TEMPORADA DE CAÇA
Essa época de ausência de futebol aqui pela "terra brazilis" é propícia à caça; de reforços e de boatos por parte da imprensa. Na falta de notícias, os jornalistas iniciam uma onda de especulações que, em tempos de "twitters" e outras ferramentas, ganharam contornos exagerados. O Rio Grande do Sul vive há cerca de 3 semanas uma novela sem precedentes, cujo personagens principais já foram protagonistas de outra novela, há cerca de 10 anos. E o final dessa nova novela, tudo indica, terá o mesmo desfecho: um dos personagens magoado, triste e ferido e o outro sorrindo (com dentuça arcada dentária) e com muito dinheiro no bolso. Para o INTERNACIONAL essa novela é ótima. Ganhamos tempo para montar nosso grupo de jogadores longe do foco de boatarias de costume. Com a contratação de 2 ou 3 reforços de renome (gostaria de ver um novo lateral direito, um cabeça de área e um centroavante) teremos uma equipe pronta para a disputa do Tricampeonato da Taça Libertadores, principal foco da temporada.
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RANKING´s IV
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Grupo de jovens do INTER B intensifica a pré-temporada, agora em Bento Gonçalves. Amanhã já teremos o primeiro jogo-treino contra o Canoas e no final de semana o adversário será o Zequinha.
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Tenho convicção de que essa gurizada nos representará muito bem no Gauchão e do grupo poderão sair alguns reforços para o time principal.
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Luiz Portinho - mais de 700 jogos no Gigante da Beira Rio
Se 2009 foi um ano problemático, 2010 não foi muito diferente. Para o lugar de Autuori, chegou alguém com perfil semelhante: Silas. Era uma aposta da direção em um treinador jovem, em início de carreira, e que havia feito uma boa temporada na primeira divisão nacional pelo Avaí. Por mais certeza que a diretoria tivesse no trabalho dele, e no seu próprio projeto, tratava-se claramente de uma aposta arriscada, em que dois fatores deveriam agir positivamente para dar certo: Silas deveria trabalhar de maneira semelhante a Autuori, mesmo não sendo Autuori e não tendo meses de experiência no clube; e, se ele conseguisse isso, o trabalho deveria funcionar melhor que o de Autuori na temporada anterior.
O Primeiro Semestre
O ano passado começou razoalvelmente bem, mas mais pelo fato de que um treinador novo não sofre as mesmas pressões de um que continua do que qualquer outra coisa. Perdeu-se o clássico em Erechim, mas se consegiu o título da primeira Taça do estadual e a vaga na final. Aqui, uma ressalva. Tudo isso foi muito graças à vitória no Nóia sobre o rival nas semifinais. O vizinho disputava a Libertadores, e havia um jogo contra o Emelec entre a semi e a final. O Novo Hamburgo que não tinha nada a ver com isso, foi lá no nosso salão de festas e venceu. Nós que tampouco temos algo a ver com os problemas da vizinhança, em 28/02, ganhamos do Anilado no Olímpico, e taça "Fernando Carvalho" (a propósito, quem inventou essa palhaçada?) foi parar na Azenha.
O título e a vaga fizeram bem ao time. Emendou nove vitórias consecutivas, sete pela fase de classificação da "Fabio Koff" (a propósito...) e duas pela Copa do Brasil. Quando abril chegou, parecia que a aposta vingaria. Ninguém esperava o vexame que se sucedeu: uma derrota em casa, de virada, para o Pelotas, nas quartas-de-final, que nos eliminou na segunda etapa do Estadual. Aqueles que desconfiavam do trabalho, após um mês de silêncio, voltaram a soar as cornetas. E a pergunta que ficou é como o clube lidaria com esse revés.
A resposta veio rápida. Uma semana depois, houve uma vitória convincente por 3 a 1, mesmo que o time tenha jogado mal por alguns momentos, sobre o Avaí pela Copa do Brasil, que praticamente selava a classificação para as quartas-de-final. Na semana seguinte, todavia, o time voltou a jogar mal em Florianópolis, e conseguiu a classificação graças a Victor e a dupla Jonas-Borgas. E, no domingo seguinte, haveria Gre-Nal no Beira-Rio, e o ponto alto de Silas no Grêmio.
O rival havia terminado a primeira fase da Libertadores em primeiro do grupo e invicto. Havia se recuperado no Gauchão e venceu a "Fabio Koff" mesmo que com dificuldades. Chegavam, mais uma vez, como favoritos. Dessa vez, entretanto, o Grêmio jogou de igual para igual, e em duas bolas paradas, resolveu o jogo. Depois, em outra partida equilibrada, garantiu o título estadual mesmo perdendo por 1-0. Abril que começara péssimo, terminou com o Grêmio por cima: GRÊMIO, CAMPEÃO CRIOULO 2010!
