segunda-feira, janeiro 03, 2011

ANO V - NÚMERO 203


TEMPORADA DE CAÇA


Essa época de ausência de futebol aqui pela "terra brazilis" é propícia à caça; de reforços e de boatos por parte da imprensa. Na falta de notícias, os jornalistas iniciam uma onda de especulações que, em tempos de "twitters" e outras ferramentas, ganharam contornos exagerados. O Rio Grande do Sul vive há cerca de 3 semanas uma novela sem precedentes, cujo personagens principais já foram protagonistas de outra novela, há cerca de 10 anos. E o final dessa nova novela, tudo indica, terá o mesmo desfecho: um dos personagens magoado, triste e ferido e o outro sorrindo (com dentuça arcada dentária) e com muito dinheiro no bolso. Para o INTERNACIONAL essa novela é ótima. Ganhamos tempo para montar nosso grupo de jogadores longe do foco de boatarias de costume. Com a contratação de 2 ou 3 reforços de renome (gostaria de ver um novo lateral direito, um cabeça de área e um centroavante) teremos uma equipe pronta para a disputa do Tricampeonato da Taça Libertadores, principal foco da temporada.

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REFORÇOS I
Como era de se esperar, poucas novidades no período de recesso. Sobre boatarias, como já anotei, há muita coisa. De concreto, há declaração de G. Luiggi, em entrevista ao programa Ganhando o Jogo, da Rádio Guaíba, no sentido de que Kleber permanece titular da lateral esquerda por mais uma temporada e de que contratará um atacante de primeira linha e qualidade indiscutível. No mais, serão aproveitados jogadores do INTER B para preencher lacunas no plantel.
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REFORÇOS II
D. Morais e T. Humberto são dois jovens que regressam de empréstimos e deveriam receber novas chances. Aliás, deveriam receber chances, porque jamais as tiveram dentro do Beira Rio. O zagueiro/volante D. Moraes as teve e mostrou qualidades para permanecer no grupo do INTERNACIONAL (não é pior que W. Mathias, Glaydson e outros menos cotados). Já o meia atacante T. Humberto, com sua habilidosa perna esquerda, é, no mínimo, uma ótima opção de banco - daquelas que se utiliza em momentos dificeis para furar um ferrolho adversário.
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RANKING´s I
Essa é para o vizinho que se proclama, há algum tempo, 1º lugar no Ranking, com base no absurdo e descriterioso levantamento da CBF (que, só para exemplificar, permite a um clube vice campeão da Copa Brasil e rebaixado no Campeonato Nacional computar mais pontos na temporada do que, pasmem, o Campeão Nacional). O INTERNACIONAL acaba de ser aclamado 1o lugar no ranking da Conmebol de 2010. Conforme o site oficial da Confederação Sudamericada "La consecución de la Copa Santander Libertadores de América 2010 por parte del SC Internacional de Brasil, le deparó el equipo “colorado”, a la postre, el título de mejor del año para el Ranking de Clubes de la Conmebol." (clique e confira a íntegra da matéria).
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RANKING`s II
Detalhe interessante. Desde a criação do ranking da Conmebol, em 2003, o INTERNACIONAL
já se coroou campeão em 2 oportunidades (2006 e 2010) e figurou entre os 3 primeiros em outras 2 temporadas. Já o clube do vizinho jamais figurou entre os 3 principais clubes da América do Sul no período.
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RANKING´s III
Entre o Oiapoque e o Chui também não teve para ninguém na década. A FOLHA DE SP publicou levantamento que aponta o INTERNACIONAL não só como o clube da década 2000, mas também como o grande papão de títulos dentre os clubes brasileiros. Arrolando as taças conquistas pelo Colorado, o jornal paulista proclama o INTER como o "clube que mais sucesso teve nesta década" e informa que "clube gaúcho colecionou títulos internacionais e vices nacionais, acumulando 233 pontos". Com isso, o INTERNACIONAL se torna o primeiro clube brasileiro a ser coroado por 2 oportunidades o CLUBE DA DÉCADA (70´s e 2000´s).
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RANKING´s IV
Clique aqui para acessar a íntegra da matéria sobre o ranking da década. Detalhe que não pode passar em branco. O time do vizinho, nesse ranking da década, figura no 9o lugar atrás, por exemplo, do inexpressivo Atlético-PR. E junto com clubes medianos como o Vitória e o Goiás. Por aí, talvez, possamos justificar um pouco do sofrimento e das lamúrias que semanalmente acompanhamos na coluna vizinha.
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CELEIRO DE ASES
Brasileiro SUB-23 (100% - 7v em 7 jogos - 18 gols pró e 2 gols contra). Copa FGF (E. Costamilan). Punta Cup e Copa da Federação Gaucha (Sub19). Copa Santiago, Copa Brasil e Gauchão (Sub17). Copa A. Nogueira, Copa Nike e Gauchão (Infantil). O Celeiro de Ases fecha 2010 com produção destacada e muitas promessas para abastecer o grupo do INTERNACIONAL na década que se avizinha.

