segunda-feira, outubro 22, 2007

Ano I, Número 41

FINAL DE SEMANA GLORIOSO!

1. PREGAMOS O CAIXÃO deles!, repetindo o que fizeramos, em 2004, com a pijamada.

2. Fernandão de volta, capitaneando vitórias.

3. Alex na meia cancha.

4. Jonas, Magal e Cristian longe dos gramados.

5. Nilmar se preparando para retornar.

6. Vizinho segue seu calvário em jogos além do Mampituba.

7. Souza, mais um ex-Colorado, a deixar sua marca no vizinho.

8. Mengão chegando no páreo para tirar vaga da pijamada no G4.

9. Corinthians, com Nelsinho “mau caráter” Batista, rumo à Segunda Divisão!

10. E só para o vizinho não esquecer: sonhar com o tal de G4 é para quem quer, mas no G7, na Tropa de Elite da Primeira Divisão, só permanece quem pode.

11. O resto é papo furado.

Saudações rubras, do ATUAL CAMPEÃO DO MUNDO e DETENTOR DA TRÍPLICE COROA MUNDIAL.

Luiz Portinho – lcportinho@yahoo.com.br





SOBRE CARLOS JOSIAS


Aproveito que o Grêmio não entrou em campo neste final-de-semana e aprofundo sobre a renúncia do conselheiro Carlos Josias e as acusações de racismo.

A presença de Carlos Josias no Conselho de Administração do clube ficara insustentável em julho, quando da indicação de Antônio Britto para a presidência do Grêmio. Josias publicamente se posicionou de forma contrária, o que gerou um grande desconforto no órgão administrativo do clube. O ambiente tornou-se carregado e não tardou para que ele fosse às vias de fato com um aliado de Odone, Alfredo Oliveira.

Eis relatos do repórter Ricardo Vidarte:


O que disse o integrante do conselho de administração do clube no programa Toque de Letra da Rádio Guaíba, Dr. Carlos Josias, na minha opinião, é caso de DEMISSÃO. E traduz a divisão tricolor. É incompreensível que um homem da confiança do presidente possa impunimente se manifestar daquela forma. Criticando publicamente o assessor Alfredo Oliveira(Carioca) e fazendo ameaças de pedido de demissão em decorrência da indicação de Antônio Britto. (Blog Vidarte Repórter, 10/07/2007)

Entrevistei para a Final TV o conselheiro e integrante do Conselho de Administração do Grêmio, Dr. Carlos Josias. Sobre a crise que foi instalada após a indicação de Antônio Britto para suceder o atual presidente. Lembram do Dr. Josias? Naqueles dias ele ameaçou pedir demissão do cargo, caso se confirmasse Britto como sucessor de Odone e deu declarações duríssimas criticando o assessor do presidente, o também conselheiro, Alfredo Oliveira (Carioca). Pois neste domingo os dois se agrediram em frente à entrada das cabinas de rádio do Olímpico momentos antes da partida com o Flamengo. Acho complicada a permanência de Carlos Josias na administração do clube após mais este incidente. Josias chegou a dizer para o presidente Odone que ele não conta com um assessor presidencial, mas sim com um leão-de-chácara, referindo-se novamente à Alfedo Oliveira. (
Blog Vidarte Repórter, 22/07/2007)


Três meses depois, em que a situação apenas piorou, houve o episódio da "gota d'água". Paulo Odone expulsou Carlos Josias do vestiário e ambos discutiram. Agora, Carlos Josias acusa o presidente de racismo e os dois trocam farpas públicas pelos jornais. Enfim, uma baixaria que só se via pelos lados do clube do vizinho.

Eis a carta de renúncia, com três meses de atraso, de Josias (possíveis erros de português, são de responsabilidade da fonte ou do autor):



CARTA RENUNCIA AO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO GREMIO FOOT BALL PORTO ALEGRENSE

Porto Alegre, 15/10/2007

SENHOR PRESIDENTE.

1. Estou renunciando à Vice Presidência do Conselho de Administração do GFPA diante do lamentável, triste e vergonhoso episódio ocorrido ontem, no vestiário do clube, aonde havia ingressado única e exclusivamente para cumprimentar o treinador e o preparador físico do time - profissionais que nutro profundo carinho e admiração - entre outros componentes da comissão técnica e atletas, quando V. Sa. de forma arrogante e prepotente, como se fosse o dono do Gremio, que é o sentimento que tem passado a mim e a muitos desde o seu retorno após a eleição para Deputado Estadual, sob a injuriosa acusação de que eu estaria afrontando o Grêmio por comparecer ao estádio acompanhado por 4 seguranças, seguido de outros comentários estapafúrdios que não merecem sequer registros, até porque a argumentação principal já era suficientemente desonrosa e indigna, em especial por partir de um Comandante que recentemente teve noticiado que parte da sua torcida estava ligada à setores neo-nazistas e que se comprometeu combatê-los. Como, com este exemplo?

