians Paulista. Mais uma edição desse jogo que se transformou em clássico depois das peleias memoráveis da década de 70 e, mais recentemente, virou uma guerra. Depois do Zveitaço e do M. Resendaço de 2005, enfrentar o Corinthians se transformou em guerra para os Colorados. Ainda mais nas circunstâncias que envolvem essa peleia de domingo. Vencer os paulistas é fundamental. Coloca-nos no meio da turma que luta pela vaga na Libertadores. E, acima de tudo, mantém acesa a esperança de levantar o caneco. Perder o duelo é praticamente dar adeus a qualquer das pretensões. Por isso, domingo, TODOS OS CAMINHOS LEVARÃO AO GIGANTE DA BEIRA RIO.

COLORADO x EIXO DO MAL

A diretoria, os jogadores e, especialmente, o torcedor Colorado precisam de muita concentração nesta e nas próximas semanas. O Colorado entrou numa peleia das grandes. O INTERNACIONAL está envolvido numa luta contra tudo e todos. Domingo contra o Corinthians teremos apenas um capítulo dessa guerra. Os 6 concorrentes que se encontram à nossa frente na tabela são TODOS integrantes do Eixo RJ-SP. Lutaremos contra a Máfia Paulista, a cariocagem, a Rede Globo e a Casa Bandida do Futebol. Uma vitória Colorada domingo, obviamente, não é desejada. Todo cuidado será pouco nesta hora.

ARGENTINO DOS BONS

D'Alessandro ? Esse é a amante da bola (
recomendo leitura de texto do blog A Sombra dos Eucaliptos). Domingo o tempo corria assustadoramente e o Avai colocava pás de terra sobre nosso caixão. Até que D'Alessandro resolveu tomar conta da partida. Terminou com uma justa nota 8,5 na Bola de Prata de Placar. Foi um partidaço do argentino. E eu que cheguei a pedir sua cabeça em 2010, depois de uma derrota para o Botafogo na qual o gringo nitidamente fez corpo mole, rendo-me aos feitiços da bola. D'Alessandro é amante da bola e é capaz de encantar o torcedor quando toca nela. Já disse neste espaço e repito, desde o charrua Rubens Paz o INTERNACIONAL não possuia um camisa 10 com tamanhos atributos.

A "3" LHE CAI BEM

R. Moledo é um zagueiro central nato. Discreto. Joga simples. E toma conta do sistema defensivo como recomenda a posição que ocupa. Não se limita a dominar a grande área (primeira exigência do central). Moledo é eficaz também na cobertura do lateral e na sobra do quarto zagueiro. Não é a toa que desde sua entrada na equipe o sistema defensivo todo cresceu de produção. E, um dado interessante, o time não perdeu sequer uma partida com Moledo em campo. O fato é que a camisa que já foi de Don Elias, Aloísio, C. Silva, Lucio, Índio e do General Bolivar cai muito bem no jovem Moledo.

SUPLENTES

É verdade que são poucas as opções ofensivas de Dorival para escalar o time e compor o banco de reservas. Agora, nada justifica a escalação de suplentes das duas últimas partidas. Em São Paulo havia apenas Delatorre em campo e Siloé no banco. Terminamos o jogo com "0" atacantes. Domingo havia Jô com a "9" e nenhum atacante na casa mata. Assim fica complicado. E não se culpe a falta de opções. Elas são poucas, mas existem. Siloé, L. Roggia e o próprio Delatorre estavam disponíveis domingo.

MUNDIAL 2014

Olha aqui ô. Disse e repito, como seria bom se a tal de FIFA tirasse a sede do Mundial do Brasil. De preferência antes de assinarmos esse tal contrato com a A. Gutierrez. É evidente que tem caroço neste angu. Do contrário, Luiggi já teria assinado. Afinal de contas, o Conselho Deliberativo já o respaldou quando da aprovação da parceria. A cada semana é uma nova pressão política para cima do INTERNACIONAL. Há projetos de estádios que sediarão jogos do Mundial que ainda estão na fase da maquete, mas já se fala que serão sede de partidas da Copa das Confederações. E o Gigante, erguido e com pouca coisa a ser feita, é colocado em dúvida. Eu já teria mandado essa turma da FIFA e da Casa Bandida às favas há muito tempo.

RÁPIDAS

Gosto de especialistas nas funções. E o ataque precisa de especialistas. O Inter tem meias que chegam à frente e sabem fazer gols, mas, muitas vezes, ganhar sem atacante pode ser ilusório. E não uma solução definitiva. (P. C. Carpegiani, comentando o esquema sem atacantes adotado por Dorival domingo contra o Avai)

Departamento médico liberou Damião para atuar contra o Fluminense.

No domingo quem retorna é Zé Roberto. Ótimas notícias para Dorival.

Fernandão disse que INTERNACIONAL está de olho na situação de Dagoberto. Seria um grande reforço para 2012. Empresário do atleta diz que prioridade é o mercado europeu.

Do site do INTERNACIONAL: "Quem vier ao Gigante deve apoiar incondicionalmente o time colorado. Não há espaço para outra postura que não o incentivo total durante os 90 minutos. É com a sinergia entre torcida e time que o Campeão de Tudo poderá vencer mais uma partida em casa neste returno e manter a invencibilidade"

Peço para o torcedor lotar o estádio porque podemos ficar a quatro pontos do Corinthians. Será um jogo emblemático. Mesmo em momento difícil, o time consegue dar a volta por cima. O Beira-Rio lotado é um estádio que todos tem medo (Fernandão)

Vitória domingo diminui diferença para os paulistas de 7 para 4 pontos.

R. Teixeira será investigado pela polícia federal por denúncia de ter recebido R$ 16 milhões para negociar direitos de transmissão da Copa do Mundo nos anos 90. A polícia também averigua a entrada ilegal de dinheiro no Brasil através de G. Teixeira, que é sócio do presidente da CBF em uma empresa criada num paraíso fiscal.

Adversários do INTERNACIONAL na reta final: Corinthians (C), Atlético-GO (F), Fluminense (C), Cruzeiro (F), Bahia (C), Botafogo (F), Flamengo (F) e Grêmio (C). Encara o atual líder, o 3º, 4º e 5º colocados e a surpresa que é o Atlético-GO. Finaliza com um clássico. Caminho complicado.

O assunto da semana na vizinhança foi... Miralles... Bueno, cada um com o assunto do tamanho de sua grandeza, não é vizinho ?

A propósito, essa semana saiu um número dando conta que a vizinhança precisa de um aproveitamento de 104% para conseguir uma vaga na Libertadores. Mas, tchê, que barbaridade!

São as férias da azenha.

DOMINGO TODOS OS CAMINHOS LEVARÃO AO BEIRA RIO!!!



Saudações rubras, do CAMPEÃO DE TUDO, DONO DA ALDEIA (40*) e SEMPRE NA PRIMEIRA DIVISÃO.





Luiz Portinho - mais de 700 jogos no Gigante da Beira Rio

3 comentários:

Sancho disse...

Não precisa tirar do Brasil, o favor o Internacional seria transferir a sede de Porto Alegre para o Grêmio. Vocês não teriam mais com o que se preocupar...

:-)

Abração.

Sancho disse...

Porto,

Me explica uma coisa. O Beira-Rio não estava PRONTO, faltando apenas alguns pequenos ajustes? Como é que foi dar um vexame desses?

Abraço.

milton disse...

Uma pequena observacao ao Porto: durante a leitura da tua coluna se o ponteiro do mouse fica por cima do primeiro paragrafo do texto todo ele fica sublinhado e com um amarelo claro.