quarta-feira, junho 01, 2011

ANO V - NUMERO 224

GRUPO CAMPEÃO

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Gostaria de comentar a derrota lamentável para o Ceará e os equívocos táticos verificados na partida, mas a entrevista de Falcão, decretando que o INTERNACIONAL não possui elenco para disputar o título do Campeonato Brasileiro foi avassaladora a ponto de tomar conta dos noticiários e debates. Falcão errou e feito. Primeiro porque o INTERNACIONAL, no mínimo, possui um elenco que pode sim ser incluído entre os 3 (ou no mínimo) 5 melhores do país. Depois porque, mesmo que assim não o fosse, um treinador jamais pode proferir tal declaração aos microfones, sem que haja uma repercussão negativa dentro do grupo de jogadores. E também porque os nossos grandes problemas, atualmente, passam por equívocos táticos e utilização de jogadores fora de suas posições, que resultam num time sem mecânica de jogo. Falcão que era o melhor comentarista do futebol brasileiro, com teorias que deleitavam este telespectador, comprova aquele velho axioma de que a teoria, na prática, é outra. Nessa polêmica toda, fico com a sabedoria do Tinga, esse grupo nunca foi colocado como favorito para conquistar nada e conquistou tudo nos últimos anos.

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A TEORIA NA PRÁTICA

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Falcão teoriza um futebol moderno, de compactação, equilíbrio e verticalidade. Dentro de campo, o time de Falcão não é compacto. O espaço entre a meia cancha e a defesa é um verdadeiro latifúndio. Amedrontado pelas falhas na linha de impedimento ocorridas nos clássicos gNAIS, Falcão, visivelmente, se acovardou e mandou sua linha de defensores baixar. Equilíbrio não há. O time é torto. Ataque quase que exclusivamente pelo lado esquerdo. Não há triangulações. Falta verticalidade. Aliás, verticalidade não é tocar a bola p’ra frente, via chutões e ligações diretas da defesa para o ataque. A bola precisa passar pela meia cancha, ali está o setor de criação e é por ali que se criam as grandes chances. Verticalidade, com três volantes no time e sem apoio nas laterais, é algo bem complicado de se conseguir.

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A PRÁTICA DA TEORIA

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Falcão repete os três volantes de Roth. Tinga é volante e, mesmo que escalado na 3ª função da meia cancha, continuará sendo volante. D’Alessandro, nesse esquema, termina sobrecarregado nas tarefas de criação (aliás, contra o Ceará, o argentino jogou de ponta esquerda num time torto por aquele lado). Os laterias não apoiam. Bolatti não joga como cabeça de área; não faz a meia de ligação e muito menos arma jogadas. Sábado Bolatti foi um W. Matias da vida, ou seja, nada fez. É possível (e necessário) retirar um dos volantes do time, mesmo que tenhamos em nosso grupo 3 dos melhores volantes do futebol mundial. É força que Falcão coloque em prática um revezamento entre Bolatti, Tinga e Guinazu, escalando dois deles por jogo e preservando o outro. Talvez a sequência de jogos futura (com partidas nas 4ª e domingos), ou as convocações de Bolatti para o selecionado argentino, resolva essa questão.

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JOVENS

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Outro discurso de Falcão que fascinava o telespectador era o de aproveitamento de jovens. A inclusão de R. Goulart, já em sua primeira partida na casa mata, causou ótima impressão. Mas, aos poucos, fico com a impressão de que Falcão é vítima do vestiário. Dentro de um grupo composto por fortes lideranças e figuras consagradas dentro do clube, a impressão é de que as idéias e conceitos de Falcão começam a sucumbir diante de interesses individuais. A preterição de Oscar, a formação de uma meia cancha com 3 volantes consagrados (em detrimento do preterido Oscar ou mesmo de R. Goulart) e a não-manutenção de Juan na 4ª zaga e o retorno de Rodrigo são demonstração clara do que afirmo.