Na seqüência do semestre, o Grêmio seguiu bem na Copa do Brasil, mas começou mal o Brasileiro; tanto que na parada para a Copa, o Grêmio estava na 13ª posição, com 8 pontos em 7 jogos, enquanto o líder tinha 17. Na Copa, bateu o Fluminense duas vezes e se classificou para as semifinais contra o Santos dos "Meninos da Vila" e seu "Quarteto Santástico" com André, Ganso, Neymar e Robinho. No jogo de ida, o segundo ponto alto de Silas no Grêmio: uma vitória espetacular, de virada, após estar perdendo de 2-0. Foi um 4-3 eletrizante, em que o Grêmio sofreu um gol de Robinho no fim. Na volta, porém, um gol de Ganso no início do segundo tempo desestabilizou o time. Ainda assim, uma reação pareceu possível quando o time fez 2-1, mas um contra-ataque selou a eliminação e o semestre do clube.
A partir de aí, fomos lomba abaixo.
O Segundo Semestre
Veio o Segundo Semestre e, com ele, a parada para a Copa. Durante seis meses, sempre que algum problema era apontado, o período de mais de mês sem jogos oficiais era sempre a desculpa pronta de que essas questões seriam resolvidas em tempo. Se foi verdade para alguns, não o foi para o Grêmio.
Tudo aquilo que se encontrava preso durante o semestre, ocultado pelo objetivo de se conquistar a Copa do Brasil, liberou-se de uma só vez na primeira oportunidade. O vestiário ruiu, o clube se esfacelou e não havia o menor talento de liderança para quem deveria juntar os pedaços. Nem na comissão técnica, nem na diretoria, nem no grupo de jogadores. Quando Silas deu uma declaração, após uma simples vitória em meio a um torneio amistoso de inverno em Florianópolis, dizendo algo como "este é o verdadeiro Grêmio", ali era o sinal de que nada estava bem.
E não estava bem, mesmo. No retorno do Brasileiro, nenhuma vitória. Notícias de atritos entre jogadores eram comuns. O ambiente já era insustentável, mas nada mudava. Em seis jogos, 4 empates, e o time foi parar na ante-penúltima posição. Foi quando, finalmente, Silas, Meira e mais algumas cabeças rolaram. O objetivo era claro: o Grêmio não poderia cair. O que viesse a mais, Sul-Americana incluída, seria lucro.
Foi quando chegou Renato.
Na estréia, sem tempo de treinar a aquipe, uma derrota em casa no Olímpico contra o Goiás nos eliminou da Sul-Americana (o empate em zero bastaria). Foi o suficiente para Portaluppi imaginar que não tinha tomado a decisão correta ao sair do Bahia. No entanto, com a saída de alguns jogadores (Rodrigo, Hugo, etc.) e a chegada de reforços (Gabriel), ao poucos, o time foi se acertando; e a zona do Rebaixamento foi ficando cada vez mais distante. O último sobressalto aconteceu na 22ª rodada, quando perdeu em casa para o Palmeiras (depois de ter vencido o então líder Corinthians no Pacaembu), mas ali já estava em 13º.
A partir de aí, a campanha foi irretocável. Nos últimos 16 jogos, a campanha foi de 77%, com 11 vitórias, 4 empates e 1 derrota (para o Fluminense no Engenhão). Do 18º lugar, Renato conduziu o clube ao 4º. Com o título da Sul-Americana indo para o Independiente, a vaga na Pré-Libertadores era nossa. Inacreditável. Uma arrancada digna de 1998: largamos com 5 pontos em 9 partidas (0v, 5e, 4d; 18,5%) e estávamos na lanterna; depois fizemos 31 em 14 (10v, 1e, 3d; 73,8%) e nos classificamos para as finais. O campeonato daquele ano pode ser encontrado aqui.
Em 1999, vencemos os dois torneios do primeiro semestre. Repetiremos em 2011?!
E a temporada 2011?
Falaremos sobre ela melhor na semana que vem. Por enquanto, apenas noticio que foi resolvida a data do Gre-Nal. Será dia 30, em Rivera. Porém, não houve qualquer informação sobre a mudança nas datas dos jogos contra São José (Olímpico) e São Luiz (19 de Outubro), ainda marcadas para os mesmos dias das partidas contra o Liverpool pela Libertadores. Todo mundo sabe do problema, mas ninguém se mexe. E a pré-temporada já começou...
Saudações imortais,
Paulo Roberto Tellechea Sanchotene - sancho.brasil@gmail.com
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