2. Realmente, Sr. Presidente, por ocasião do jogo contra o Goiás, no dia 13 do corrente, eu cometi um grande pecado.

2.1. Pois não é Senhor Presidente, que eu me dirigi ao Estádio Olímpico para assistir ao jogo com o Sr. JORGE ROBERTO ESCOUTO DIAS que, pasme, é negro!

Pior do que isto, Sr. Presidente, pois não é que a minha irmã, que nasceu Marilene MENNA DE Oliveira, teve a capacidade de casar com ele e passou a se chamar, veja só, MARILENE OLIVEIRA ESCOUTO DIAS ?

Pois é, Senhor Presidente, pois o JORGE ROBERTO é meu cunhado, de papel passado e tudo e a minha irmã ainda afirma que leva o sobrenome dele com muito orgulho. Não é uma vergonha isto? Isto sem contar, Sr. Presidente, que ele teve a ousadia de se formar em Ciências Contábeis.

2.2. Mas não rasgue ainda o email, Senhor Presidente, tem mais. Leia até o fim porque o Senhor vai se espantar ainda mais. A filha da minha irmã, consequentemente minha sobrinha, fez 30 anos dia 13 e então para comemorar a data, o irmão do JORGE ROBERTO, o MARCO ANTONIO ESCOUTO DIAS, pára-quedista do Exército Brasileiro veio do Rio de Janeiro para a festinha e me pediu que o levasse ao jogo.

2.2.1. E eu o levei, Senhor Presidente, junto com o meu cunhado.

2.3. Mas tem ainda mais. Os dois filhos Fernando e Rodrigo Viana Escouto Dias também foram.

3. Mas tudo isto não bastava, tê-los levado ao Estádio foi muito pouco. Eu os levei justamente para assistirem ao jogo no mesmo lugar que eu costumo assistir a todos os jogos do Grêmio. Ali, à esquerda das tribunas de honra - veja bem o sobrenome da tribuna - bem por onde ficam muitos ilustres Gremistas, próximo aonde assistem o Dr. Nestor Hein, o meu querido amigo Diego Casagrande, o Dr. Homero, o Dr. Antonio Vicente Martins, o Sérgio Vazques, o Zélio, o Pacheco, enfim, poxa, pois não é que eu tinha que levá-los logo aonde fica a elite do clube, nas Cadeiras !?

4. Pois o melhor o Sr. não sabe, Presidente. Eles estavam trajados TIPICAMENTE DE SEGURANÇAS. TODOS, TODOS, SEM EXCEÇÃO, estavam com a CAMISA DO GRÊMIO FOOT BALL PORTO ALEGRENSE. TODOS.

4.1. Mas teve um deles, um dos filhos, que abusou. Ele se enrolou na BANDEIRA DO RIO GRANDE DO SUL. Ai foi a gota d'água !

4.2. Mais ainda. Junto com dois deles eu tive o desplante de tomar umas três ou quatro cervejinhas. Pretas. Eles ´bebem` em serviço, Sr. Presidente. Estou envergonhado. O Senhor me perdoa?


5. Quando o Senhor me pegou pelo braço no vestiário e me expulsou do vestiário como se fosse o dono do clube, DIREITO QUE O SENHOR NÃO POSSUI, eu ainda relatei ao Senhor com quem estava. O Senhor ficou ainda mais enfurecido. Tinha razão, Senhor Presidente, eu não tinha direito de levá-los lá, logo agora neste momento de neo-nazistas na torcida. Isso pegou muito negativamente.

5.1. Mas acho que o Senhor deve também censurar e quem sabe expulsar das tribunas, pense nisto, o conselheiro Jaime de Marco que teve o atrevimento de cumprimentar o meu cunhado porque ambos trabalharam juntos numa organização, à época, estatal. Penso que ele, Dr. Jaime, também faltou com o decoro.

6. Pensei até na comissão de ética, mas esta Sr. Presidente, o senhor sepultou, junto com o nosso código.

7. Para finalizar, Senhor Presidente, de ser registrado o fato de que o torcedor do clube em nenhum momento hostilizou aqueles quatro negros que lá estavam. Não houve nenhum incidente de parte alguma. Ninguém hostilizou e ninguém foi hostilizado. Que coisa, quatro negros e não houve nenhum incidente.

8. Por tais motivos, Senhor Presidente, não me sinto mais em condições de continuar Vice Presidente do Conselho de Administração do clube e estou renunciando, magoado, doido, entristecido, vexado, e com a minha família tomada por uma revolta, uma inconformidade e uma indignação que me forçam, me impulsionam a não mais participar de um órgão cujo presidente teve a atitude que teve, mas convencido, que em que pese o senhor ser uma pessoa extremamente exitosa e vitoriosa, quer na vida política quer no clube que tem tido tanto sucesso, e a quem tanto é possível dizer e reconhecer gratidão pelo que fez pelo GFPA - apesar de não ter realizado ABSOLUTAMENTE NADA SOZINHO, até porque, ainda que modesta, eu tenho, sim, participação nesta caminhada de 2005 para cá - está lhe faltando uma coisa que a vaidade consumiu: GRANDEZA !