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R. GOULART

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Falei acima de R. Goulart. A meu ver, é da mesma posição que o Oscar. São jogadores que atuam na posição que antigamente era denominada de meia ponta de lança. E um deles, obrigatoriamente, deveria formar a meia cancha, ao lado de um meia armador (Andrezinho ou D’Alessandro). Uma meia cancha equilibrada (para utilizar a palavra que é coqueluche na boca dos “treineros”) deve ser composta por um cabeça de área, um meia de ligação (volante), um ponta de lança e um meia armador. Aí há equilíbrio! Em tempo: R. Goulart que me faz lembrar de Fernandão no estilo de jogar

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PRESTAÇÃO DE CONTAS

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Embora tenha sido aprovada a prestação de contas da administração finda, é inegável que do fato surgiram polêmicas e pontos obscuros nas demonstrações. As falhas detectadas foram objeto de diversas críticas e reprimendas, tanto do parecer elaborado pelo Conselho Fiscal como pela oposição (conferir no site do grupo Convergência Colorada). É claro que há muita política envolvida no episódio, mas penso que ele deixa marcas positivas para o clube. Quanto maior for o debate público de tais questões, que dizem diretamente com o interesse dos associados, mais esclarecidas ficam as coisas. O Conselho Fiscal e a oposição devem ser ativos e fiscalizadores, como o foram nesse episódio. O INTERNACIONAL, como instituição, sai reforçado.

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RACISMO

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Já se encontra no Tribunal de Justiça Esportiva do RS a denúncia formulada contra a vizinhança por racismo. O Procurador A. L. Franco denunciou o clube da azenha com base no art. 243-G do Código Brasileiro de Justiça Esportiva que prevê a prática de "ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência". Pena prevista: suspensão do estádio por 120 a 360 dias, mais multa de até R$ 100 mil. Há longa data se aguarda uma condenação que coloque freio em tais práticas negativas e contrárias às finalidades do desporto.

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RÁPIDAS

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"Pensei em escrever sobre cada ponto que foi divulgado pela imprensa do relatório do Conselho Fiscal. (Não falaria sobre o resto, que tive acesso por ser conselheiro). Mas senti uma frustração grande ao examinar o material e perceber que pouco a pouco muito que combati, talvez esteja voltando a acontecer." (F. Miranda em seu blog www.inter2000.com.br)

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"Nao temos um grupo em condições de ser campeão brasileiro" (P. R. Falcão)

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"Nosso grupo já mostrou todas as condições de brigar pelo título" (do lateral esquerdo Kleber)

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"Nunca fomos considerados candidatos quando conquistamos todos os títulos nos últimos anos" (P. C. Tinga)

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“Messi é ainda melhor na vida real do que no meu PlayStation” (W. Rooney, após a final da Champions League)

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Justiça total no jogo entre a vizinhança e o Corinthians na primeira rodada do Nacional. Uma penalidade inexistente para cada lado. Nada mais justo numa partida entre as duas equipes que, junto com o mengo carioca, são as maiores beneficiárias do tradicional apito amigo no futebol brasileiro.

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Saudações rubras, do CAMPEÃO DE TUDO, DONO DA ALDEIA (40*) e SEMPRE NA PRIMEIRA DIVISÃO.
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Luiz Portinho – mais de 700 jogos no Beira-Rio





TRÊS PONTOS E REFORÇOS


Essas foram as duas boas notícias da semana. Antes de entrar no mérito delas, espero que nossos poucos leitores não esperem de nós uma análise profunda de quem acompanhe o dia-a-dia dos clubes. Embora, às vezes me pego pensando "como isso seria bom" (e não duvido que o Porto faça o mesmo). Então, não sei de onde veio o dinheiro, nem imagino qual arranjo foi feito que permitiu as chegadas de Miralles, Marquinhos e Gilberto Silva no Olímpico. Trouxeram um zagueiro do Paulista, também. A idéia não é parar por aí, mas conseguir um ou dois jogadores mais, principalmente para o ataque e na lateral-esquerda. A direção, depois de ver o Estadual ir embora por erros do próprio clube, mexe-se. E, aparentemente, mexe-se bem. Aguardemos.