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RÁPIDAS
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Falei acima dos ranking´s. E, para derrubar o vizinho de uma vez por todas, o INTERNACIONAL é tão campeão que até o C. Roth, treinando nosso time, ficou entre os 10 melhores treineros da temporada 2010... Chora vizinho!
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D´Alessandro futebolista sudamericano 2010 segundo a conceituada premiação do jornal uruguayo El Pays.
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Com 61 votos o argentino do Colorado superou seu compatriota Veron (51), o miudo maravilha Neymar (47) e o meia Conca (46). Giuliano foi décimo mais votado, na preferência de 24 jornalistas.
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No mundo das finanças, INTERNACIONAL faturou algo em torno de R$ 189 milhões na temporada 2010.
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Evolução de entradas no caixa é significativa. Em 2007, o Inter faturou 155 milhões, em 2008, R$ 142 milhões e, em 2009, R$ 176 milhões.
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"Vou ficar mais à distância, agora é com o Giovani e com o Roberto (Siegmann). " (F. Carvalho).
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O cumprimento dessa sentença depende, fundamentalmente, dos resultados de campo. Com vitórias ela se confirma; com maus resultados, Carvalho voltará, certamente, à linha de frente.

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Grupo de jovens do INTER B intensifica a pré-temporada, agora em Bento Gonçalves. Amanhã já teremos o primeiro jogo-treino contra o Canoas e no final de semana o adversário será o Zequinha.

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Tenho convicção de que essa gurizada nos representará muito bem no Gauchão e do grupo poderão sair alguns reforços para o time principal.

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Enquanto isso no twitter: "Assis encontrou Tio Patinhas e o pato bateu continência. Empresário é visto ainda com frequência na mansão Burns em Springfield.".
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A propósito A$$i$, o poderoso chefão da família Miguelina, que virou motivo de chacota na internet (clique e confira matéria do Correio do Povo).
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Mas a grande tirada deste episódio, sem dúvida, recebi, via torpedo, do amigo J. Krug: "traídos duas vezes só o totó da novela das oito e o greminho."
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Saudações rubras, do CAMPEÃO DE TUDO, DONO DA ALDEIA (39*) e SEMPRE NA PRIMEIRA DIVISÃO.
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Luiz Portinho - mais de 700 jogos no Gigante da Beira Rio





RETROSPECTIVA 2010: A MONTANHA-RUSSA

A impressão que se tem de fora é que o Departamento de futebol falhou feio. E isso não foi um problema de 2010, mas já se arrastava por 2009, com a perda do Estadual e a demissão do Celso Roth, o longo período de interinidade de Rospide, a interminável novela para a contratação de Autuori, apenas para ser eliminado na Libertadores, ter a pior campanha como visitante no Brasileiro, e sair fugido quando todas as fichas da direção estavam nele.