Atenciosamente
Carlos Josias Menna de Oliveira
(Blog Vidarte Repórter, 18/10/2007)


Ora, deve-se ler a carta sabendo que quem a escreve encontra-se "magoado, doido [nota: não seria "doído", ou é "doido", mesmo?], entristecido, vexado, e com a [...] família tomada por uma revolta, uma inconformidade e uma indignação". Assim, ao invés de ser uma carta normal de renúncia - curta e direta -, ela é longa, contém diversas acusações, e está coberta de elementos puramente retóricos. O objetivo dela não é comunicar uma renúncia, mas colocar a pecha de "racista" sobre os ombros de Odone.

Ela chega numa hora especial, em que a Polícia prendeu dois torcedores do Grêmio, que esfaquearam outro torcedor do Grêmio pelo simples fato de esse se punk. Foi, então, descoberto que há um núcleo neo-nazista na torcida do Grêmio. E, para Josias, quem é o Comandante deles, senão o presidente do Grêmio (a repetição de "Grêmio" é proposital). Josias aproveita para ligar dois fatos distintos e desconexos para alicerçar sua posição.

Josias esqueceu que, ao escrever essa carta de renúncia, ele maculou TODA A INSTITUIÇÃO. Nem sequer adiantou a ressalva citada no item "7". Pelas palavras de Josias, o Grêmio é um clube neo-nazista, em que supostos negros - supostos, pois inexiste qualquer método objetivo para afirmar quem seria ou não seria negro - são OFICIALMENTE mal-vindos no estádio. Essa é uma atitude ainda mais imperdoável do que sua expulsão do vestiário, por menor razão que houvesse para tanto.

Josias colocou sua indisposição à pessoa de Odone e sua posição política dentro do clube acima do próprio clube. Se ele tinha sua parcela de contribuição no crescimento do Grêmio nesses últimos anos, acabou por perdê-la. Pois o Grêmio saiu mais diminuido desse episódio do que qualquer rebaixamento ou eliminação jamais conseguiram. Por boa parte de culpa dele, a derrota frente ao Flamengo foi vista nacionalmente como a vitória do povo brasileiro, alegre e mestiço, sobre os nazistas do Sul. E nós, gremistas, vamos nos defender como desse acusação, se dentro do próprio clube saem vozes confirmando-a?!

Nem vou me dar ao trabalho de escrever sobre futebol, hoje. Basta saber que perdemos para o Flamengo por 2-0, sem jogar absolutamente nada, e estamos em 5º lugar. A boa notícia é que estamos a 3 pontos do segundo lugar; a má, que estamos a 3 do sétimo. O próximo jogo é no Olímpico contra o embalado Náutico - que virá, até o final dos tempos, mordido para enfrentar-nos (Domingo, 28/10, às 16h). No Juve-Nal, o time do vizinho fechou o caixão do Juventude; venceu fácil por 3-0.

Saudações crioulas (segundo o Aurélio, diz-se daquele natural do Rio Grande do Sul),
Paulo Roberto Tellechea Sanchotene - sancho.brasil@gmail.com

6 comentários:

Luiz Portinho disse...

parabéns Sancho! tua coluna está irretocável e demonstra toda tua grandeza.

Luiz Portinho disse...

só uma coisa. o pior de tudo foi a carta-resposta do Odone, afirmando que não é preconceituoso, tanto que, inclusive, possui serviçais negros... bah! essa sim foi de chocar.

DJ Aldebaran disse...

Perfeito, Sancho! Eu não escreveria melhor.

DJ Aldebaran disse...

Aliás, vale o registro de que a síndrome de Pelaipe, que contaminou o C. Josias, está contaminando o Mano Menezes.

San Tell d'Euskadi disse...

Sobre o Mano: não é fácil treinar o Grêmio; não é a primeira vez que ele perde a paciência. Aliás, o ambiente no Grêmio deste ano, esteve sempre no limite de estourar. Para perceber isso, basta fazer uma retrospectiva do ano. As possíveis crises sempre foram resolvidas com vitórias dentro do Olímpico, com classificações na base da superação.

O problema é que o Brasileiro de pontos-corridos não permite esse tipo de recuperação rápida. O vestiário gremista é uma panela-de-pressão.

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Sobre a resposta do Odone, eu discordo da análise do Josias e do Porto. Não vejo posição de inferioridade de um empregado em relação ao empregador. Ser empregado de alguém, não é ser menor que esse alguém. Assim, um verdadeiro "racista" contrataria pessoas da mesma "raça" que ele, principalmente para funções de confiança, como é o caso de doméstica e motorista.

A resposta do Josias, desemerecendo empregados, considerando-os "serviçais" é que me preocupa. Fosse eu advogado do escritório dele, pediria demissão na hora.

San Tell d'Euskadi disse...

Ah! Obrigado pelos elogios.