Sobre o jogo contra o Atlético Paranaense, tudo o que valeu foram os três pontos. Analistas de resultados disseram diferente, mas não nos iludemos. A diferença foi a incapacidade do adversário de aproveitar chances, e, claro, um que outro milagre de Victor. Alguém comparou Victor a Taffarel e, sei não, cada vez mais me convenço que procede. Pega tudo, menos em Gre-Nal! O futebol do Grêmio continua sofrível, apesar da entrega comovedora de alguns. A meta do Grêmio é de redução de danos até os reforços estarem em condições de jogo. Bom, se é assim, então o resultado foi mais que bom, foi ótimo. Se vencermos o Bahia de SOUZA, JOBSON e CARLOS ALBERTO (!!!) no domingo, a derrota na estréia poderá ser finalmente ser arquivada.

Para finalizar, o plano de contenção de danos é importante. Se terminarmos o turno -ou, noutras palavras, entrarmos em setembro- entre os oito primeiros, a melhor campanha do returno deverá ser suficiente para garantir ao menos a Libertadores em 2012. Ademais, retira pressão sobre o grupo de jogadores e, principalmente, sobre a comissão técnica, que terá tempo e tranqüilidade para trabalhar. Dito isso, temos que ter consciência que dar errado, mesmo, só se o time não se classificar para a Sul-Americana. Do jeito que este ano vem sendo, o que vier além disso é lucro.

Coluna do Vizinho
Fomos citados algumas vezes na semana passada. Primeiro, o vizinho insinuou que os reservas do Santos serviriam para jogar de titular no Grêmio. Como os rendimentos de nossos times estão parecidos, entendo que seja uma crítica ao time DELE. Não entrarei no mérito. Depois, escalou uma meia-cancha com os novos reforços e afirmou que ela seria lenta (como se a dele fosse rápida). Buenas, apesar de achar que essa meia não se cria, é fato que quem tem que correr é a bola. É possível que vejamos nalgum a gurizada adversária correndo esbaforida, enquanto a bola viaja de pé em pé dos "velhinhos" gremistas. Aguardemos.

Por fim, o melhor: a fantástica Copa Chevette. Por favor, se fosse possível ela tinha que sair (claro, não com esse nome, poderia ser Copa Chevrolet, mas "Chevette" não faz sentido). O cidadão que inventou deu um azar na escolha dos times, que acabou enfiando a flauta em local pouco recomendado do seu próprio corpo. Afinal, teríamos: o Grêmio, fundamental para que qualquer competição tenha valor; o atual campeão brasileiro (Fluminense); o possível campeão da Copa do Brasil e time com melhor futebol de 2011 até o momento (Coritiba); um clube com fortíssimo apelo popular e contra quem o Grêmio tem histórico de decisões (Corinthians); e o Náutico, clube grande de Pernambuco, que eternamente terá vínculo conosco. Até poderiam colocar um telão no estádio só para se ver o Falcão sentado no banco assitindo um espetáculo... do Barcelona. Seria um belo final-de-semana de inverno.

Todos ao Olímpico, menos eu, que estarei disputando a IV ImpedCopa!

Saudações imortais,
Paulo Roberto Tellechea Sanchotene - sancho.brasil@gmail.com

P.S.: Coluna sobre a decisão do Estadual atualizada (edição 222). Só me resta uma pendência , pois (edição 217). Outro assunto a resolver é que não poderei escerever esta coluna até agosto. Alguém topa assumir? Aldebaran?!

6 comentários:

milton disse...

http://gremio1983.blogspot.com/2009/03/origens.html

Eh sempre bom lembrar pra aquelas pessoas que possam ter esquecido a verdadeira essencia do esporte.

Rivalidade e flauta = :)
Incoerencia = :(

Anônimo disse...

Bah! Este ano o Gremio deve estar entre os três times que mais tiveram penaltis a seu favor! Será que é fruto do fato de ser o primeiro clube a acertar com a Globo ?

Luiz Portinho disse...

Gremio, Corinthians e Flamengo, os 3 times brasileiros que mais são favorecidos pelas arbitragens.

Milton disse...

Ate tu, Brutus? Porto, um homem lucido como tu nao pode estar falando serio quando equipara uma equipe gaucha com clubes do eixo do mal. Da onde vem isso?

Carol disse...

Engracado, o inter venceu a liber e a sula com gols anulados do adversario, nao?

A mascara comeca a cair agora!

Anônimo disse...

Quem liberou os comentários anônimos?