Se 2009 foi um ano problemático, 2010 não foi muito diferente. Para o lugar de Autuori, chegou alguém com perfil semelhante: Silas. Era uma aposta da direção em um treinador jovem, em início de carreira, e que havia feito uma boa temporada na primeira divisão nacional pelo Avaí. Por mais certeza que a diretoria tivesse no trabalho dele, e no seu próprio projeto, tratava-se claramente de uma aposta arriscada, em que dois fatores deveriam agir positivamente para dar certo: Silas deveria trabalhar de maneira semelhante a Autuori, mesmo não sendo Autuori e não tendo meses de experiência no clube; e, se ele conseguisse isso, o trabalho deveria funcionar melhor que o de Autuori na temporada anterior.

O Primeiro Semestre
O ano passado começou razoalvelmente bem, mas mais pelo fato de que um treinador novo não sofre as mesmas pressões de um que continua do que qualquer outra coisa. Perdeu-se o clássico em Erechim, mas se consegiu o título da primeira Taça do estadual e a vaga na final. Aqui, uma ressalva. Tudo isso foi muito graças à vitória no Nóia sobre o rival nas semifinais. O vizinho disputava a Libertadores, e havia um jogo contra o Emelec entre a semi e a final. O Novo Hamburgo que não tinha nada a ver com isso, foi lá no nosso salão de festas e venceu. Nós que tampouco temos algo a ver com os problemas da vizinhança, em 28/02, ganhamos do Anilado no Olímpico, e taça "Fernando Carvalho" (a propósito, quem inventou essa palhaçada?) foi parar na Azenha.

O título e a vaga fizeram bem ao time. Emendou nove vitórias consecutivas, sete pela fase de classificação da "Fabio Koff" (a propósito...) e duas pela Copa do Brasil. Quando abril chegou, parecia que a aposta vingaria. Ninguém esperava o vexame que se sucedeu: uma derrota em casa, de virada, para o Pelotas, nas quartas-de-final, que nos eliminou na segunda etapa do Estadual. Aqueles que desconfiavam do trabalho, após um mês de silêncio, voltaram a soar as cornetas. E a pergunta que ficou é como o clube lidaria com esse revés.

A resposta veio rápida. Uma semana depois, houve uma vitória convincente por 3 a 1, mesmo que o time tenha jogado mal por alguns momentos, sobre o Avaí pela Copa do Brasil, que praticamente selava a classificação para as quartas-de-final. Na semana seguinte, todavia, o time voltou a jogar mal em Florianópolis, e conseguiu a classificação graças a Victor e a dupla Jonas-Borgas. E, no domingo seguinte, haveria Gre-Nal no Beira-Rio, e o ponto alto de Silas no Grêmio.

O rival havia terminado a primeira fase da Libertadores em primeiro do grupo e invicto. Havia se recuperado no Gauchão e venceu a "Fabio Koff" mesmo que com dificuldades. Chegavam, mais uma vez, como favoritos. Dessa vez, entretanto, o Grêmio jogou de igual para igual, e em duas bolas paradas, resolveu o jogo. Depois, em outra partida equilibrada, garantiu o título estadual mesmo perdendo por 1-0. Abril que começara péssimo, terminou com o Grêmio por cima: GRÊMIO, CAMPEÃO CRIOULO 2010!

Na seqüência do semestre, o Grêmio seguiu bem na Copa do Brasil, mas começou mal o Brasileiro; tanto que na parada para a Copa, o Grêmio estava na 13ª posição, com 8 pontos em 7 jogos, enquanto o líder tinha 17. Na Copa, bateu o Fluminense duas vezes e se classificou para as semifinais contra o Santos dos "Meninos da Vila" e seu "Quarteto Santástico" com André, Ganso, Neymar e Robinho. No jogo de ida, o segundo ponto alto de Silas no Grêmio: uma vitória espetacular, de virada, após estar perdendo de 2-0. Foi um 4-3 eletrizante, em que o Grêmio sofreu um gol de Robinho no fim. Na volta, porém, um gol de Ganso no início do segundo tempo desestabilizou o time. Ainda assim, uma reação pareceu possível quando o time fez 2-1, mas um contra-ataque selou a eliminação e o semestre do clube.

A partir de aí, fomos lomba abaixo.

O Segundo Semestre
Veio o Segundo Semestre e, com ele, a parada para a Copa. Durante seis meses, sempre que algum problema era apontado, o período de mais de mês sem jogos oficiais era sempre a desculpa pronta de que essas questões seriam resolvidas em tempo. Se foi verdade para alguns, não o foi para o Grêmio.

Tudo aquilo que se encontrava preso durante o semestre, ocultado pelo objetivo de se conquistar a Copa do Brasil, liberou-se de uma só vez na primeira oportunidade. O vestiário ruiu, o clube se esfacelou e não havia o menor talento de liderança para quem deveria juntar os pedaços. Nem na comissão técnica, nem na diretoria, nem no grupo de jogadores. Quando Silas deu uma declaração, após uma simples vitória em meio a um torneio amistoso de inverno em Florianópolis, dizendo algo como "este é o verdadeiro Grêmio", ali era o sinal de que nada estava bem.

E não estava bem, mesmo. No retorno do Brasileiro, nenhuma vitória. Notícias de atritos entre jogadores eram comuns. O ambiente já era insustentável, mas nada mudava. Em seis jogos, 4 empates, e o time foi parar na ante-penúltima posição. Foi quando, finalmente, Silas, Meira e mais algumas cabeças rolaram. O objetivo era claro: o Grêmio não poderia cair. O que viesse a mais, Sul-Americana incluída, seria lucro.

Foi quando chegou Renato.

Na estréia, sem tempo de treinar a aquipe, uma derrota em casa no Olímpico contra o Goiás nos eliminou da Sul-Americana (o empate em zero bastaria). Foi o suficiente para Portaluppi imaginar que não tinha tomado a decisão correta ao sair do Bahia. No entanto, com a saída de alguns jogadores (Rodrigo, Hugo, etc.) e a chegada de reforços (Gabriel), ao poucos, o time foi se acertando; e a zona do Rebaixamento foi ficando cada vez mais distante. O último sobressalto aconteceu na 22ª rodada, quando perdeu em casa para o Palmeiras (depois de ter vencido o então líder Corinthians no Pacaembu), mas ali já estava em 13º.

A partir de aí, a campanha foi irretocável. Nos últimos 16 jogos, a campanha foi de 77%, com 11 vitórias, 4 empates e 1 derrota (para o Fluminense no Engenhão). Do 18º lugar, Renato conduziu o clube ao 4º. Com o título da Sul-Americana indo para o Independiente, a vaga na Pré-Libertadores era nossa. Inacreditável. Uma arrancada digna de 1998: largamos com 5 pontos em 9 partidas (0v, 5e, 4d; 18,5%) e estávamos na lanterna; depois fizemos 31 em 14 (10v, 1e, 3d; 73,8%) e nos classificamos para as finais. O campeonato daquele ano pode ser encontrado aqui.

Em 1999, vencemos os dois torneios do primeiro semestre. Repetiremos em 2011?!

E a temporada 2011?
Falaremos sobre ela melhor na semana que vem. Por enquanto, apenas noticio que foi resolvida a data do Gre-Nal. Será dia 30, em Rivera. Porém, não houve qualquer informação sobre a mudança nas datas dos jogos contra São José (Olímpico) e São Luiz (19 de Outubro), ainda marcadas para os mesmos dias das partidas contra o Liverpool pela Libertadores. Todo mundo sabe do problema, mas ninguém se mexe. E a pré-temporada já começou...

Saudações imortais,
Paulo Roberto Tellechea Sanchotene - sancho.brasil@gmail.com

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